24 de abril de 2018

Avengers: Infinity War | Vindadores: Guerra do Infinito (2018)


Uma década depois, não podíamos imaginar tudo o que nos levaria a este ponto: o filme-evento mais esperado do ano.

Longe das ambições do visionário Kevin Feige, produtor de inúmeros filmes da Marvel antes da criação da Marvel Studios. Enquanto nós, público, estávamos de delírio com o primeiro Homem de Ferro, já Feige estava a quatro passos à frente, culminando no primeiro filme dos Vingadores. A partir daí, foi blockbuster atrás de blockbuster, construindo ainda mais um universo que iria mais tarde ou mais cedo acabar na derradeira batalha contra um inimigo comum: Thanos.

É assim que começa Vingadores: Guerra do Infinito, com uma introdução que em breves momentos prova o quão grande é este mal, como também aqueles que o seguem que nem um Deus. Não restam dúvidas, Thanos é O vilão mais vilão do universo cinemático da Marvel e vai se mostrar como um oponente de respeito aos nossos Vingadores e companhia.


Juntar novamente os vários mundos e histórias por detrás de cada personagem individual é, como esperado, um desafio que os realizadores Anthony e Joe Russo levam muito a sério. Afinal, o “tempo de antena” que cada personagem tem, terá que ser o mais equilibrado possível, tarefa que é executada maioritariamente bem, sobretudo enquanto se conta o lado de Thanos, a personagem mais importante deste conto.

Enquanto as várias personagens se vão juntando e combatendo o mal presente, existe uma clara situação de urgência. É certamente um filme repleto de explosões e outras cenas de acção. O risco é alto e verdadeiro, tal como é a emoção a virar a cada cena.

Tornar esta Guerra do Infinito em puro cinema de espectáculo mostra também a capacidade de o fazer como se páginas da banda desenhada se tratassem, com todas as cores e pormenores daquilo que gostamos deste universo estarem visíveis ao mais ínfimo detalhe.


É difícil conter a emoção que pouco a pouco vai sendo vivido ao longo da narrativa. Afinal, é algo que tem sido provocado nas cenas de pós créditos dos últimos 6 anos, com a primeira aparição de Thanos. E aqui estamos, num frente a frente que vai dividir públicos, mas desta vez não com um hashtag de Team Cap nem Team Iron Man. Na verdade, Capitão América: Guerra Civil ao lado desta película parece uma brincadeira de crianças.

Dito isto, não há forma de dizer bem ou mal dum filme desta magnitude e, arrisco dizer, desta importância. Tudo acaba por cair no apelo do espectador que irá ser puxado para aqueles heróis que apreciarem mais, enquanto que o resto, são apenas boas intenções em forma de entretenimento.

No fim, resta-nos uma história com que, para todos os efeitos, é o maior esforço de sempre dos heróis mais poderosos da terra, com a sua conclusão, ainda sem título, a estrear em 2019. Até lá, podemos contar com dois filmes, Homem-Formiga e a Vespa e Captain Marvel, que nos manterá ocupados até sabermos como tudo realmente acaba.

Nota Final: 4/5

Originalmente publicado em Geek'Alm a 24 de Abril de 2018.

19 de abril de 2018

Truth or Dare | Verdade ou Consequência (2018)


Jason Blum é o homem do momento em Hollywood. Produziu há uma década o que se acabaria por tornar na revolução do cinema de terror modernos e alguns dos seus sub-géneros, como o found-footage Actividade Paranormal. Mais recentemente viu um dos seus maiores sucessos nomeado em quatro categorias para os Óscares, Foge, tendo vencido o Óscar de Melhor Argumento Original, pela mão de Jordan Peele, que também realizou.

Tudo parece estar bem encaminhado para a sua produtora, Blumhouse, com o hit de entretenimento Feliz Dia Para Morrer ter provado que existe lugar para ideias do género. É aqui que entra Verdade ou Consequência, um filme que pega num conceito juvenil popular e mete à mistura uma boa dose de terror.


Com realização de Jeff Wadlow (Kick-Ass 2: Agora é a Doer), o filme conta a história de Olivia (Lucy Hale) e o seu grupo de amigos, que vão passar férias ao México. Por lá encontram Carter (Landon Liboiron), que os leva para uma igreja abandonada e os desafia a jogar Verdade ou Consequência, revelando que agora que eles estão na partida, a maldição irá os perseguir até casa e terão que fazer como o jogo mandar. Quando voltam a casa, rapidamente descobrem que a maldição é real, como também as suas consequências serão igualmente reais.

É esperado, à partida, que o espectador deixe a sua incredulidade à porta. Afinal, um ser sobrenatural maldito, possuir jovens que jogam um jogo infantil não é exactamente algo normal. Mas o grande problema é esperarmos um Q.I. mínimo para que estes jovens tenham uma verdadeira chance para lutar contra seja o que esteja a dominar o jogo e que quer a todo o custo ver os seus jogadores falhar.


As situações propostas são das mais típicas, como revelar segredos ou concretizar acções embaraçosas, mas, à medida que o jogo procede, quer se escolha verdade ou consequência, mais perigosos são os desfechos. O problema reside na forma de pensar das personagens, que elas próprias representam os clichés tradicionais do terror Norte-Americano, que muito frequentemente, levam as mãos do espectador à cara.

Verdade ou Consequência, no papel, é um filme com uma boa ideia, sem dúvida. Nos seus momentos mais abstractos, quando a premissa se foca no principal que é o jogo e o seu conceito, as coisas funcionam bem. Infelizmente, no ecrã, a sua execução foi reduzida a um filme cujo objectivo é meramente de entretenimento, não explorando de forma quase nenhuma aquilo que faz este jogo de festa algo aterrador. Quando as consequências não são levadas a sério por eles, como esperam que sejam por nós, espectadores?


Na verdade, este filme teria sido muito melhor se soubesse por que lado queria pegar um conceito que realmente é uma boa ideia. No fim, ficamos apenas com execuções de meias ideias que foram mudando ao longo destes 100 minutos, sem grande necessidade.

Quando a esta altura do campeonato se esperava melhor de Blumhouse, mesmo que não fosse mais uma obra-prima para ser nomeado aos prémios, é assim que damos um passo para trás depois de dois para a frente. Esperemos que a prequela The First Purge ou o terceiro remake de Halloween valham mais a pena, ambos produzidos por esta casa de terror e ainda a estrearem este ano.

Nota Final: 1/5


Originalmente publicado em Geek'Alm a 19 de Abril de 2018.