27 de dezembro de 2012

Jack Reacher (2012)


Tom Cruise não parece envelhecer, mas isso é capaz de ser uma coisa boa, já que insiste em fazer as suas próprias acrobacias no vários filmes que protagoniza.

Desta vez Cruise é Jack Reacher, um investigador dado com o caso de um atirador profissional, cujas provas todas apontam para o mesmo. Assim, cabe a Reacher chegar à verdade e saber quem é o verdadeiro assassino que matou 5 pessoas em plena luz do dia.

Baseado no livro da autoria de Lee Child, a personagem de Jack Reacher, parece que fora escrita com Cruise em mente, pois assenta que nem uma luva. 
Com uma personalidade bastante caricata, ele também tem uma grande atenção a detalhes, que permite deduzir certas acções ou acontecimentos. É esta personalidade que nos cativa, querendo nós sempre ver o que Reacher irá fazer a seguir.


Quanto ao resto do elenco, Werner Herzog tem um grande peso como antagonista, enquanto que Rosemund Pike, tenta ser o lado mais humano de Reacher, muitas vezes obrigando que ele pense duas vezes antes de actuar.

Em termos de argumento, o filme está bem balanceado, onde as grandes cenas de investigação ou de acção são uma constante. Existem momentos bastante intensos, notavelmente na cena de perseguição de carros e nas cenas finais que seguem para o clímax. É com a realização de Christopher McQuarrie que vemos uma acção bem pensada ao milímetro, que certamente irá entreter do inicio ao fim.

Com isto, Jack Reacher é um thriller inteligente, repleto de acção, que será com certeza um bom dia no cinema.

Nota Final: 4/5


Originalmente publicado em Coisas da Interwebs a 27 de Dezembro de 2012

26 de dezembro de 2012

The Paperboy | The Paperboy - Um Rapaz No Sul (2012)


Quando Ward Jansen (Matthew McConaughey),um jornalista regressa a Florida para investigar a inocência de Hillary Van Wetter (John Cusack) do homicídio dum xerife local, este é acompanhado pelo seu parceiro Yardley (David Oyelowo), o seu irmão mais novo Jack (Zac Efron) e a fanática Charlotte (Nicole Kidman).

Muito ao estilo dos anos '70, o filme mostra um Zac Efron mais crescido e uma Nicole Kidman como nunca antes vista. Estamos perante um filme que dá a sensação de estarmos a ver um clássico restaurado na perfeição.

Realizado por Lee Daniels, The Paperboy - Um Rapaz No Sul tem alguns elementos surpreendentes, sobretudo na forma em que a investigação do crime é contada, mas é no elenco em que ele se foca mais.


Matthew McConaughey mantém-se num nível ao qual estamos habituados, oferecendo uma performance acima da média.
Por outro lado é Nicole Kidman que rouba o espectáculo todo, com a sua personalidade extrovertida, digno de um Óscar. Finalmente, John Cusack é extremamente assustador na forma que interpreta o serial killer, encarando na perfeição a faceta de mau da fita.

Para quem procura actuações quase brilhantes dum elenco de luxo, ou à procura de um futuro clássico de culto, The Paperboy - Um Rapaz no Sul irá de encontro a vós. Ou para verem a Nicole Kidman como nunca antes viram. Só isso vale o preço do bilhete.

Nota Final: 3.5/5


Originalmente publicado em Coisas da Interwebs a 26 de Dezembro de 2012

20 de dezembro de 2012

Life of Pi | A Vida de Pi (2012)


Baseado no livro de Yann Martel, A Vida de Pi leva-nos ao imaginário de Piscine Patel (Suraj Sharma), um homem Indiano que conta ao autor como sobreviveu um naufrágio no Oceano Pacífico, com um tigre de Bengala.

A história em si, tem tanto de mágico como de solene, pois passamos cerca de 227 dias no meio do nada, com Pi e o seu tigre, que se comporta mais como um cão. Isto torna-se assim num dos conceitos mais interessantes que já se viu em cinema em algum tempo. 
Com uma introdução onde é fácil nos relacionarmos com a personagem, somos levados numa viagem intemporal que certamente irá deixar-vos maravilhados.


Com uma cinematografia incrível, junto a realização de Ang Lee, somos brindados com imagens memoráveis, com uma cor sólida e um sentimento acolhedor, destacando as cenas nocturnas no pântano, que são pura magia. Felizmente, o elemento 3D contribui positivamente para o filme, sendo várias as cenas que dão o melhor uso a esta nova tecnologia.

Recomendo a quem se tiver esquecido que o cinema também faz trazer as emoções dentro de nós.

Nota Final: 4/5


Originalmente publicado em Coisas da Interwebs a 20 de Dezembro de 2012

On The Road | Pela Estrada Fora (2012)


É difícil falar sobre um road movie, especialmente numa altura em que o cinema de hoje em dia, ainda que com algumas excepções, está sobre-lotada de filmes cheios de efeitos especiais e afins.

Existem filmes que se baseiam no simples, mas que não são bem reinvenções de géneros ditos “mortos”. Este é o caso de Pela Estrada Fora, realizado por Walter Salles, que tenta recriar de forma quase cientifica o género que são os road-movies, melhor desenvolvido por Monte Hellman em Two-Lane Blacktop, mas que neste caso fica aquém das expectativas.

