Inacreditavelmente, já se passaram 14 anos desde que vimos a família Parr (ou Pêra, na versão dobrada), que com todos os seus poderes formam Os Incríveis. Em várias entrevistas, o realizador Brad Bird justificou que demorou quase década e meia para se fazer este filme muito devido à evolução da tecnologia no que toca à animação digital. Mas será que The Incredibles 2 – Os Super-Heróis é mais uma sequela desnecessária, ou vamos ter aqui uma surpresa?
A família Parr, apesar de todas as suas boas intenções, estão a custar muito dinheiro à cidade que estão a salvar. Para piorar a situação, eles são considerados vigilantes, um termo à-lá-Marvel, que é como quem diz, são ilegais.
Numa tentativa de mudar a opinião mundial e voltar a legalizar os super-heróis, os Parr são convidados a conhecer Winston Deavor, um admirador com bolsos fundos, disposto financiar o movimento da legalização, convidando vários outros super-heróis pelo mundo. Nisto, Winston escolhe Elastic-girl para ser a imagem principal, o que deixa Mr. Incredible com a responsabilidade de ser o pai que fica em casa a tomar conta dos filhos. Para dificultar as coisas, existe uma nova ameaça chamada Screenslayer, que, através da tecnologia moderna, é capaz de deixar as suas vítimas hipnotizadas à sua mercê.
Enquanto que a narrativa explora mais a fundo a razão por trás da ilegalização dos super-heróis, somos confrontados com as decisões morais e outras intenções de outras personagens, que nem sempre é possível se apanhar logo.
Por outro lado, em casa dos Parr, o bebé Jack-Jack revela a multitude de poderes que tem, algo que já tínhamos alguma noção na curta incluída no DVD, que mostrava a babysitter a lidar com a primeira situação do género. A dinâmica familiar, sempre presente de todas as partes, mostram-se mais unidos que nunca, ainda que passam grande parte do filme separados. Dividido entre ser uma comédia familiar e um filme de super-heróis, The Incredibles 2 – Os Super Heróis fogem para o lado oposto de tudo que a Marvel representa, o que sempre quebra a rotina.
Os dramas comuns, como o amor na adolescência e encarar os problemas da matemática, dão uma sensibilidade acrescida, que nós como meros mortais, podemos simpatizar.
Voltando à questão da tecnologia do cinema de animação, a ambição de se ir mais longe que nunca é clara. Se em 2004, o primeiro filme foi feito com software e técnicas futuristas, 14 anos depois vemos essa ambição num nível completamente novo. Desde os efeitos de gelo de Frozone, às variadas cenas de acção, percebemos que os passos em frente estão a dar frutos e que continuadamente só podem melhorar.
Assim, The Incredibles 2 – Os Super Heróis valeram a espera de década e meia, com tudo o que poderíamos esperar, sobretudo no que toca ao pequeno Jack-Jack que certamente deveria ter uma série de curtas.
Nota Final: 4/5
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Originalmente publicado em Geek'Alm a 28 de Junho de 2018.