28 de dezembro de 2020

The Cleansing Hour (2020)


Quando em 2016 a dupla Damien LeVeck e Aaron Horwitz impressionaram os fãs do cinema de terror com a sua curta homónima, integrante do programa de curtas do site da especialidade Bloody Disgusting, foi muito fácil ver que aquela história tinha muito mais para contar. Demorou cerca de três anos até que The Cleansing Hour chegasse agora numa longa-metragem, onde a espera parece ter valido muito a pena.

Father Max (Ryan Guzman) é um "padre" que fazer "exorcismos" ao vivo via as suas livestreams, com uma legião de seguidores muito fiel e fanáticos pela sua missão religiosa. Afinal, Max está a salvar pessoas dos seus demónios; mas na verdade não passa de uma fraude narcisista em busca de fama, com uma plataforma que não passa a nada mais que mero entretenimento, criado juntamente com o seu melhor amigo Drew (Kyle Gallner). A certo dia, o que era suposto ser apenas mais uma transmissão torna-se no pior pesadelo de qualquer um, quando a "vítima" é Lane (Alix Angelis), namorada de Drew, que é possuída por um verdadeiro demónio, testando ao limite o seu espectáculo.


O que poderia ser apenas mais um filme com exorcismos, nada podia preparar-nos para o que vinha, tomando de assalto qualquer preconceito que tenhamos com este sub-género de filmes, onde o demónio é verdadeiramente assustador e, através de uma multitude de truques na manga, mostram muito bem a forma que LeVeck e Horwitz expandiram a sua curta-metragem para um dos melhores filmes do ano.

Max tem uma hora para mostrar aquilo do que é realmente feito, à mercê de um demónio que está disposto fazer refém uma rapariga inocente, sem escrúpulos ou medo, numa obra repleta de diálogos intensos e onde o terror chega-nos debaixo da pele. Até a abordagem da exploração do tópico das redes sociais, que frequentemente não passam da futilidade do que realmente são, é em The Cleansing Hour utilizado para causar dor e sofrimento ao impostor.

Mesmo quando o filme envereda por outros caminhos, estes mais dentro da investigação, que se assemelham ao melhor episódio de Caçadores de Demónios de sempre, este é capaz tornar todos os elementos em verdadeiros momentos de um sonho muito mau, sem o mínimo de esforço.


Ainda que por vezes os efeitos especiais parecem estranhos, não é suficiente para arruinar a experiência, sobretudo com um elenco que cumpre e bem os seus papéis; mas é Alix Angelis quem leva o prémio pelo desempenho multi-facetado e aterrador.

Com isto, The Cleansing Hour é um dos melhores exemplos em como tornar um conceito provado em algo que vai muito para além das expectativas, virando ao contrário todos os clichés esperados deste tipo de filme, provando que com alguma originalidade é possível surpreender e deixar-nos com um medo muito verdadeiro.

Nota Final: 5/5

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