14 de julho de 2018

Escape Plan 2: Hades | Plano de Fuga 2: Hades (2018)


Da saga “Sequelas que Ninguém Pediu”, chega-nos Plano de Fuga 2: Hades, que enquanto tem a sua estreia em home video e on-demand nos Estados Unidos, por cá teremos a oportunidade de o ver nas salas. Mas, realmente, era preciso o Stallone vir outra vez?

Depois de ajudar Schwarzenegger a escapar no primeiro filme, Ray Breslin (Sylvester Stallone) abriu a sua própria empresa de segurança privada, especializando em missões de alto risco.
Mas quando uma das missões resulta na morte dum civil, Breslin é forçado a despedir um dos seus melhores operativos, Kimbral (Wes Chatham), que preferiu confiar num software inteligente que na sua própria equipa, podendo ter evitado a situação.


Pouco tempo depois, os restantes operativos Shu (Xiaoming Huang) e Luke (Jesse Metcalfe), são raptados e colocados numa prisão de máxima segurança, denominada o Zoo, pois “apenas os mais fortes sobrevivem”. Agora com o desaparecimento da sua equipa, Breslin, juntamente com o hacker Hush (50 Cent), Abigail (Jaimie King) e o especialista de armas Derosa (Dave Bautista), têm que encontrar e salvar a sua equipa.

Como seria mais que esperado, este Plano de Fuga 2: Hades não vem aqui tentar ser um filme que muda vidas ou que até inspire seja o que for. Estamos perante um filme carregado de testosterona, que vai bem com uma grade de cerveja e pizza.

Dito isto, a narrativa e os actores podem não ser propriamente os melhores, mas há todo um divertimento, que fará os fãs de filmes de série-B delirar com todos os tiros, explosões e one-liners nada memoráveis, mas que apenas adicionam uma camada de ser mau e fixe.


A esta altura, já começamos a pedir para pararem com estas sequelas, referindo à grande quantidade que as produtoras em Hollywood e na China, que continuam a lançar filmes de baixo-orçamento, à procura duns trocos à custa de um talento de renome e mostrar algum talento local.

É de facto que Stallone já não tem o chamado star power que tinha durante as décadas de ’80 e ’90. Aliás, esses são os filmes que são melhor recordados, depois do anúncio surpresa que o clássico Stallone vs. Snipes, O Homem Demolidor, irá ser homenageado durante a San Diego Comic-Con deste ano.

Aqui o talento local chama-se Xiaoming Huang, um actor especializado em artes marciais é o maior destaque deste filme, sendo que as coreografias as que mais impressionam no meio dum filme que atinge o mínimo dos mínimos a ser decente.


No fim, percebemos que estas sequelas existem também porque as contas da luz nas mansões em Hollywood precisam de ser pagas, e quando o dinheiro é verde, é possível ir aos correios acertar contas. Sim, porque Stallone paga a conta da luz nos correios.

Nota Final: 1/5 


Originalmente publicado em Geek'Alm a 14 de Julho de 2018.

5 de julho de 2018

Taxi 5 (2018)


Numa era pré-Velocidade Furiosa, decorria o ano 1998 e, sem aviso, um filme Francês sobre um táxi altamente modificado mudou o panorama do cinema europeu como o conhecemos. Misturando a sensibilidade cómica típica do cinema francês, com um thriller de alta velocidade, onde também temos uma Marion Cotillard a dar os primeiros passos no grande ecrã; Taxi foi um alto sucesso que desencadeou mais três sequelas, todas elas divertidas o suficiente para garantir que o público voltasse.

Depois da estreia do quarto filme em 2007, foi altura das amáveis personagens se reformarem e pensávamos nós que jamais veríamos um novo filme do franchise. Até agora, com Táxi 5 prestes a estrear nos cinemas!

Agora um pseudo-reboot, Taxi 5 reintroduz a magnifica e sempre cinemática cidade de Marselha, novamente sob assalto por um gang imparável Italiano, que conduzem Ferraris e Lamborghinis.


Quando o super-polícia parisiense Sylvain Marot (Franck Gastambide, o chamado Vin Diesel francês que também realiza o filme) é forçado a mudar-se para Marselha, este integra a equipa da Polícia Municipal, que, apesar da falta de recursos, determinam em impedir os Italianos, custe o que custar. Para isso, Sylvain necessita duma ajuda, em forma do Peugeot conduzido por Daniel dos filmes prévios (que aparentemente mudou-se para Miami) e que está agora na responsabilidade de Eddy Maklouf (Malik Bentalha), um condutor que apenas sabe conduzir carros automáticos. Juntos, este duo-dinâmico descobre que nas suas diferenças está a solução dos seus problemas.

Remanescente dos buddy cop movies, Táxi 5 conta mais uma vez com uma missão repleta de adrenalina e velocidade, sem nunca esquecer grandes doses de comédia. Nesse registo, e o elenco ser composto quase todo ele por personagens novas, a aposta na comédia fácil sai-se naturalmente, como também na quantidade de acções disparatadas e das situações criadas por estes polícias secundários. No entanto, esse mesmo tipo de comédia, que jamais funcionaria de tão boa forma num filme de Hollywood, surge aqui como uma naturalidade leve e orgânica, deixando-nos a rir às gargalhadas com frequência. Considerando o absurdo de algumas cenas, pelos visto é tudo uma questão de contexto.


Sendo uma espécie de reboot, ou neste caso, apenas uma razão para trazer de volta um franchise querido, Táxi 5 dá cartas mais que suficientes do lado da acção, com algumas perseguições de carros e recriações a outros filmes que se inspira. É claro que o actor e realizador Franck Gastambide tem um amor especial pelos filmes anteriores e que se esforçou em mostrar que, no panorama actual do cinema, ainda é possível ir buscar recordações ao passado sem as arruinar. Foi uma tarefa que muitos falharam redondamente, pelo que apenas podemos tirar o chapéu pela iniciativa.

No fim, Táxi 5 não nos vai surpreender nem oferece nada de novo, mas apela à nostalgia e ao carinho que temos pelo franchise, sem abrir portas permanentes a mais sequelas a virem. É, acima de tudo, uma noite divertida no cinema.

Nota Final: 2.5/5


Originalmente publicado em Geek'Alm a 5 de Julho de 2018.