5 de novembro de 2018

Fahrenheit 11/9 (2018)


O mundo está virado do avesso. Países a elegerem presidentes cujos interesses não favorecem o povo, conflitos mundiais a mudarem o curso da história e outras coisas afins que só questiona a nossa fé na humanidade. Mas Michael Moore regressa, mais uma vez e com boa razão, com Fahrenheit 11/9, um documentário sobre como Trump se tornou no homem mais poderoso do mundo.

A culpa disto, como Moore faz questão em começar esta história, aparentemente cai sob Gwen Stefani, num chamariz onde Trump quis se mostrar ser mais popular que a cantora e apresentadora do The Voice. Por outras palavras, Nunca a frase “This sh*t is bananas…” fez tanto sentido, porque as coisas acabaram mesmo por ficar bem abanandas e Trump é assim o 45º presidente dos Estados Unidos da América. A pior parte é que ele nem queria correr a sério.


Moore mostra uma série de situações da vida real, entre as quais a crise social do tratamento de água em Flint, no estado de Michigan, que terminaram com sérias consequências, muitas delas mortais, ainda na administração de Obama e como as decisões dum governante capitalista fizeram sofrer milhares de pessoas. Mais, o tiroteio na escola de Parkland no inicio do ano e a greve de professores em West Virginia, também são tema abordados com o objectivo de mostrar o que aconteceu e como a instabilidade política quase invisível no Estados Unidos causa problemas praticamente irreversíveis.

Com isto, Moore passa a mensagem que acredita que a culpa não seja inteiramente de Trump, mas sim de um mal muito maior que envolve a população, com situações a acontecerem noutras administrações de presidentes anteriores, sendo elas a serem amplificadas com um espécie de bully no cargo político mais alto.


Fahrenheit 11/9 faz o seu melhor para não tratar o seu espectador de forma condescendente, mas sim informar de um ponto de vista mais pessoal e através de intervenientes directos, a realidade que vai mais para além daquilo retratado nos media. A comparação com Hitler também não é feita de forma descabida. Afinal, se se contar a história sem nomear nomes, existe um paralelismo indistinguível entre os dois homens e para onde caminhamos, pouco a pouco.

Mas uma coisa é certa: As Coreias irão, esperamos nós, dar por fechado o capítulo de 65 anos da divisão dos dois países e é provável que Trump tenha sido quem ajudou isto a acontecer. Ah, e Dennis Rodman, o ex-jogador da NBA auto-denominado melhor amigo de Kim Jong-un.

Nota Final: 4/5 (originalmente 8/10)


Originalmente publicado em Central Comics a 5 de Novembro de 2018

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