27 de novembro de 2013

Combustión (2013)


Qualquer semelhança com o franchise Velocidade Furiosa é pura coincidência. Na verdade, este filme tem mais a ver com algo entre uma mistura de O Golpe Italiano com qualquer telenovela mexicana exibida na Telemundo.

Combustión conta a história de um gangue de ladrões, Ari (Adriana Ugarte), Navas (Alberto Ammann) e Nano (Christian Mulas), que roubam casas de homens seduzidos por Ari. Um último golpe, antes de acabarem de vez e irem para Lisboa (já chego a isso), envolve o roubo da joalharia dum casal rico e perfeito, Julia (María Castro) e Mikel (Álex González), onde as coisas depois não correm tão bem.

O que incomoda aqui é o triângulo amoroso de Ari com Mikel e Navas. Ora dorme com um, ora diz que ama o outro e, no fim, ficamos com uma salganhada autêntica de uma daquelas histórias de amor superficiais e corriqueiras. O facto de Mikel ter um passado misterioso não ajuda de todo a que Ari se afaste, fazendo que este trio amoroso seja fortemente desvalorizado.


A banda sonora, pouco variada, por vezes inapropriada e demasiado alta para o filme, absorve todo o tipo de sentimento que ele poderia transmitir, mas nem tudo é mau: Do ponto técnico e de condução profissional, o filme é realmente digno de Hollywood, com um bom ritmo que acompanha a ação. Os carros são potentes. Temos aqui Porsches, Ferraris, Lamborghinis... É só escolher! Infelizmente, só tenho pena que isto tudo não seja o suficiente para sobrepor aos diversos pontos negativos, como o fraco argumento e as personagens sem profundidade, que se juntam a um filme tecnicamente "cool" mas que nunca levam o espectador a realmente entrar em combustão (salvo seja!).

Um facto curioso é que Lisboa é mencionada diversas vezes pelos protagonistas, como se fosse algum porto seguro, sem qualquer acordo de extradição para Espanha e onde há corridas a torto e a direito e Navas diz que quer correr. A zona das docas, em Alcântara, perto da Ponte 25 de Abril, faz uma aparição bastante lisonjeadora, que até no poster aparece.

Nota Final: 2/5



Originalmente publicado em C7nema.net a 26 de Novembro de 2013

14 de novembro de 2013

The Family | Malavita (2013)


Depois de uma jornada a realizar filmes de animação, Luc Besson volta ao cargo para realizar um filme que tem tanto estilo quanto se espera e que conta com a produção executiva de Martin Scorsese.

Malavita conta a história de Fred Blake (Robert De Niro), nome do qual ele adotou depois de ter feito denuncias contra a máfia nova-iorquina e de ser inserido, juntamente com a sua família, no Programa de Proteção Testemunhas, sob a supervisão do FBI e do agente Robert Stansfield (Tommy Lee Jones).

Agora deslocados para a Normandia, França, região conhecida pelo seu papel no Dia D durante a Segunda Guerra Mundial, a família, constituída por Fred, a sua mulher Maggie (Michelle Pfeiffer), os seus filhos - Warren (John D'Leo) e Belle (Dianna Agron) - e a cadela sempre fiável Malavita, tentam readaptar-se à sua casa nova.


A realização de Besson, apesar de estar longe daquilo que tanto gostamos em filmes como Leon: O Profissional está exactamente no ponto certo, equilibrando os momentos calmos, os cómicos (que são muitos) e os de acção intensa.

Quando Maggie e Fred não estão a discutir sobre a história verídica que ele anda a compor numa máquina de escrever, são os filhos, Warren, um rapaz calculista e cuidadoso com o seu meio, e Belle, a típica estrangeira gira que todos os rapazes querem, que roubam o espectáculo com o diário da vida deles.

É nos últimos 25 minutos que a coisa aquece e entra no estado de puro divertimento, com um clímax previsível mas bom de se ver por estabelecer as suas próprias regras em algo que já se viu milhentas vezes. É aqui que Malavita consegue fazer sucesso, sem grandes exageros a nível visual.

Ainda assim, não é propriamente um filme para pensar, mas é certamente uma bela sessão passada no cinema.

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 14 de Novembro de 2013

2 de novembro de 2013

About Time | Dá Tempo Ao Tempo (2013)


Pode parecer estranho, mas Richard Curtis conseguiu fugir um pouco ao lado habitual dos filmes que realiza, com a inclusão de uma componente de ficção cientifica, ainda que ao mesmo tempo mantenha os traços românticos que esperamos dele.

Dá Tempo ao Tempo conta a história de Tim (Domhnall Gleeson), um jovem que no seu 21º aniversário descobre pelo pai (Bill Nighy) que todos os homens na sua família têm o dom de viajar no tempo. Para isso só têm que ir para um local escuro e pensar no exacto momento em que querem voltar.

Entretanto, o grande objectivo de Tim é encontrar a sua alma gémea, conhecendo Mary (Rachel McAdams), e tentando pelo caminho acertar a sua abordagem para tornar as coisas perfeitas.


Tal como esperado, tudo o que podemos esperar de uma comédia romântica de Curtis está aqui. As piadas típicas britânicas são frescas, o amor é lamechas q.b. e a história até tem alguma coerência, salvo as regras impostas para a viagem do tempo serem constantemente quebradas sem grandes consequências.

