24 de dezembro de 2017

Jumanji: Welcome To The Jungle | Jumanji: Bem-Vindos à Selva (2017)


Em 1995, o falecido Robin Williams protagonizou, juntamente com uma jovem Kirsten Dunst um dos filmes mais divertidos do ano, quando um jogo de mesa misterioso fez saltar a selva para o mundo real. Jumanji, cujo livro em que foi baseado, escrito por Chris Van Allsburg, trouxe também uma sequela espiritual, na forma do mágico Zathura, um filme tão underrated que acredito que 90% da população nunca o tenha visto.

Passados 22 anos desde do filme original, aparece uma re-imaginação mais actual dos textos de Van Allsburg, em Jumanji: Bem-Vindos À Selva, que junta 4 adolescentes a jogarem um jogo de consola, e que são sugados para o mundo virtual sob os seus avatars, estes muito diferentes das suas personas reais.

São agora forçados a jogar um jogo inesperado, ao terem que retornar o Olho do Jaguar, uma pedra preciosa e que permite o controlo de todos os animais da selva, no seu respectivo lugar.


Enquanto que o elenco do mundo real, composto por Alex Wolff, Madison Iseman, Ser’Darius Blain e Morgan Turner, todos eles relativamente desconhecidos, com pequenos papeis secundários em cinema e televisão, as suas personagens homólogas são protagonizadas pelos já famosos Dwayne "The Rock" Johnson, Jack Black , Kevin Hart e Karen Gillan, respectivamente.

É com este elenco mais conhecido com quem naturalmente passamos mais tempo, no meio de uma floresta repleta de perigos, incluindo um Nick Jonas perdido lá pelo meio.

A modernização da história para um público actual, familiar com termos como selfie e videojogos online, o filme quase que faz uma paródia daquilo que a sociedade se tornou, envolvendo uma mensagem de amizade maior, num ambiente familiarmente acessível que já não se via há muito no grande ecrã.


Ainda assim, o progresso de Jumanji é como se dum verdadeiro videojogo se tornasse, utilizando a linguagem própria, como também o modelo do filme, dividido em níveis, sem os ecrãs de loading, claro.

Apesar de não termos um vilão propriamente ameaçador, na forma de John Van Pelt (Bobby Cannavale), um explorador que tem a pedra preciosa que os nossos heróis procuram restaurar, este ainda faz uma presença com um impacto mínimo, preferindo o filme apostar mais a sua narrativa na viagem em vez do destino.


Mesmo quando o filme decide meter o pé no desnecessário e ridículo, rapidamente o podemos perdoar pelas suas pérolas cómicas e sentido de aventura, que dá a oportunidade ao espectador de sentir tudo na sua pele.

No fim, Jumanji: Bem-Vindos À Selva não apresenta nada que não se tenha visto antes, mas fá-lo duma forma tão leve. que não se torna sério em qualquer momento, deixando assim a nós apreciar aquilo que tem para oferecer.

Nota Final: 3.5/5


Originalmente publicado em Geek'Alm a 24 de Dezembro de 2017.

13 de dezembro de 2017

Star Wars: Episode VIII - The Last Jedi | Star Wars: Episódio VIII - Os Últimos Jedi (2017)


Depois do grande regresso da Guerra das Estrelas em 2015 com o Despertar da Força, foi dada uma nova vida à saga cinematográfica que continua a história e foi deixada num cliffhanger, demorando dois anos até vermos como acabou uma cena que de tão curta passou a icónica.

Em Star Wars: Os Último Jedi, o segundo filme desta nova trilogia, Rian Johnson, continua o trabalho iniciado por J.J. Abrams ao escrever e realizar o filme mais longo da saga, com duas horas e meia de película.

A Resistência, liderada pela General Leia Organa (Carrie Fisher), está frágil e com a sua destruição iminente, pela mão da Primeira Ordem, onde Kylo Ren (Adam Driver) ainda se sente abatido pelas suas acções no Despertar da Força.


Entretanto, Rey (Daisy Ridley) encontra Luke Skywalker (Mark Hamill) numa ilha isolada, a modos de o convencer a ensinar-lhe tudo sobre a Força. Pelo meio, o piloto destemido Poe Dameron (Oscar Issac) continua a ser um aventureiro e Finn (John Boyega), o desertor da Primeira Ordem, aqui terá que mostrar realmente qual a sua posição do lado da Resistência.

Nisto, temos um filme com vários momentos, onde a sensação de conflito é de facto uma permanente. Na verdade, Johnson traz um argumento e uma realização, ainda que continue com o registo do filme anterior, leva a história por novos caminhos e duma forma tão visualmente apelativa, à qual se junta mais uma icónica banda sonora, assinada pelo já lendário John Williams.

Por um lado, o regresso de Luke Skywalker não poderia ter vindo em melhor altura, expandindo já a narrativa e a sua relação a Kylo Ren, mais a necessidade de se ter isolado durante tanto tempo. Também os momentos que chamam a trilogia clássica de Star Wars, permitem que haja um grande fio condutor, sobretudo quando se reencontra com Chewbacca.


A introdução das novas personagens e criaturas, estas últimas os Porgs e as raposas árcticas, conhecemos também Rose (Kelly Marie Tran) que se junta ao já extenso grupo da Resistência, numa batalha que só irá concluir em 2019, com o último filme deste arco. Mas como tudo, Star Wars: Os Últimos Jedi não está imune a problemas, que poderão ser muito relativos ao espectador.

A começar pela duração, o filme raramente se torna enfadonho, pois com os diversos subplots, é difícil não sermos entretidos com algo, mas há momentos que são passáveis e que pouco ou nada contribuem para a urgência geral da narrativa.

Da mesma forma que aqui exista também um enredo que foca na política nos bastidores, não é tão maçadora como no Episódio II: O Ataque dos Clones, existindo um balanço entre causa e efeito. Ainda que de alguma forma essencial para o plot principal, este tem a tendência de quase cair na distracção.


Star Wars: Os Últimos Jedi é, sem dúvida, um dos grandes filmes do ano, com muitas cenas memoráveis, e que continuam a assegurar o legado, enquanto nos mostra que realmente, este universo tem tanto de enorme como de complexo, deixando ao espectador desfrutar da aventura e dos vários momentos no grande ecrã.

Nota Final: 2.5/5


Originalmente publicado em Geek'Alm a 13 de Dezembro de 2017.