9 de março de 2020

Birds of Prey (And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn) | Birds of Prey (e a Fantabulástica Emancipação De Uma Harley Quinn) (2020)



Quando Esquadrão Suicida saiu em 2016, todo o furor à volta do grupo de anti-heróis da DC Comics, o mundo ficou, em grande parte, rendido perante o estilo das suas personagens. Entre histórias bizarras dentro e fora do set, e a qualidade do próprio filme ser menor que antecipado, houve uma personagem que se destacou no meio de tantas outras e começou um movimento inteiro de feminismo: Harley Quinn. Houve algo sobre a forma que Margot Robbie encarou uma das personagens mais populares da banda desenhada, que mereceu que fosse dada uma atenção extra nos anos seguintes.

No inicio deste ano, tivemos direito à adaptação da série animada da personagem, onde o tom cartoonesco é fiel às suas origens, com um grupo de personagens conhecido e com Harley a aspirar pertencer ao Leigon of Doom, o grupo mais maquiavélico do universo. Era apenas o principio da invasão de Harley, com Robbie a regressar ao papel em Birds of Prey (e a Fantabulástica Emancipação De Uma Harley Quinn), realizado por Cathy Yan.



Neste filme, Harley decide cortar de vez qualquer relação que tinha com o seu ex-namorado, Joker, perseguindo uma vida a solo, em busca da sua redenção perante um mundo cada vez mais cruel. Quando ouve que uma jovem rapariga, Cassandra Cain (Ella Jay Basco) está em perigo, esta junta-se à detective Renne Montoya (Rosie Perez), Black Canary (Jurnee Smollett-Bell) e The Huntress (Mary Elizabeth Winstead) para a proteger o odiador de mulheres Black Mask (Ewan McGregor).

É com alguma felicidade que vemos que todo o processo mental de Harley Quinn em primeira-mão, onde a sua personalidade transparece em todos os momentos. Desde do seu charme anárquico, à sua ingenuidade carinhosa, ficamos a conhecer a fundo quem ela realmente é, numa fase de renascimento da sua vida. Esta, tendo ao seu lado mais raparigas, todas elas em situações da vida difíceis de lidar, abre uma oportunidade bem aproveitada, repleta de girl-power.



Por outro lado, o único grande defeito de Black Mask, para além de ser uma pessoa cruel, é o facto de odiar mulheres, quase sendo esse o seu super-poder. Entre as suas características, esta não é propriamente a mais forte, sendo que ela vai em função do objectivo provar aquilo que quer, e mostrar que as personagens oponentes uma razão para o querer derrotar. Mais que isso, é um vilão que serve como exemplo dos princípios morais da nova Harley Quinn. É igualmente importante referir a The Huntress como uma das surpresas mais agradáveis neste filme, considerando toda a sua história macabra, que aqui tem oportunidade de levar as coisas com alguma leveza, ao lado das suas parceiras novas.

No fim, Birds of Prey (e a Fantabulástica Emancipação De Uma Harley Quinn) é um filme bastante divisório no seu formato de entretenimento. Enquanto contém um conjunto de personagens algo interessantes, umas mais que outras, a sua narrativa mostra-se frequentemente frágil quando analisada a fundo, sendo esta distraída por caos divertidíssimo que disfarça as suas falhas. Já vimos o grupo Birds of Prey melhor retratado no universo televisivo da DC, com esse conjunto a ser levado mais a sério do que aqui, com muito mais valor que aqui visto. Ao lado da brilhante série de animação, as comparações são ainda mais desgastantes, tendo ambos por base praticamente a mesma história.


Levando tudo em conta, é difícil gostar totalmente deste filme, repleto de momentos muito altos, como Margot Robbie e Mary Elizabeth Winstead nos seus papéis, e momentos extremamente baixos, que entre tudo o resto, focamos no misógino Black Mask. Fica em aberto a possibilidade de as coisas darem uma reviravolta interessante, corrigindo o equilibro natural que este universo tanto merece. Até lá, teremos que nos contentarmos que não estamos perante um Esquadrão Suicida, mas uma pequena evolução positiva.

Nota Final: 3/5

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