Com uma realização mais matura que em O Amor Acontece, uma Rachel McAdams adorável e uma química de todo o elenco, não há muito mais a pedir de um filme como este, já que dentro daquilo que nos apresenta deixa-nos sempre cativados. Quem for fã da série popular britânica Doctor Who pode pensar que está perante um spin-off de um universo paralelo, mas com um tom menos geek
Felizmente, este lado irreal da história dá mais força à moral do filme, que procura que o espectador pense no que realmente nos deveremos focar na vida.

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 1 de Novembro de 2013

31 de outubro de 2013

Thor: The Dark World | Thor: O Mundo das Trevas (2013)


Quase seis meses depois de Homem de Ferro 3, estreia o segundo filme da Phase Two da Marvel Cinematic Universe, a caminho de Avengers: Age of Ultron.

Neste filme, Thor (Chris Hemsworth) está em processo de manter a paz entre Asgard e os Nove Reinos, enquanto Loki (Tom Hiddleston) é dado uma sentença de prisão depois dos seus feitos em Os Vingadores.


Entretanto, em Londres, Jane Foster (Natalie Portman) e a sua equipa de cientistas descobrem um local onde as leis da física não se aplicam, incluindo alguns portais onde Jane encontra Aether, uma energia poderosa que toma conta do seu corpo. Nisto, Thor vê-se obrigado a levar Jane para Asgard de modo a perceber o que se passa com ela e é aqui que Malekith (Christopher Eccleston), imperador dos elfos negros, decide invadir Asgard e apoderar-se da força brutal que ameaça o universo.

Os fãs da Guerra dos Tronos irão reconhecer logo os cenários e a forma com que Alan Taylor os apresenta só prova que foi a escolha apropriada para esta sequela, com o cuidado de mostrar os diferentes mundos únicos, cada um na sua perspectiva. O regresso de Thor não podia ser melhor, mais forte e consciente que nunca, com o objectivo de que haja paz nos Nove Reinos e a saudade que tem de Jane, deixada na Terra, motivam-no para que haja equilíbrio no seu universo.


O problema aqui reside em Malekith, que não é propriamente o vilão que dê problemas de maior ao herói, com o desperdício de ser usado de uma forma previsível. Assim, ele vem a ser o elo mais fraco do filme, com um confronto final com menos impacto do que poderia. O triângulo amoroso entre Thor, Jane e Sif é também algo que podia ter sido melhor explorado, bem longe do seu potencial. Fora isso, a acção é coerente, balanceada com uma quantidade apropriada de comédia (menos exagerada que em Homem de Ferro 3), fazendo desta obra o filme de super-heróis que ninguém vai querer perder. Loki, por sua vez, faz novamente a delícia dos fãs, com a sua personalidade maléfica, mas charmosa, que aqui continua em alta.

Infelizmente, no fim das contas, ficamos com um sabor algo agridoce, com a sensação que a Marvel está a tomar por garantido que os fãs mais dedicados comem qualquer coisa que lhes metam à frente, fazendo um filme um bocado a "encher chouriços" (ainda que seja um chouriço bom).

Um reparo para a aparição de um Vingador muito especial pelo meio. E não esquecer das duas cenas pós-créditos (na qual a segunda é dispensável).

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 31 de Outubro de 2013

24 de outubro de 2013

Escape Plan | Plano de Fuga (2013)


Numa era moderna onde preferimos relembrar as estrelas de acção do que propriamente a vê-las no ecrã novamente, Plano de Fuga tenta trazer um pouco o tom old school do cinema de acção e dar oportunidade a uma geração mais nova de ver Stallone e Schwarzenegger a darem cabo de tudo. Felizmente, não é tão mau quanto pode soar.

O filme conta a história de Ray Breslin (Sylvester Stallone), dono duma empresa de segurança, que tem como profissão testar a segurança das prisões de segurança máxima, explorando as falhas para conseguir escapar. Isto até ao dia e que a C.I.A. pede a Breslin para testar uma prisão numa localização secreta em troca de milhões de dólares. Aqui, como podem já calcular, nem tudo é o que parece, já que ele pressente que algo de errado se passa. Eventualmente, Stallone conhece Emil Rottmayer (Arnold Schwarzenegger), um prisioneiro que quer muito ser um aliado, já que Breslin planeia já a sua fuga.


O curioso aqui é que por mais que a história possa soar impossível, não foge muito aos filmes de acção dos anos 80 [entre outras fugas, Stallone já tinha escapado de uma prisão em Tango & Cash], sabendo o espectador à partida que o protagonista vai conseguir triunfar. É no desenvolvimento desse  Plano de Fuga que o filme consegue agarrar em elementos clássicos e transpô-los para a era moderna, com pequenos detalhes que vamos percebendo ao longo do caminho. O vilão, neste caso o director da prisão Willard Hobbs, é impressionante no seu jeito "educadamente mau" e com a enorme necessidade em controlar a situação. Nota-se que Jim Caviezel usa mesmo alguns elementos da sua personagem na série Sob Suspeita para criar a personagem.

De resto, o filme tem uma base sólida e básica, mas que usa como fonte de entretenimento, sabendo exactamente que não vai dar mais que aquilo que tem para oferecer, e chegando mesmo a entregar ao espectador uma cena com tanto de memorável como cliché, com Schwarzenegger, de metralhadora na mão, a gastar munições pesadas.

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 3 de Janeiro de 2013

10 de outubro de 2013

Don Jon (2013)

Joseph Gordon-Levitt estreia-se na realização neste Don Jon. O filme conta a história de Jon Martello (Gordon-Levitt), um jovem italiano-americano que interessa-se apenas por uma pequena série de coisas, entre as quais a sua família, o seu corpo e, sobretudo, a pornografia. A coisa complica-se quando, numa ida à discoteca, Jon conhece Barbara (Scarlett Johansson), uma rapariga atraente e desejosa por atenção – mas que deixa sempre Jon a querer mais.

