4 de maio de 2019

John Wick: Chapter 2 | John Wick 2 (2017)


Após ter criado o seu pequeno fenómeno de culto, Keanu Reeves regressa no que é certamente o papel que define a sua carreira, ao lado daqueles todos que nos lembramos dos anos '90, e claro, da trilogia Matrix. Mas John Wick é um bicho diferente, um bicho onde uma premissa relativamente simples mostra o potencial de ser algo muito maior. Naturalmente, o sucesso do primeiro filme permitiu que este John Wick 2 mergulhasse no mundo que já no primeiro quis muito contar, desta vez com Chad Stahelski a solo na realização.


Horas depois do seu confronto com os russos, o regresso de John ao submundo dos assassinos fez com que um antigo associado, Santino D'Antonio (Riccardo Scamarcio) cobrasse o que lhe era devido: um favor em forma de assassínio, neste caso da sua irmã Gianna (Claudia Gerini), que ocupa um lugar na High Table, a organização criminosa-mor deste universo.

Este favor não é fácil de cumprir para John, já que este estava reformado e ainda sobre luto da morte da sua mulher, mas que não tem outra opção se quiser sair de vez. Como seria esperado, não será tarefa fácil.


Logo à partida,apercebemos-nos que estamos perante um filme recompensado com um orçamento maior, não fosse as várias viagens que John faz ao longo da película, onde é dado a conhecer o quão longe é o alcance da High Table, quem são e as devidas consequências em não jogar pelas regras deles. Quanto mais fundo vamos prosseguindo, mais percebemos que existe todo um universo a debaixo do nosso nariz, um que acaba por, mera nostalgia, reunir Keanu Reeves a Laurence Fishburne, como um dos seus aliados, ao qual se junta novamente Ian McShane, que é de longe uma dádiva para esta série.

Enquanto que o filme anterior, um primeiro passo repleto de coincidências felizes à mercê dos argumentistas, fosse eficaz o suficiente para ser perdoável todo o aspecto básico de storytelling, esta sequela já contém mais substância, ao acompanharmos um herói que apenas se quer paz e sossego, duma vez por todas. Garantidos estão os vários tiroteios e tantas outras sequências de acção, algumas gravadas duma vez, mostrando a belíssima coreografia envolvida que realmente fazem destes filmes altamente divertidos de se ver, com um terceiro acto digno dum épico.


Ainda que o seu final se sinta um pouco forçosamente para abrir portas para uma trilogia, na verdade é difícil ter qualquer tipo de problema por terem arranjado uma desculpa para vermos mais de John Wick e vermos o quão longe ele está disposto a ir contra aqueles que o querem morto.

Nota Final: 4/5

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