11 de julho de 2020

The Old Guard | A Nova Guarda (2020)


A imortalidade é um conceito já intensamente explorado em vários meios, de múltiplas formas, ao ponto de ser necessário recorrer a outras ideias que justifiquem uma variante de viver para sempre, como é o caso dos universos paralelos. No entanto, a banda-desenhada da Image Comics, criada por Greg Rucka e Leandro Fernández mereceu agora uma adaptação para cinema, na forma de A Velha Guarda, realizada por Gina Prince-Bythewood.

Andromache of Scythia ou Andy (Charlize Theron) é a guerreira líder de um pequeno grupo de imortais que durante séculos fazem tudo para o bem do mundo vêem-se numa posição desmotivadora ao perceberem que as suas acções tiveram o mínimo de impacto. Prestes a desistir das suas missões eternas, o grupo aceita uma missão de salvamento onde são encurralados, levando-os num caminho de vingança, ao qual se junta a novata Nile (KiKi Layne), uma soldado que descobriu recentemente que é incapaz de morrer.


O que se segue é um filme que aparenta ser um grande episódio piloto para algo muito maior e mais profundo, ficando aquém das expectativas. Enquanto que a primeira metade do filme introduz as personagens e a narrativa principal, contando com o tradicional antagonista vindo do mundo maquiavélico das grandes farmacêuticas, buscando capturar o grupo para extrair o DNA deles, e depois criar produtos que prolonguem a vida de meros mortais; a segunda já mostra alguma acção perante as consequências da perseguição, que são frequentemente paradas pelo seu antagonista básico e aborrecido.

Ver Charlize Theron a retomar papéis de acção é sempre um autêntico prazer, como temos visto nos últimos anos em filmes como Mad Max: Estrada da Fúria e Atomic Blonde - Agente Especial, podemos igualmente remeter ao ano de 2005 e Aeon Flux, provando que Theron tem uma queda quase secreta por adaptações de banda desenhada.


No entanto, o restante elenco parece estar presente para suportar a actriz, tendo um raro momento de destaque, como a relação homossexual de séculos entre Joe (Marwan Kenzari) e Nicky (Luca Marinelli), que mantêm uma cumplicidade de valor, mas que de de um modo geral são desprezadas por uma narrativa quebrada, e um inimigo que não passa para além de uma figura corporativa à procura de mais lucro, custe o que custar, mais que um vilão a sério. Entretanto, a realização de Gina Prince-Bythewood é incapaz de acompanhar o ritmo da acção, principalmente durante os vários combates à-lá-John Wick, que vêem a suas qualidades quase todas elas desperdiçadas por uma realização pouco preparada para o estilo.

Dito isto, A Velha Guarda mostra um potencial interessante em reviver um conceito clássico, escolhendo não ser melhor do que sabe que consegue ser. Com a possibilidade de uma sequela a caminho, será com certeza interessante ir mais a fundo a este universo e conhecer as personagens que integram, com uma melhor tradução para cinema. Se alguma coisa, este filme apenas fez-nos ter saudades de Christopher Lambert e a série Duelo Imortal.

Nota Final: 3/5

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