Curioso é que por baixo dum filme que muitos possam classificar como fútil e resultado da ignorância da geração MTV, está uma obra com pés e cabeça, conseguindo fazer pensar se realmente o amor verdadeiro é algo que pode acontecer a qualquer um.


O vício de Jon pela pornografia e as suas relações traduzem-se em outros acontecimentos hilariantes, como a sua confissão destes actos na igreja, sempre com uma sentença de Ave Marias e Pais Nossos, e o cumprimento delas enquanto vai exercitar-se ao ginásio. Infelizmente, vemos isto a acontecer umas quantas vezes a mais do que gostaríamos, entrando um pouco na repetição.

Existem inúmeros outros detalhes engraçados, como a irmã de Jon sempre agarrada ao telemóvel, claramente uma crítica à sociedade actual, assim como cameos fabulosos de Anne Hathway e Channing Tatum durante um dos filmes românticos que Bárbara tanto adora.

Felizmente, as coisas ficam mais civilizadas quando Esther (Julianne Moore) entra em cena, como uma mulher madura capaz de meter algum juízo na cabeça de Jon, dando um novo e fôlego e um desenlace mais poético a um filme que primava pela irreverência.

Nota Final: 3.5/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 10 de Outubro de 2013

19 de setembro de 2013

Closed Circuit | Circuito Fechado (2013)


Numa era em que a tecnologia está em todo o lado, a explosão num popular mercado londrino parece ser um crime fácil de resolver, sobretudo quando a polícia tem detido um suspeito. Mas agora cabe aos advogados Martin Rose (Eric Bana) e Claudia Simmons-Howe (Rebecca Hall) provarem a inocência de Farroukh Erdogan (Denis Moschitto) e do seu envolvimento neste ataque terrorista. Nem tudo é o que parece e as reviravoltas são mais que muitas.

Infelizmente o filme não consegue manter o ritmo num pico interessante, exigindo o espectador a estar atento a pequenos detalhes durante as, por vezes longas, conversas e teorias da conspiração que são espalhadas ao longo da história.


Uma das condições chave sobre os advogados, que já foram amantes, é que não poderiam ter qualquer tipo de conflito de interesse e que, apesar de tudo, escondem esse facto para fazerem justiça. Mas não há qualquer tipo de química entre Bana e Hall. Fora isso, ambos têm uma actuação bastante sólida, em papéis dos quais já estamos habituados a encarar, sem maiores surpresas.

De resto, é um thriller que joga demasiado pelo seguro, apostando mais nas palavras que nas acções.

Nota Final: 2/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 19 de Setembro de 2013

5 de setembro de 2013

R.I.P.D. | R.I.P.D.: Agentes do Outro Mundo (2013)


Está cada vez mais na moda serem adaptados para cinema as bandas desenhadas norte-americanas. Enquanto a Marvel e a DC se preocupam com as suas personagens icónicas, desta vez foi a editora Dark Horse a mostrar o que tem de valor. Infelizmente, o que apresenta fica muito aquém das expectativas.

R.I.P.D. conta a história de Nick Walker (Ryan Reynolds), um detective de Boston que, juntamente com o seu parceiro, Bobby Hayes (Kevin Bacon), tem em sua posse algum ouro obtido numa intervenção. Walker, entretanto, decide que já não quer fazer parte do esquema e Hayes decide então matá-lo. Nick vai parar ao purgatório, onde fará parte da Rest In Peace Department (R.I.P.D.), uma força especial que tem como missão deter espíritos que ainda não passaram para o "outro lado" e que estão na Terra como monstros disfarçados. Aqui ele é feito parceiro de Roy Pulsipher (Jeff Bridges), um polícia à moda antiga.


Apesar do filme tem alguns momentos interessantes, esta não é uma adaptação bem executada, ao contrário de Kick Ass 2, que é um exemplo ideal no que toca a adaptações). Os efeitos especiais são fracos e a história tem personagens demasiado normais para o universo que retrata.

Jeff Bridges, por sua vez, ficou preso na sua personagem em True Grit e, de alguma forma, voltou a interpretá-la – mas numa variante menos agressiva e mais caricata. Kevin Bacon também não ajuda muito, com uma personagem sem sal.

A parte boa é que é um filme para desligar o cérebro, com alguns monstros e comédia suficiente para libertar alguns risos. Mas nada por aí além, fruto da realização de Robert Schwentke, que aqui mantém o estilo de Red.

Longe de ser um filme de banda desenhada perfeito, é uma tentativa mais ou menos positiva. O que conta é a intenção, não é?

Nota Final: 2.5/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 5 de Setembro de 2013

30 de agosto de 2013

RPG: Real Playing Game (2013)


É raro ver uma produção completamente nacional aventurar-se pelo género de sci-fi, desta vez co-realizado por Tino Navarro e David Rebordão, num filme com uma premissa bastante simples e fortes influências em videojogos: Um grupo de pessoas ricas pagam para ter uma última oportunidade para poderem ser jovens. Esta oportunidade consiste em jogar o Real Playing Game, onde cada um escolhe a personagem (avatar) que quer ser. As personagens são depois atiradas para o mapa do jogo com o objectivo, onde por cada hora que passe, uma pessoa irá morrer, seja esta morta por outro jogador, seja por escolha aleatória do próprio jogo. 