Sobre dois rapazes, Sal (Sam Riley) e Dean (Garrett Hedlund) se conhecem, os dois vão numa viagem inesquecível em busca do significado duma vida repleta de altos e baixos.

Começo a dizer que o filme é incomparável ao livro, no que toca ao espírito livre que fazem parte da leitura. Considerando que a obra original, escrita por Jack Kerouac e editada em 1957, inspirou gerações de escritores e artistas, podemos nos considerar desapontados.


Mas nem tudo é mau e ainda bem. As interpretações de praticamente todo o elenco são positivas, mostrando que Sam Riley consegue superar a tarefa de ser o centro das atenções; ao qual se junta o relativamente veterano Garrett Hudlund, que por mais tempo de antena tivesse, deixou-nos a desejar ver mais.

Finalmente, um aplauso a Kristen Stewart, que merecia um mais de desenvolvimento da sua personagem, mas que vai com certeza fazer muitos fãs da actriz felizes por finalmente conseguir ir além da saga Twilight, sendo ela possivelmente a melhor surpresa deste filme.

No fim, Pela Estrada Fora, por tudo o que tem de bom, é longe de perfeito, deixando que os seus defeitos prejudique mais que quer. Podia ter ressuscitado os road-movies, mas infelizmente ficou-se por aqui.

Nota Final: 2.5/5


Originalmente publicado em Coisas da Interwebs a 20 de Dezembro de 2012

14 de dezembro de 2012

The Hobbit: An Unexpected Journey | O Hobbit: Uma Viagem Inesperada (2012)


Mais uma vez, Peter Jackson regressa a Middle-Earth, para apresentar os eventos antes dos acontecimentos da saga O Senhor dos Anéis
Claro que isto, com intenção de também ser uma trilogia antes do main event, faz-nos um pouco cépticos em relação à possível qualidade do filme (a culpa é das prequelas da Guerra das Estrelas), mas deixem-me desde já assegurar-vos que o primeiro passo foi positivo.

Acompanhado o jovem Bilbo Baggins (Martin Freeman) na maior aventura inesperada da sua vida, este é acompanhado com treze anões que irão reclamar de volta a sua casa de Smaug, um dragão perigoso.

Relativamente mais curto que os filhos de O Senhor dos Anéis, com uma duração de cerca duas horas e quarenta minutos, a acção é nos introduzida pouco a pouco, depois de conhecermos as tantas novas personagens que vão aparecendo, tudo duma forma muito certinha.



Não existindo praticamente momentos mortos, a coerência que O Hobbit: Uma Viagem Inesperada tem com o universo ao qual se enquadra é fascinate, onde vamos apanhando referências dos acontecimentos futuros, que nos deixa muito entusiasmados.
Ainda assim, o foco mantém-se nos acontecimentos presentes da prequela, sem distrair com o que virá mais tarde.

Existe muito cepticismo em a adaptação ser também ela dividida em três filmes, com um número de páginas consideravelmente menor. Porém, essa insegurança é rapidamente posta de fora, dando a possibilidade desta primeira prequela ser mais centrada em apresentar personagens com um bom balanço de acção pelo meio. Assim, a narrativa flui bastante bem, deixando sempre espaço para que as coisas desenrolem a seu tempo.

Fãs de Senhor dos Anéis, celebrem! Esperemos que sejam só coisas boas a partir daqui!

Nota Final: 3.5/5


Originalmente publicado em Coisas da Interwebs a 14 de Dezembro de 2012

5 de dezembro de 2012

Red Dawn | Amanhecer Violento (2012)


De todos os remakes necessários, Amanhecer Violento é provavelmente um dos que está mais em baixo na lista. Não. Nem sequer consta, porque o filme original de 1984 passa a mensagem desejada, sem necessidade de uma actualização. Mas aqui estamos.

Em vez de Charlie Sheen e Patrick Swazye, desta vez contamos com Chris Hemsworth e Josh Hutcherson nos papéis principais, juntamente com Adrianne Palicki e Isabel Lucas.

Quando os Estados Unidos da América são invadidos pelos Norte-Coreanos, há uma guerra aberta e o grupo tem que estar mais unido que nunca, a modos de sobreviverem.

Inteiramente apelativo ao público norte-americano, pelas suas temáticas patrióticas, Amanhecer Violento é tudo o que poderíamos esperar dum filme Direct-To-Video, com a sua acção cliché, diálogos básicos, ao qual se junta uma narrativa sem pés nem cabeça.


É essa mesma narrativa inconsistente  que prejudica fortemente o filme, muito porque não passa de ser uma ideia reciclada de outros tantos filmes que vieram antes de si. Aliás, no panorama mundial, jamais um país iria invadir outro desta forma, como se nada fosse.

Não ficando por aqui, a menção do nosso país é a mais estranha de tudo: No inicio do filme, para contextualizar o mundo actual, Portugal é falado sendo um dos países da necessidade de salvação económica, deixando-se levar demasiado a sério quando na realidade, não vale esse esforço.

Não recomendo este filme, mesmo com o elenco apresentado. Fujam longe deste Amanhecer Violento.

Nota Final: 1/5


Originalmente publicado em Coisas da Interwebs a 5 de Dezembro de 2012