31 de outubro de 2013

Thor: The Dark World | Thor: O Mundo das Trevas (2013)


Quase seis meses depois de Homem de Ferro 3, estreia o segundo filme da Phase Two da Marvel Cinematic Universe, a caminho de Avengers: Age of Ultron.

Neste filme, Thor (Chris Hemsworth) está em processo de manter a paz entre Asgard e os Nove Reinos, enquanto Loki (Tom Hiddleston) é dado uma sentença de prisão depois dos seus feitos em Os Vingadores.


Entretanto, em Londres, Jane Foster (Natalie Portman) e a sua equipa de cientistas descobrem um local onde as leis da física não se aplicam, incluindo alguns portais onde Jane encontra Aether, uma energia poderosa que toma conta do seu corpo. Nisto, Thor vê-se obrigado a levar Jane para Asgard de modo a perceber o que se passa com ela e é aqui que Malekith (Christopher Eccleston), imperador dos elfos negros, decide invadir Asgard e apoderar-se da força brutal que ameaça o universo.

Os fãs da Guerra dos Tronos irão reconhecer logo os cenários e a forma com que Alan Taylor os apresenta só prova que foi a escolha apropriada para esta sequela, com o cuidado de mostrar os diferentes mundos únicos, cada um na sua perspectiva. O regresso de Thor não podia ser melhor, mais forte e consciente que nunca, com o objectivo de que haja paz nos Nove Reinos e a saudade que tem de Jane, deixada na Terra, motivam-no para que haja equilíbrio no seu universo.


O problema aqui reside em Malekith, que não é propriamente o vilão que dê problemas de maior ao herói, com o desperdício de ser usado de uma forma previsível. Assim, ele vem a ser o elo mais fraco do filme, com um confronto final com menos impacto do que poderia. O triângulo amoroso entre Thor, Jane e Sif é também algo que podia ter sido melhor explorado, bem longe do seu potencial. Fora isso, a acção é coerente, balanceada com uma quantidade apropriada de comédia (menos exagerada que em Homem de Ferro 3), fazendo desta obra o filme de super-heróis que ninguém vai querer perder. Loki, por sua vez, faz novamente a delícia dos fãs, com a sua personalidade maléfica, mas charmosa, que aqui continua em alta.

Infelizmente, no fim das contas, ficamos com um sabor algo agridoce, com a sensação que a Marvel está a tomar por garantido que os fãs mais dedicados comem qualquer coisa que lhes metam à frente, fazendo um filme um bocado a "encher chouriços" (ainda que seja um chouriço bom).

Um reparo para a aparição de um Vingador muito especial pelo meio. E não esquecer das duas cenas pós-créditos (na qual a segunda é dispensável).

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 31 de Outubro de 2013

24 de outubro de 2013

Escape Plan | Plano de Fuga (2013)


Numa era moderna onde preferimos relembrar as estrelas de acção do que propriamente a vê-las no ecrã novamente, Plano de Fuga tenta trazer um pouco o tom old school do cinema de acção e dar oportunidade a uma geração mais nova de ver Stallone e Schwarzenegger a darem cabo de tudo. Felizmente, não é tão mau quanto pode soar.

O filme conta a história de Ray Breslin (Sylvester Stallone), dono duma empresa de segurança, que tem como profissão testar a segurança das prisões de segurança máxima, explorando as falhas para conseguir escapar. Isto até ao dia e que a C.I.A. pede a Breslin para testar uma prisão numa localização secreta em troca de milhões de dólares. Aqui, como podem já calcular, nem tudo é o que parece, já que ele pressente que algo de errado se passa. Eventualmente, Stallone conhece Emil Rottmayer (Arnold Schwarzenegger), um prisioneiro que quer muito ser um aliado, já que Breslin planeia já a sua fuga.


O curioso aqui é que por mais que a história possa soar impossível, não foge muito aos filmes de acção dos anos 80 [entre outras fugas, Stallone já tinha escapado de uma prisão em Tango & Cash], sabendo o espectador à partida que o protagonista vai conseguir triunfar. É no desenvolvimento desse  Plano de Fuga que o filme consegue agarrar em elementos clássicos e transpô-los para a era moderna, com pequenos detalhes que vamos percebendo ao longo do caminho. O vilão, neste caso o director da prisão Willard Hobbs, é impressionante no seu jeito "educadamente mau" e com a enorme necessidade em controlar a situação. Nota-se que Jim Caviezel usa mesmo alguns elementos da sua personagem na série Sob Suspeita para criar a personagem.

De resto, o filme tem uma base sólida e básica, mas que usa como fonte de entretenimento, sabendo exactamente que não vai dar mais que aquilo que tem para oferecer, e chegando mesmo a entregar ao espectador uma cena com tanto de memorável como cliché, com Schwarzenegger, de metralhadora na mão, a gastar munições pesadas.

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 3 de Janeiro de 2013

10 de outubro de 2013

Don Jon (2013)

Joseph Gordon-Levitt estreia-se na realização neste Don Jon. O filme conta a história de Jon Martello (Gordon-Levitt), um jovem italiano-americano que interessa-se apenas por uma pequena série de coisas, entre as quais a sua família, o seu corpo e, sobretudo, a pornografia. A coisa complica-se quando, numa ida à discoteca, Jon conhece Barbara (Scarlett Johansson), uma rapariga atraente e desejosa por atenção – mas que deixa sempre Jon a querer mais.

Curioso é que por baixo dum filme que muitos possam classificar como fútil e resultado da ignorância da geração MTV, está uma obra com pés e cabeça, conseguindo fazer pensar se realmente o amor verdadeiro é algo que pode acontecer a qualquer um.


O vício de Jon pela pornografia e as suas relações traduzem-se em outros acontecimentos hilariantes, como a sua confissão destes actos na igreja, sempre com uma sentença de Ave Marias e Pais Nossos, e o cumprimento delas enquanto vai exercitar-se ao ginásio. Infelizmente, vemos isto a acontecer umas quantas vezes a mais do que gostaríamos, entrando um pouco na repetição.

Existem inúmeros outros detalhes engraçados, como a irmã de Jon sempre agarrada ao telemóvel, claramente uma crítica à sociedade actual, assim como cameos fabulosos de Anne Hathway e Channing Tatum durante um dos filmes românticos que Bárbara tanto adora.

Felizmente, as coisas ficam mais civilizadas quando Esther (Julianne Moore) entra em cena, como uma mulher madura capaz de meter algum juízo na cabeça de Jon, dando um novo e fôlego e um desenlace mais poético a um filme que primava pela irreverência.

Nota Final: 3.5/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 10 de Outubro de 2013