Apesar de também ter influências de The Hunger Games - Os Jogos da Fome e Battle Royale, também há uma forte componente da história "And Then There Were None" de Agatha Christie, que já serviu de base para inúmeros filmes.

Enquanto que do lado positivo encontra-se uma ideia minimamente sólida e interessante, sobretudo num filme made in Portugal, infelizmente a execução faz parte de todo o lado negativo.


Desde actores com problemas de dicção a falar inglês, outros que tentam demasiado falar em bom tom e que acabam por se espalhar um pouco, apenas os actores nativos são os únicos que se safam no meio disto.

A realização não apresenta nada para destacar, com um excesso de close-ups e um uso pouco apropriado das steady-cams, dando uma sensação de filme amador quando não devia, deixando alguma dúvida na seriedade do filme.

Entretanto, o conhecido actor Rutger Hauer acaba por aparecer num regime praticamente de cameo, enquanto que Cian Barry merece um pouco de aplauso pelo seu esforço mínimo de manter a história interessante com uma personagem digna. 

Digno também é o tema final, cantado pela Aurea, num tom muito à-la-James Bond, que é de facto um dos pontos altos do filme.


De resto, o filme não tem muito mais a oferecer. Efeitos futuristas “à tuga”, um cameo de Victoria Guerra, que considerando que é bilingue, merecia ter tido um papel a sério; e uma narrativa previsível, faz com que este RPG seja um filme repleto de boas intenções e ideias definidas, mas que na prática não se tornaram nada daquilo esperado.

Nota Final: 1/5


Originalmente publicado em Coisas da Interwebs a 30 de Agosto de 2013

8 de agosto de 2013

Fast Girls | Miúdas a Abrir (2012)


É uma imensa pena que a estreia tardia deste filme no mercado nacional estrague o seu pequeno impacto. Fast Girls foi lançado no ano passado com o objectivo de elevar o espírito dos britânicos nos Jogos Olímpicos em Londres – além de dar a perceber à selecção de atletas do país a grande oportunidade que teriam.

O filme conta a história de Shania Andrews (Lenora Crichlow), uma atleta aspirante em conseguir concretizar o sonho de representar algum dia a Grã-Bretanha. Numa competição local, ela tem como adversária Lisa Temple (Lily James), uma menina de ouro, pressionada pelo pai a ganhar todas as competições. As duas acabam por representar a Team GB num evento mundial e aprendem que, mesmo vindo de mundos diferentes, ambas têm mais em comum do aquilo que pensam.


O facto de grande parte do elenco e dos figurantes serem atletas verdadeiros ou praticarem atletismo adiciona um nível de realismo raramente visto em obras do género, sendo Fast Girls credível o suficiente para que o espectador entre neste universo. Porém, o argumento previsível, com todos os elementos-base deste tipo de filme, se não desilude, por outro lado fia-se demasiado na parte atlética da história, deixando outros elementos descompensados.

Finalmente, a banda sonora, que conta com artistas como Labrinth e Sub Focus, é o melhor do filme, no qual assenta que nem uma luva.

Nota Final: 2.5/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 8 de Agosto de 2013

26 de julho de 2013

Grown-Ups 2 | Miúdos e Graúdos 2 (2013)


Adam Sandler reúne novamente o seu grupo de amigos comediantes. Seria bom que tivessem mais e melhores oportunidades de mostrar o seu talento, pois aqui desperdiçam tempo e dinheiro que poderiam ter utilizado para algo certamente mais interessante.

Três anos depois do primeiro filme, Lenny Feder (Adam Sandler) regressa à sua cidade natal com a família, incluindo a sua bela mulher, Roxanne (Salma Hayek), aos quais que se juntam o resto dos amigos, Eric (Kevin James), Kurt (Chris Rock) e Higgy (David Spade). No último dia de aulas, os filhos ensinam-lhe que a pequena cidade onde cresceram já não é aquilo que era, onde então os pais decidem dar a festa da primeira noite de verão.

Não são muitas as cenas que sejam minimamente engraçadas, sobretudo quando há um nível de comédia que é baseada no ridículo sem nunca assumir que seja uma paródia de algum tipo.


Entretanto, grande parte das cenas parece que deveriam fazer parte de uma série televisiva ao estilo de Family Guy, mas raramente fazem sucesso. Um exemplo é a sequência inicial, que começa com uma rena a aliviar a bexiga em cima de Sandler e Hayek. Apesar de puxar o riso pela excentricidade da situação, não deixa de ser algo que foi tirado do topo da cabeça e incluída no filme "só porque sim".

O estereótipo dos membros da fraternidade universitária, corajosamente liderados por Taylor Lautner e Milo Ventimiglia, é capaz de insultar a inteligência de muita boa gente.

Já vai um longo tempo que a Happy Madison Productions, a companhia de produção que assina os filmes de Sandler, não lança algo que fosse minimamente aceitável, até mesmo dentro dos standards que antigamente tinham. Felizmente, entre outras produções lançadas recentemente, como Movie 43 e Scary Movie V, Miúdos e Graúdos 2 é o menor dos males.

Acabo o texto com um apelo aos actores comediantes: parem de fazer filmes destes. Fiquem-se pelos palcos, onde sempre têm oportunidade de mostrar o vosso verdadeiro valor.

Nota Final: 1.5/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 26 de Julho de 2013

20 de junho de 2013

World War Z | WWZ: Guerra Mundial


Caótico é provavelmente o adjectivo mais correto para descrever a adaptação do livro de Max Brooks. A palavra zombie é descartada como um termo aceitável.

