20 de junho de 2013

World War Z | WWZ: Guerra Mundial


Caótico é provavelmente o adjectivo mais correto para descrever a adaptação do livro de Max Brooks. A palavra zombie é descartada como um termo aceitável.

O filme conta a história de Gerry Lane (Brad Pitt), um ex-funcionário das Nações Unidas, e a sua família, à procura de refúgio depois dum vírus mortal se ter espalhado pelo mundo. Enquanto a mulher (Mireille Enos) e as filhas ficam em segurança num navio militar, Gerry é forçado a regressar ao trabalho e fica responsável por encontrar uma possível cura.

O ritmo da fita é incrível. Em meros minutos vemos a cidade de Filadélfia ser completamente destruída. O tom de matar ou ser morto torna-se dominante. A realização de Marc Foster oculta quem são estes monstros.

Numa altura em que os mortos-vivos são popularizados, especialmente pela série The Walking Dead, é esperado um certo nível vindo das criaturas que outrora teriam sido humanas, algo que é demonstrado de forma diferente em World War Z. As relações familiares são um pouco desajeitadas, com o cliché de uma das filhas ter um grave problema de saúde e que a certo ponto torna-se num problema para os restantes tentarem resolver. A química familiar existente no início do filme desaparece com alguma facilidade.


O 3D, neste contexto, apesar de não contribuir com nada de maior para o filme, ainda permite que o espectador tenha uma experiência um pouco mais pessoal. A câmara, que raramente pára, e os monstros que estão quase sempre a tentar apanhar-nos de surpresa, facilitam o nosso envolvimento com o filme. Impressionante também é a banda sonora, a cargo de Marco Beltrami, que resulta genialmente bem ao transmitir um tom pacífico e sereno.

Mas, honestamente, o filme peca por ceder às pressões da censura dos estúdios, que num filme deste género é, na minha opinião, inaceitável. Não vemos grandes cenas de violência na eliminação dos mortos-vivos, muito menos uma quantidade razoável de sangue (podem esquecer a existência de gore), e não me digam que quem quer que seja que fosse passar por uma situação deste tipo não diria um único palavrão. Não faz sentido e por vezes perturba a forma como apreciamos o filme.

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 20 de Junho de 2013

13 de junho de 2013

The Internship | Os Estagiários (2013)


"O maior anúncio à escala mundial do Google!" Com esta frase posso resumir o filme inteiro, mesmo que a empresa, apesar de ter sido o assunto principal do filme, nada teve a ver com a produção do mesmo.

Os Estagiários conta a história de Billy McMahon (Vince Vaughn) e Nick Campbell (Owen Wilson), dois vendedores cujo oficio de vendas pessoais já não é como era nesta nova era digital. Assim, ambos conseguem uma entrevista para um estágio na Google e acabam por conseguir entrar. Agora, como uma equipa de renegados, têm que mostrar que num mundo dominado pela tecnologia, dois dinossauros conseguem triunfar.

A dupla de Vince Vaughn e Owen Wilson, que vimos pela última vez em Os Fura-Casamentos, volta novamente com a química esperada. São exactamente as personagens que esperamos que eles sejam numa comédia deste tipo.


É interessante ver o que se passa nos bastidores do maior e mais usado motor de busca do mundo, fora das conspirações e coisas negras que normalmente vemos nos documentários sobre a empresa. Aqui, a Google é pintada de cores vivas e representada tal como a imaginamos, cheia de motivação e produtividade, com a vantagem de ter acesso a comida gratuita e oportunidade de ir dormir uma sesta num sleep pod.

Entretanto, Rose Byrne aparece como o interesse amoroso de Wilson, só porque é necessário no fim alguém ficar com a rapariga – algo que a meio acaba por despertar alguns dos diálogos mais engraçados do filme. Finalmente, quero mencionar a cena de Quidditch. Não faço ideia se o desporto de Harry Potter faz realmente parte do estágio do Google, mas é uma ideia interessante de ver num filme que não seja do próprio Harry Potter – considerando que nos EUA é um desporto reconhecido.

Apesar de não mostrar nada de novo no género, é um filme divertido e bastante acolhedor, mostrando que às vezes a experiência de ser mais velho irá sempre servir de algo para os mais jovens.

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 13 de Junho de 2013