4 de novembro de 2018

Spring (2014)


O amor acontece, ou assim parece ser no segundo filme do duo Aaron Moorhead e Justin Benson, que após uma estreia em grande com Resolução Macabra, decidem agora tomar outro rumo nesta história de amor, em Spring.

Evan (Lou Taylor Pucci) é um rapaz com uma vida que ficou mais complicada após a morte da sua mãe, que lhe leva a embarcar numa viagem até Itália, onde conhece a bela Louise (Nadia Hilker), uma rapariga encantadora com um segredo bastante obscuro. 

Considerando o que sabemos sobre o duo criativo, sabemos imediatamente que vem daí algo muito diferente do que é esperado na tradicional história amorosa, daquelas que conquistam corações no Dia dos Namorados. Mas mesmo com os elementos bizarros, Spring é uma aventura que quer muito abrir o coração e pôr à vista as suas vulnerabilidades.


Enquanto que Resolução Macabra cingiu-se a um perímetro restrito, Spring explora o mundo, neste caso através de uma pequena cidade italiana muito tradicional, onde Moorhead e Benson fazem bom uso de vários recursos visuais. Rapidamente também percebemos que desta vez existe uma sensibilidade de cinema Europeu, daquelas em que as nuances vêm ao de cima, trocando frontalidade por algo mais discreto.

É dessa discrição que Spring é capaz de surpreender mais à frente, quando as grande revelações mudam os parâmetros do filme: de repente a rapariga de sonho tem um grande defeito. Esta revelação é feita de uma forma extraordinária com um one-shot pelas típicas ruas italianas, muitas delas estreitas, onde a textura das paredes sobressaem à decoração clássica da zona. Em apenas dois minutos, tanto Evan, como o espectador ficam a par da situação que terão que enfrentar. É neste último terço que faz com que os outros dois tenham valido a pena ver crescer.


Ainda que começamos com uma tragédia, existe a sensação que algo sombrio poderá acontecer a qualquer momento. Mas quando acontece, o desfecho tende ser mais positivo que esperado, o que faz com que Spring agarre em todos os clichés do género e os adapte um bocadinho para aderir à sua estranheza inerente. É por isto que amamos contos Lovecraftianos.

Com isto Spring é um romance fora do normal que não quer ser apenas mais um filme apaixonante, com personagens que nos pedem uma preocupação genuína e uma história que vem mudar as dinâmicas previsíveis de uma forma que poderá chocar quem estiver à espera de algo contado linearmente. Para os restantes, têm aqui um filme para descobrir o verdadeiro significado de amor incondicional.

Nota Final: 5/5

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