O filme conta a história de Gerry Lane (Brad Pitt), um ex-funcionário das Nações Unidas, e a sua família, à procura de refúgio depois dum vírus mortal se ter espalhado pelo mundo. Enquanto a mulher (Mireille Enos) e as filhas ficam em segurança num navio militar, Gerry é forçado a regressar ao trabalho e fica responsável por encontrar uma possível cura.

O ritmo da fita é incrível. Em meros minutos vemos a cidade de Filadélfia ser completamente destruída. O tom de matar ou ser morto torna-se dominante. A realização de Marc Foster oculta quem são estes monstros.

Numa altura em que os mortos-vivos são popularizados, especialmente pela série The Walking Dead, é esperado um certo nível vindo das criaturas que outrora teriam sido humanas, algo que é demonstrado de forma diferente em World War Z. As relações familiares são um pouco desajeitadas, com o cliché de uma das filhas ter um grave problema de saúde e que a certo ponto torna-se num problema para os restantes tentarem resolver. A química familiar existente no início do filme desaparece com alguma facilidade.


O 3D, neste contexto, apesar de não contribuir com nada de maior para o filme, ainda permite que o espectador tenha uma experiência um pouco mais pessoal. A câmara, que raramente pára, e os monstros que estão quase sempre a tentar apanhar-nos de surpresa, facilitam o nosso envolvimento com o filme. Impressionante também é a banda sonora, a cargo de Marco Beltrami, que resulta genialmente bem ao transmitir um tom pacífico e sereno.

Mas, honestamente, o filme peca por ceder às pressões da censura dos estúdios, que num filme deste género é, na minha opinião, inaceitável. Não vemos grandes cenas de violência na eliminação dos mortos-vivos, muito menos uma quantidade razoável de sangue (podem esquecer a existência de gore), e não me digam que quem quer que seja que fosse passar por uma situação deste tipo não diria um único palavrão. Não faz sentido e por vezes perturba a forma como apreciamos o filme.

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 20 de Junho de 2013

13 de junho de 2013

The Internship | Os Estagiários (2013)


"O maior anúncio à escala mundial do Google!" Com esta frase posso resumir o filme inteiro, mesmo que a empresa, apesar de ter sido o assunto principal do filme, nada teve a ver com a produção do mesmo.

Os Estagiários conta a história de Billy McMahon (Vince Vaughn) e Nick Campbell (Owen Wilson), dois vendedores cujo oficio de vendas pessoais já não é como era nesta nova era digital. Assim, ambos conseguem uma entrevista para um estágio na Google e acabam por conseguir entrar. Agora, como uma equipa de renegados, têm que mostrar que num mundo dominado pela tecnologia, dois dinossauros conseguem triunfar.

A dupla de Vince Vaughn e Owen Wilson, que vimos pela última vez em Os Fura-Casamentos, volta novamente com a química esperada. São exactamente as personagens que esperamos que eles sejam numa comédia deste tipo.


É interessante ver o que se passa nos bastidores do maior e mais usado motor de busca do mundo, fora das conspirações e coisas negras que normalmente vemos nos documentários sobre a empresa. Aqui, a Google é pintada de cores vivas e representada tal como a imaginamos, cheia de motivação e produtividade, com a vantagem de ter acesso a comida gratuita e oportunidade de ir dormir uma sesta num sleep pod.

Entretanto, Rose Byrne aparece como o interesse amoroso de Wilson, só porque é necessário no fim alguém ficar com a rapariga – algo que a meio acaba por despertar alguns dos diálogos mais engraçados do filme. Finalmente, quero mencionar a cena de Quidditch. Não faço ideia se o desporto de Harry Potter faz realmente parte do estágio do Google, mas é uma ideia interessante de ver num filme que não seja do próprio Harry Potter – considerando que nos EUA é um desporto reconhecido.

Apesar de não mostrar nada de novo no género, é um filme divertido e bastante acolhedor, mostrando que às vezes a experiência de ser mais velho irá sempre servir de algo para os mais jovens.

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 13 de Junho de 2013

31 de maio de 2013

Epic | Epic - O Reino Secreto (2013)


Depois de Rise of The Guardians, aparece novamente no cinema mais uma adaptação de uma obra de William Joyce, desta vez a partir do livro "The Leaf Men" and "The Brave Good Bugs", agora chamado Epic, que conta a história de M.K. (Amanda Seyfried), uma jovem que vai visitar o pai – o Professor Bomba (Jason Sudeikis) - que é obcecado por pequenos homenzinhos na floresta.

Entretanto, estes pequenos homenzinhos existem de verdade, na forma de Leaf Men, com Queen Tara (Beyoncé Knowles) a liderar a floresta e com Ronin (Colin Farrell) e o seu aprendiz Nod (Josh Hutcherson) a protegê-la. Mas o mal vem na forma de criatura maquiavélicas chamadas Boggans, com o seu líder Mandrake a querer dominar a floresta.


Muitas das cenas de acção e magia são bastante positivas, sobretudo com os efeitos em 3D, que neste caso são uma mais-valia. O tom é por vezes duma personificação da moral ambientalista, mas felizmente não passa a linha de propaganda. A isto acresce o facto do filme ser também bastante divertido, sobretudo da dupla do caracol e lesma, que quase roubam as cenas num jeito de comédia simples e funcional. Ao ouvir a voz de Steven Tyler como o grande Nim Galuu, o sábio da floresta, percebe-se que a personagem assenta que nem uma luva ao vocalista dos Aerosmith.

