Fazer um filme não é uma tarefa fácil, ainda mais expor uma história que é intensamente pessoal e traduzir isso em algo que sequer se assemelhe a algo próximo de cinema. Mas, de alguma forma, Cooper Raiff atirou-se cegamente ao desafio ao escrever, realizar e protagonizar a sua primeira longa-metragem, Shithouse.
Alex (Raiff) é um estudante numa universidade, sentido-se sozinho e afastado de tudo e de todos durante o seu tempo por lá. Uma noite, ele conhece Maggie (Dylan Gelula), uma residente assistente na residência universitária que teve um dia péssimo e lhe convida para passarem tempo juntos.
Mais que tudo, Shithouse é a representação de todos os introvertidos e outros afins, incapazes de fazer conexões activamente pela faculdade, sobretudo se for um ambiente totalmente novo. Existem milhares de Alex pelo mundo no mesmo caso, abrido desde já o jogo perante o tipo de vida que o jovem vive diariamente. O elemento de novidade, em forma de uma rapariga bela, que acaba por surgir um pouco do nada, é uma demonstração em como a vida não-planeada, composta por momentos espontâneos, acabam por ser aqueles que nos fazem sentir mais felizes.
A direcção de fotografia de Rachel Klein, mostra toda a experiência de uma relação universitária na sua forma mais verdadeira e genuína, intimista e que expõe os medos de qualquer relação, entre duas pessoas que inesperadamente se encontraram. É um amor como muitos, onde Cooper Raiff explora de forma coerente a simplicidade aparente da sua premissa, que podemos admirar como um exemplo de como as coisas acontecem por alguma razão.
Ainda que por vezes caia nas trupes do costume, levadas a cabo pelas comédias românticas da geração actual, é todo o texto de diálogos que faz com que Shithouse se destaque dos outros demais, onde cada frase marca a narrativa, junto com uma pitada de comédia, onde não falta sequer uma referência a De Repente, Já nos 30!.
Com isto, Shithouse é uma obra onde vemos Cooper Raiff a revelar-se como uma dos grandes estreantes do ano, num filme que grita alto para todos aqueles que estão apenas a tentar viver, à procura daquela experiência única que lhes irá mudar para sempre as suas vidas. Jamais ousando seguir por clichés, por vezes a perspectiva da vida real é mais que suficiente para contar uma história que vem de um lugar próximo, onde conseguimos ver Raiff e Gelula de alma e coração cheio.
Nota Final: 4/5
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