5 de julho de 2018

Taxi 5 (2018)


Numa era pré-Velocidade Furiosa, decorria o ano 1998 e, sem aviso, um filme Francês sobre um táxi altamente modificado mudou o panorama do cinema europeu como o conhecemos. Misturando a sensibilidade cómica típica do cinema francês, com um thriller de alta velocidade, onde também temos uma Marion Cotillard a dar os primeiros passos no grande ecrã; Taxi foi um alto sucesso que desencadeou mais três sequelas, todas elas divertidas o suficiente para garantir que o público voltasse.

Depois da estreia do quarto filme em 2007, foi altura das amáveis personagens se reformarem e pensávamos nós que jamais veríamos um novo filme do franchise. Até agora, com Táxi 5 prestes a estrear nos cinemas!

Agora um pseudo-reboot, Taxi 5 reintroduz a magnifica e sempre cinemática cidade de Marselha, novamente sob assalto por um gang imparável Italiano, que conduzem Ferraris e Lamborghinis.


Quando o super-polícia parisiense Sylvain Marot (Franck Gastambide, o chamado Vin Diesel francês que também realiza o filme) é forçado a mudar-se para Marselha, este integra a equipa da Polícia Municipal, que, apesar da falta de recursos, determinam em impedir os Italianos, custe o que custar. Para isso, Sylvain necessita duma ajuda, em forma do Peugeot conduzido por Daniel dos filmes prévios (que aparentemente mudou-se para Miami) e que está agora na responsabilidade de Eddy Maklouf (Malik Bentalha), um condutor que apenas sabe conduzir carros automáticos. Juntos, este duo-dinâmico descobre que nas suas diferenças está a solução dos seus problemas.

Remanescente dos buddy cop movies, Táxi 5 conta mais uma vez com uma missão repleta de adrenalina e velocidade, sem nunca esquecer grandes doses de comédia. Nesse registo, e o elenco ser composto quase todo ele por personagens novas, a aposta na comédia fácil sai-se naturalmente, como também na quantidade de acções disparatadas e das situações criadas por estes polícias secundários. No entanto, esse mesmo tipo de comédia, que jamais funcionaria de tão boa forma num filme de Hollywood, surge aqui como uma naturalidade leve e orgânica, deixando-nos a rir às gargalhadas com frequência. Considerando o absurdo de algumas cenas, pelos visto é tudo uma questão de contexto.


Sendo uma espécie de reboot, ou neste caso, apenas uma razão para trazer de volta um franchise querido, Táxi 5 dá cartas mais que suficientes do lado da acção, com algumas perseguições de carros e recriações a outros filmes que se inspira. É claro que o actor e realizador Franck Gastambide tem um amor especial pelos filmes anteriores e que se esforçou em mostrar que, no panorama actual do cinema, ainda é possível ir buscar recordações ao passado sem as arruinar. Foi uma tarefa que muitos falharam redondamente, pelo que apenas podemos tirar o chapéu pela iniciativa.

No fim, Táxi 5 não nos vai surpreender nem oferece nada de novo, mas apela à nostalgia e ao carinho que temos pelo franchise, sem abrir portas permanentes a mais sequelas a virem. É, acima de tudo, uma noite divertida no cinema.

Nota Final: 2.5/5


Originalmente publicado em Geek'Alm a 5 de Julho de 2018.

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