Uma das coisas que o filme peca é a estrutura da narrativa que,apesar de sólida, não apresenta nada de novo e não se aventura em nada que não tenhamos previamente visto nas obras da Dreamworks. A isto acrescentam-se ainda algumas personagens banais, que pouco ou nada contribuem para o enredo, e que nitidamente poderiam ter sido melhor aproveitadas.

Nota Final: 3/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 30 de Maio de 2013

20 de maio de 2013

Admission | Aprovado (2013)


Há 11 anos, Paul Weitz co-realizou com o seu irmão, Chris Weitz, uma das melhores comédias britânicas da década passada, About a Boy. Desta vez sozinho e com alguma experiência na comédia, Paul traz-nos Tina Fey e Paul Rudd juntos num filme que tinha tudo para trazer o melhor de dois mundos: a Tina Fey de 30 Rock e Paul Rudd, actor habitual nos filmes de Judd Apatow. Porém, o realizador não usa isso a seu favor.

O filme conta a história de Portia Nathan (Fey), responsável pelas admissões na famosa universidade norte-americana de Princeton. Durante a nova temporada de candidaturas, ela encontra-se na escola New Quest, da qual John Pressman (Rudd) é director. Aqui ele apresenta-lhe Jeremiah (Nat Wolff), um estudante prodígio que apela para a simplicidade do estudante habitual, deixando Portia a duvidar do julgamento standard de Princeton.


Enquanto que liberta alguns risos simpáticos com a comédia cliché, o que Aprovado tem de melhor é o facto de nos fazer simpatizar com as personagens que se esforçam para entrar na universidade por mérito próprio e não porque os papás têm conexões, sobretudo Jeremiah, que não só é inteligente como divertido.

Infelizmente, a química entre Portia e John é da mais banal e desinteressante que anda por aí, não aproveitando minimamente o que os actores poderiam oferecer.

Nota Final: 1.5/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 19 de Maio de 2013

10 de maio de 2013

Olympus Has Fallen | Assalto à Casa Branca (2013)


O realizador de Dia de Treino, Antoine Fuqua, regressa mais uma vez à grande acção, com o primeiro filme sobre invasões e tomadas da Casa Branca (com Ataque ao Poder, a ser lançado ainda este ano).

O filme conta a história de Mike Banning (Gerard Butler), um dos principais agentes dos serviços secreto destinados a proteger o Presidente dos Estados Unidos, Benjamin Asher (Aaron Eckhart). Durante a viagem para uma angariação de fundos com a mulher, o carro do presidente despista-se, tendo Mike apenas conseguido salvá-lo a ele e deixando a sua esposa entregue à morte. Dezoito meses depois, Banning trabalha para a departamento de tesouraria, a uma curta distância da Casa Branca, vivendo uma relação atribulada com o presidente. Entretanto, este recebe uma visita do primeiro ministro sul-coreano. Durante uma reunião, forças guerrilhas armadas invadem a Casa Branca, deixando a casa mais segura do mundo à mercê de terroristas.


O argumento é razoavelmente simples, com um bom toque de intriga e muita ação, por vezes exagerada. Embora existam boas intenções, a fita fica aquém na execução.

Com as personagens a serem introduzidas, muitas vezes com subtítulos, vemos um Gerard Butler completamente agressivo, com uma atitude bastante imprudente, em contraste a um Morgan Freeman autoritário, neste caso como o presidente interino Allan Trumbull. Em suma, este é um filme que se baseia mais na adrenalina do momento, mas que falha várias vezes ao tentar impressionar e ser mais do que realmente é, parecendo muitas vezes um longo episódio da série 24.

Nota Final: 2.5/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 10 de Maio de 2013

26 de abril de 2013

Trance | Transe (2013)


O realizador britânico Danny Boyle regressa às salas de cinema com este enigmático Transe, que promete fazer muitas cabeças girar.

O filme conta a história de Simon (James McAvoy), responsável por leilões de arte, que esconde uma pintura valiosa de Goya, durante um assalto. Depois de ser agredido e de bater com a cabeça, Simon perde a memória e consequentemente do local onde está a pintura escondida. É nesta altura que o criminoso Franck (Vincent Cassel) recorre ao serviço de hipnoterapia de Elizabeth (Rosário Dawson) para o tentar fazer lembrar onde está o Goya.


É aqui que as coisas se complicam. O filme trata de memórias e como é que elas nos definem. Brincar de forma muito séria como elas pode alterar, e muito, a nossa vida.
Muitas vezes sem aviso, a história muda de curso, deixando-nos por vezes a tentar perceber qual a percepção da realidade. Quando começamos a nos habituar a esta versão da história, a coisa volta a mudar de percurso, deixando-nos nas pontas dos pés, mantendo sempre alguma expectativa e mistério.

Em consequência, perdemos a confiança nas personagens, sendo que a sua figura está sempre em risco. Acontece que quando começamos a estar do lado de uma das personagens, a nossa visão da pessoa pode mudar, deixando por vezes uma sensação de que fomos traídos.

Mas isto não importa, porque o estilo moderno de Danny Boyle faz com que toda a experiência seja mais alucinante e única, deixando os fãs de Inception - A Origem, com um sorriso na cara.

Nota Final: 4/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 26 de Abril de 2013

Iron Man 3 | Homem de Ferro 3 (2013)


O início da Phase Two da Marvel Cinematic Universe, depois de uma longa viagem que acabou com Os Vingadores, não podia ter acontecido de melhor forma.

