30 de agosto de 2013

RPG: Real Playing Game (2013)


É raro ver uma produção completamente nacional aventurar-se pelo género de sci-fi, desta vez co-realizado por Tino Navarro e David Rebordão, num filme com uma premissa bastante simples e fortes influências em videojogos: Um grupo de pessoas ricas pagam para ter uma última oportunidade para poderem ser jovens. Esta oportunidade consiste em jogar o Real Playing Game, onde cada um escolhe a personagem (avatar) que quer ser. As personagens são depois atiradas para o mapa do jogo com o objectivo, onde por cada hora que passe, uma pessoa irá morrer, seja esta morta por outro jogador, seja por escolha aleatória do próprio jogo. 

Apesar de também ter influências de The Hunger Games - Os Jogos da Fome e Battle Royale, também há uma forte componente da história "And Then There Were None" de Agatha Christie, que já serviu de base para inúmeros filmes.

Enquanto que do lado positivo encontra-se uma ideia minimamente sólida e interessante, sobretudo num filme made in Portugal, infelizmente a execução faz parte de todo o lado negativo.


Desde actores com problemas de dicção a falar inglês, outros que tentam demasiado falar em bom tom e que acabam por se espalhar um pouco, apenas os actores nativos são os únicos que se safam no meio disto.

A realização não apresenta nada para destacar, com um excesso de close-ups e um uso pouco apropriado das steady-cams, dando uma sensação de filme amador quando não devia, deixando alguma dúvida na seriedade do filme.

Entretanto, o conhecido actor Rutger Hauer acaba por aparecer num regime praticamente de cameo, enquanto que Cian Barry merece um pouco de aplauso pelo seu esforço mínimo de manter a história interessante com uma personagem digna. 

Digno também é o tema final, cantado pela Aurea, num tom muito à-la-James Bond, que é de facto um dos pontos altos do filme.


De resto, o filme não tem muito mais a oferecer. Efeitos futuristas “à tuga”, um cameo de Victoria Guerra, que considerando que é bilingue, merecia ter tido um papel a sério; e uma narrativa previsível, faz com que este RPG seja um filme repleto de boas intenções e ideias definidas, mas que na prática não se tornaram nada daquilo esperado.

Nota Final: 1/5


Originalmente publicado em Coisas da Interwebs a 30 de Agosto de 2013

8 de agosto de 2013

Fast Girls | Miúdas a Abrir (2012)


É uma imensa pena que a estreia tardia deste filme no mercado nacional estrague o seu pequeno impacto. Fast Girls foi lançado no ano passado com o objectivo de elevar o espírito dos britânicos nos Jogos Olímpicos em Londres – além de dar a perceber à selecção de atletas do país a grande oportunidade que teriam.

O filme conta a história de Shania Andrews (Lenora Crichlow), uma atleta aspirante em conseguir concretizar o sonho de representar algum dia a Grã-Bretanha. Numa competição local, ela tem como adversária Lisa Temple (Lily James), uma menina de ouro, pressionada pelo pai a ganhar todas as competições. As duas acabam por representar a Team GB num evento mundial e aprendem que, mesmo vindo de mundos diferentes, ambas têm mais em comum do aquilo que pensam.


O facto de grande parte do elenco e dos figurantes serem atletas verdadeiros ou praticarem atletismo adiciona um nível de realismo raramente visto em obras do género, sendo Fast Girls credível o suficiente para que o espectador entre neste universo. Porém, o argumento previsível, com todos os elementos-base deste tipo de filme, se não desilude, por outro lado fia-se demasiado na parte atlética da história, deixando outros elementos descompensados.

Finalmente, a banda sonora, que conta com artistas como Labrinth e Sub Focus, é o melhor do filme, no qual assenta que nem uma luva.

Nota Final: 2.5/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 8 de Agosto de 2013