1 de março de 2019

The Prodigy | O Prodígio (2019)


Tem-se notado nos últimos tempos uma tendência de filmes que reutilizam as clássicas fórmulas de forma directa, com o único objectivo de os actualizar com as novas ideias da vida moderna. O Prodígio insere-se neste campo, com uma obra naturalmente previsível, mas nunca desce do standard estabelecido previamente pelo género.

Miles (Jackson Robert Scott) é um rapaz de 8 anos muito inteligente, com um Q.I. enorme e uma capacidade cerebral como poucas pessoas. Contudo, Miles também demonstra tendências psicopatas, às quais tudo tem uma explicação minimamente lógica e envolvem um assassino em série. Quem sofre com isto é a mãe dele, Sarah (Taylor Schilling), que acredita que Miles tem salvação e que vai em busca duma solução a modo de curar Miles das suas intenções maquiavélicas.


Tal como praticamente todos os filmes onde surge uma criança com uma veia ruim, o constante dilema de se é tudo uma farsa ou não continua presente neste filme e fá-lo duma forma bem feita, capaz de suscitar uma dúvida razoável em que nós torcemos para que tudo termine bem. Aliás, muitos dos aspectos d'O Prodígio, apesar de em momento nenhum introduzirem algo que nunca tenhamos visto antes, estão bem feitos, algo que Nicholas McCarthy tem experiência, como já vimos no caso de At the Devil's Door em 2014.

A nível de narrativa, não existe praticamente nenhum percalço ou desafio que se faça destacar, sendo este filme focado na relação de mãe-filho entre Sarah e Miles, e a missão de encontrar uma cura, enquanto vivemos na esperança que tudo se resolva da melhor forma. É neste aspecto que Scott e Schilling encaram a sua relação com extrema preocupação e familiaridade, com Scott a mostrar uma bipolaridade incrível, dividindo o tempo entre ser um rapaz inocente e um mais malvado, que certamente irão deixar muitos arrepios.


Desta forma, O Prodígio utiliza de forma eficaz o conceito ao qual se baseia, mesmo que não traga nenhuma novidade refrescante ao género. Não que isto signifique que seja necessariamente mau, pelo contrário, o que não faltam por aí são filmes que confundem a invenção ecléctica de ideias com conceitos inovadores, que acabam por prejudicar fortemente o seu produto final. Sendo assim, jogar pelo seguro foi a melhor decisão que este filme poderia ter feito, já que tudo está decentemente realizado.

Não podemos é deixar de pensar que o filme poderia ter terminado ao fim de 20 minutos, caso alguém se lembrasse de fechar a criança numa caixa para sempre. Sendo assim, lá teremos que assistir às dezenas de oportunidades perdidas para terminar isto de vez.

Nota Final: 2.5/5 (originalmente 5/10)




Originalmente publicado em Central Comics a 1 de Março de 2019.

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