O filme desta vez apresenta-nos um novo vilão, o Mandarim (Ben Kingsley), um terrorista responsável por algumas explosões fatais. Mas nem tudo é o que parece. Tony Stark (Robert Downey Jr.), depois dos eventos em Os Vingadores, sofre de alguns ataques de ansiedade, não conseguindo dormir, o que lhe dá tempo para construir diversas novas armaduras, especialmente a Mark 42, com uma tecnologia inovadora. Isto tem lhe trazido problemas com a sua mais-que-tudo, Pepper Potts (Gwyneth Paltrow), agora directora executiva da Stark Industries. Entretanto, esta conhece Aldrich Killian (Guy Pearce), criador do vírus Extremis, que permite a regeneração do corpo, mas que ainda está para ser aperfeiçoada.


A passagem da realização de Jon Favereau para Shane Black, não poderia ter sido feita de forma mais subtil, com o seu estilo definido noutro filme com Robert Downey Jr., Kiss Kiss Bang Bang. A acção que decorre durante todo o filme é bastante alucinante, mesmo com o nosso herói a perder tudo. O sidekick mais novo que aparece a meio da história traz-nos das melhores cenas do filme, mantendo Stark a sua personalidade narcisista e convencida. Aqui o ex-War Machine, agora chamado de Iron Patriot, armadura de James Rhodes (Don Cheadle), tem um destaque muito maior, deixando-nos conhecer de forma mais aprofundada a amizade entre ele e Tony Stark.

Entretanto, o Homem de Ferro continua a enfrentar vilões mais árduos, com o Mandarim, como o terrorista louco, e mais tarde uma série de mauzões infectados com o Extremis – e que parecem mesmo uns super-soldados feitos de lava. Infelizmente, não nos é mostrada de forma muito detalhada o desenvolvimento do vírus, deixando isso na banda desenhada original, na qual o filme tem por base.

Mesmo sem qualquer indício do que Os Vingadores 2 poderão abordar, Homem de Ferro 3 só por si é um excelente começo, que agora segue para as sequelas de Thor (2013) e Capitão América (2014).

Nota Final: 4/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 26 de Abril de 2013

20 de abril de 2013

Celeste & Jesse Forever | Celeste e Jesse Para Sempre (2012)


Numa altura em que as comédias românticas tentam reinventar-se, de vez em quando vamos encontrando algumas pérolas pelo meio, como é o caso desta história anti-amorosa, com Rashida Jones (Parks & Recreation) e Adam Samberg (Saturday Night Live).

Celeste e Jesse Para Sempre conta a história de um casal que parecia perfeito, mas que após os breves momentos iniciais do filme, veremos que estão a passar por um divórcio bastante pacífico e demasiado civilizado para o bem deles.

De um lado temos Celeste, uma rapariga bastante trabalhadora, divertida e preocupada em levar a sua vida a algum lado. Do outro temos Jesse, um artista preguiçoso que ainda está a tentar fazer com que a sua arte tenham algum tipo de sucesso, mas que se preocupa mais com a felicidade que a vida lhe pode dar.


Entretanto, os dois tentam sair com outras pessoas, o que inicialmente parece peculiar tendo em conta que são melhores amigos, Porém, Jesse descobre que engravidou uma rapariga com quem esteve três meses antes, o que o obriga a mudar de rumo.

O facto de ambos os actores terem alguma experiência no género da comédia, facilita bastante a química entre os dois, com alguns bons momentos que fazem rir o espectador casual. Para contribuir ainda mais para o humor do filme temos Elijah Wood como o melhor amigo homossexual, brincando um pouco (de forma civilizada) com os estereótipos.

No fundo, o filme é bastante humilde e modesto e aproveita-se muito bem dessa posição, com um argumento bem escrito e uma dupla que faz com que Celeste e Jesse Para Sempre seja o filme que The Break-Up - Separados de Fresco deveria ter sido.

Nota Final: 3.5/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 19 de Abril de 2013

19 de abril de 2013

Dead Man Down | Dead Man Down - Um Homem a Abater (2013)


Dead Man Down - Um Homem a Abater parece estar rotulado como mais um filme que deveria ter sido lançado logo para DVD, mas que por baixo desta capa esconde uma química razoável.

O filme conta a história de Victor (Colin Farrell), um homem que está infiltrado num gangue de Nova Iorque e que acaba por revelar que o seu motivo é simples: Vingança. Entretanto conhece Beatrice (Noomi Rapace), uma vizinha simpática e vulnerável que também tem sede de vingança pelo acidente que sofreu e que a desfigurou. Assim, acompanhamos com algum mistério os verdadeiros métodos que ambas personagens irão usar para se vingar daqueles que lhes fizeram mal, mas a química romântica entre Victor e Beatrice só prova que no amor e na guerra vale tudo.


A acção consegue ter um bom passo mas algumas vezes fica sem efeito pois trava quando menos esperamos. No que diz respeito às personagens, estas são apresentadas como seres humanos verdadeiros, por vezes com alguma consciência, mas por mais estranho que pareça, uma inexistente moral para chegar ao fim dos seus objectivos, deixando o espectador questionar-se se de facto vale ou não a pena relacionarmos com estas pessoas.

Contudo, o mais estranho desta obra é a realização de Niels Arden Oplev (responsável pela versão sueca de Os Homens Que Odeiam as Mulheres). Quando quer mostrar a cidade de Nova Iorque, fá-lo sempre num tom escuro, melancólico e bastante miserável (muito como Pierre Morel trabalhou Taken). No fundo, temos um cineasta com uma mentalidade de cinema europeu a realizar um filme mais hollywoodesco, mas sente-se que existe ali algum tipo de esforço que parece, contudo, ser em demasia.

