22 de janeiro de 2018

Den of Thieves | Covil de Ladrões (2018)


Gerard Butler é agora, mais que nunca, uma das grandes estrelas de cinema de acção, com um lugar garantido em filmes que vão directos para DVD quando estiver à beira da reforma, tal como Chuck Norris, Steven Segal e Wesley Snipes.

Até lá, protagoniza Covil de Ladrões, escrito e realizado por Christian Gudegast, uma estreia nessa cadeira, depois de ter escrever Um Homem à Parte (de 2003, com Vin Diesel) e a terrível sequela Assalto a Londres, também com Butler no elenco principal. Com um reportório pequeno e com diversas críticas mistas, à distância é difícil perceber como este Covil de Ladrões vai correr, mas ao fim de 140 minutos de película, percebemos que existe aqui um esforço em criar algo que vale a pena viver.


Butler é Big Nick, líder duma equipa do departamento de Xerife de Los Angeles, determinado a perseguir um grupo de ladrões, que têm sido difíceis de apanhar. Ele também é o tipo de polícia que diz o género de coisas como “vocês não são os maus da fita, nós é que somos”.

Do outro lado, o grupo ladroeiro, liderado por Ray Merrimen (Pablo Schreiber), está prestes a assaltar o que se chama “o banco dos bancos”, ou como quem diz, a Reserva Federal de Los Angeles, que das múltiplas tentativas que houve na história do mundo , nunca teve sucesso. Com ele está Donnie (O’Shea Jackson Jr.) e Levi (50 Cent), que servem como uma família, onde a confiança tem que estar ao mais alto nível para tudo correr conforme planeado.


Desde já, admite-se que para uma primeira vez a realizar, Gudegast faz um excelente trabalho, ao nível dos grandes blockbusters dos anos ’90, sem que de forma nenhuma se pareça piroso.

Estamos perante um filme sério, onde os tiros são altos, tal como a quantidade de testosterona, num filme onde muitos têm apontado como altamente inspirado no clássico de Michael Mann, Heat – Cidade Sob Pressão (também conhecido como aquele filme dos anos ’90 em que Robert De Niro e Al Pacino enfrentam um ao outro).

Ainda assim, e apesar da longa duração que podia ter sido facilmente encurtada, temos aqui um filme que não pretende ser algo inovador, preferindo jogar pelo seguro com toda a sua narrativa e cenas de acção admiráveis. De facto, as melhores coisas de Covil de Ladrões é quando estamos a ouvir tiros, que são momentos que tendem ser relativamente emocionantes.


Fora isto, não posso culpá-lo por não ser mais. Ás vezes não é preciso apontar para ser o melhor filme de acção de sempre, sendo antes puro e simples, um bom filme de acção que oferece exactamente aquilo que quer, merecendo algum tipo de oportunidade.

Nota Final: 4/5


Originalmente publicado em Geek'Alm a 22 de Janeiro de 2018.

9 de janeiro de 2018

Darkest Hour | A Hora Mais Negra (2017)


A Maio de 1940, Inglaterra e França eram aliadas na Segunda Guerra Mundial contra o regime Nazi, que aterrorizava Europa com as suas invasões e métodos de violência, enquanto invadiam Bélgica e Holanda.

Mas houve um homem que mudou tudo: Winston Churchill, um homem que ninguém tinha qualquer tipo de confiança e a última pessoa a quem pensaria permitir ser Primeiro-Ministro das terras de Sua Majestade numa altura tão crucial.

É num contexto biográfico que A Hora Mais Negra mostra-nos como Churchill prosseguiu em tornar uma situação improvável numa vitória que iria mudar o rumo da humanidade como a conhecemos.


Gary Oldman interpreta um Churchill sarcástico e de temperamentos variados, personificando de forma fiel uma das grandes figuras do século XX, tendo sido o responsável por dar a ordem à grande evacuação dos soldados em Dunkirk (visto em mais detalhe na película de Christopher Nolan), salvado 300.000 homens cercados pelos Alemães.

A história foca bastante na personagem que Churchill foi, em como encara as situações que tem perante si e o peso das suas decisões, com Oldman a mostrar de forma verídica a sua sensibilidade. Da mesma forma que Anthony Hopkins interpretou Alfred Hitchcock em Hitchcock em 2012, existe um paralelismo entre estes dois actores recriarem momentos quase documentais.


Fora isso, a narrativa fia-se nos factos verídicos, mostrando os momentos chave naquilo que foi o início do mandato, com Joe Wright a realizar um filme com algumas cenas de enquadramento interessante, especialmente quando estamos em movimento.

A Hora Mais Negra é um filme que limita aquilo que quer ser, preferindo mostrar como um homem que estava contra todas as probabilidades conseguiu inspirar uma nação e, eventualmente, derrubar a tirania do regime nazi.

Um excelente filme que dramatiza em quantidades razoáveis aquilo que se passara numa altura em que a espírito de luta e sobrevivência era o principal para o povo Inglês.

Nota Final: 3.5/5


Originalmente publicado em Geek'Alm a 9 de Janeiro de 2018.