Caótico é provavelmente o adjectivo mais correto para descrever a adaptação do livro de Max Brooks. A palavra zombie é descartada como um termo aceitável.
O filme conta a história de Gerry Lane (Brad Pitt), um ex-funcionário das Nações Unidas, e a sua família, à procura de refúgio depois dum vírus mortal se ter espalhado pelo mundo. Enquanto a mulher (Mireille Enos) e as filhas ficam em segurança num navio militar, Gerry é forçado a regressar ao trabalho e fica responsável por encontrar uma possível cura.
O ritmo da fita é incrível. Em meros minutos vemos a cidade de Filadélfia ser completamente destruída. O tom de matar ou ser morto torna-se dominante. A realização de Marc Foster oculta quem são estes monstros.
Numa altura em que os mortos-vivos são popularizados, especialmente pela série The Walking Dead, é esperado um certo nível vindo das criaturas que outrora teriam sido humanas, algo que é demonstrado de forma diferente em World War Z. As relações familiares são um pouco desajeitadas, com o cliché de uma das filhas ter um grave problema de saúde e que a certo ponto torna-se num problema para os restantes tentarem resolver. A química familiar existente no início do filme desaparece com alguma facilidade.
O 3D, neste contexto, apesar de não contribuir com nada de maior para o filme, ainda permite que o espectador tenha uma experiência um pouco mais pessoal. A câmara, que raramente pára, e os monstros que estão quase sempre a tentar apanhar-nos de surpresa, facilitam o nosso envolvimento com o filme. Impressionante também é a banda sonora, a cargo de Marco Beltrami, que resulta genialmente bem ao transmitir um tom pacífico e sereno.
Mas, honestamente, o filme peca por ceder às pressões da censura dos estúdios, que num filme deste género é, na minha opinião, inaceitável. Não vemos grandes cenas de violência na eliminação dos mortos-vivos, muito menos uma quantidade razoável de sangue (podem esquecer a existência de gore), e não me digam que quem quer que seja que fosse passar por uma situação deste tipo não diria um único palavrão. Não faz sentido e por vezes perturba a forma como apreciamos o filme.
Nota Final: 3/5
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Originalmente publicado em C7nema.net a 20 de Junho de 2013
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