Na essência, este não é um filme propriamente original, nem nos apresenta nada de novo, mas demonstra uma abordagem interessante para percebermos até que ponto podemos agarrar numa história já reciclada e, com as alterações certas, fazer uma fita razoável.

Nota Final: 2.5/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 19 de Abril de 2013

11 de abril de 2013

Scary Movie 5 | Scary Movie 5 - Um Mítico Susto de Filme (2013)


Quinto capítulo de uma saga que nunca ouviu a expressão "deixa estar quem está sossegado". Na verdade, Scary Movie 5 só mostra como é que se pode fazer um filme que tenta e falha miseravelmente em ter algum tipo de coesão, interesse e piada, com um argumento que parece que foi escrito numa tarde aborrecida.

As tais referências que fazem o filme são mal utilizadas, ao ponto da paródia por vezes querer parecer melhor que o filme original (como o caso de A Origem, Mamã e O Cisne Negro). As paródias desviam-se sempre pelo caminho das piadas fáceis e ridículas (que acabam por depois não ter piada nenhuma) e nem Ashley Tisdale consegue salvar o filme.


As presenças no ecrã de Charlie Sheen e Lindsay Lohan durante não mais que cinco minutos são o suficiente para nos apercebemos que ter comprado um bilhete para ir ver este filme pode muito bem ter sido a pior forma de gastar dinheiro. Gostava muito de dizer que havia algo de bom em Scary Movie 5, mas durante a sua curta duração não houve um único segundo que se aproveitasse.

Nota Final: 0/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 11 de Abril de 2013

6 de abril de 2013

Gambit | Ladrões com Estilo (2012)

Remake de um filme de 1966 com o mestre Michael Caine, nesta versão com Colin Firth, Cameron Diaz e Alan Rickman, realizado por Michael Hoffman e escrita pelos irmãos Coen, seria de esperar que o filme conseguisse puxar os fãs da comédia para um festival de risos. Infelizmente, ao fim de hora e meia de filme os risos são de lamento por não ser a comédia moderna que deveria.

Ladrões com Estilo conta a história de Harry Deane (Firth), um curador de arte que decide vingar-se contra o seu patrão irritante (Rickman) e engenha um plano genial para o fazer comprar uma pintura falsa de Monet. Mas todos os planos precisam duma bela rapariga e terá que ser com a ajuda da cowgirl PJ Puznowski (Diaz) que Deane terá que contar para triunfar.

O grande problema do filme é que, apesar de ter os elementos chave das obras dos Coen, simplesmente não transmite aquilo que deveria – os mesmos elementos que fazem com que eles sejam um duo de realizadores geniais. Mas aqui há falta deles.


A começar com o sotaque texano ridículo de Cameron Diaz e com a personagem desastrada de Colin Firth, que tenta (e falha) em fazer com que o espectador tenha algum tipo de relação com o seu curador mal tratado pelo chefe. O argumento básico e sem grande piada é mais um dos graves problemas do filme.

Entretanto há algo positivo: os asiáticos. Eles formam uma excepção realmente genial, protagonizando os únicos momentos verdadeiramente cómicos. Mereciam mais tempo de antena.

No todo, é uma má tentativa de modernizar um clássico.

Nota Final: 1/5


Originalmente publicado em C7nema.net a 6 de Abril de 2013

3 de janeiro de 2013

Alex Cross | Eu, Alex Cross (2012)


Para quem conhece Rob Coen, sabe que o realizador de blockbusters do virar do milénio Velocidade Furiosa e xXx - Missão Radical está mais que familiarizado com filmes de acção de alto risco. Coen regressa agora com uma adaptação dum dos best-sellers do autor James Patterson, Eu, Alex Cross.

A personagem de Alex Cross é igualmente uma espécie de Jack Ryan, já que Morgan Freeman também o protagonizou em A Conspiração da Aranha e Beijos Que Matam, este último ao lado de Ashley Judd e agora cabe a Tyler Perry encarar o icónico detective.

Neste novo filme, Cross vê um dos seus membros de família morto por um assassino que se dá pelo nome Picasso (Matthew Fox), onde é forçado a recorrer a medidas extremas para o apanhar.

Na verdade é que o filme não ultrapassa nada que não tenhamos visto recentemente, não surpreendendo de forma nenhuma o espectador. Cumprindo todas as regras dum blockbuster tradicional, o mesmo fá-lo por vezes com algum estilo, mas não suficiente para justificar muitas das coisas. A acção é rápida e por vezes inteligente, contendo-se em jogar pelo seguro quase sempre, comprimindo as centenas de páginas num filme de pouco mais de hora e meia.


Tyler Perry, embora tenha uma actuação medíocre no filme, vai conseguindo dar o seu ar de durão intelectual que a personagem realmente é nos livros, mas falha nas restantes emoções, não sendo nenhum Liam Nesson em Busca Implacável.

Do outro lado, Matthew Fox, mostra aqui a sua faceta mais psicopata como o antagonista da história, mas fá-lo de forma inconsistente, deixando para trás qualquer hipótese de ser um adversário ao nível de Cross.

Eu, Alex Cross tem mais momentos maus que bons, não conseguindo ser o Cross que tanto se ansiava ver no grande ecrã.

Nota Final: 2/5


Originalmente publicado em Coisas da Interwebs a 3 de Janeiro de 2013