31 de janeiro de 2021
The Little Things | As Pequenas Coisas (2021)
Synchronic | Sincrónico (2019)
28 de janeiro de 2021
Promising Young Woman | Uma Miúda com Potencial (2020)
13 de janeiro de 2021
Run | Corre! (2020)
Quando Aneesh Chaganty, em conjunto com o argumentista Sev Ohanian, ofereceram-nos em 2018 um dos thrillers mais interessantes do ano, com Pesquisa Obsessiva, era claro como o dia que a dupla tinha muitas mais cartas debaixo da manga. Dois anos mais tarde, eis que estreia Corre!, continuando o seu legado no cinema de terror.
Diane (Sarah Paulson) é a mãe protectora de Chloe (Kiera Allen, na sua estreia no cinema), uma jovem com diversos problemas médicos e que requer uma monitorização constante, inclusive sendo uma estudante em casa. Um dia, Chloe suspeita que a sua mãe lhe está a esconder algo sobre a sua medicação, que causa um grande problema familiar.
É com uma incrível construção de tensão que Chaganty articula com Paulson e Allen cenas genuinamente assustadoras, enquanto torcemos por Chloe na sua busca da verdade, enquanto Diane é a personificação máxima de o que é uma mãe galinha, onde nada lhe irá impedir de proteger a sua filha do mal.
Estamos perante uma obra que desde cedo nos intriga, ao lançar algumas pistas a demonstrar alguma da estranheza da vida de Chloe, desde da sua condição física, estando ela dependente de uma cadeira de rodas; à quantidade abismal de medicamentos que a mesma tem que tomar para as suas várias doenças, passando pelo facto de ela não ter um smartphone ou acesso permanente a um computador. Todos estes elementos são mostrados de forma casual, mas são capazes de incomodar o suficiente para que as suspeitas se levantam logo de inicio.
Considerando que passamos a maioria do tempo com Diane e Chloe, é de louvar a actuação de Sarah Paulson, que tem uma espécie de magnetismo para papéis como estes, onde recentemente vimos algo semelhante em Ratchet, uma das mais recentes séries da Netflix, e que aqui continua a sua loucura inerente. Do outro lado, está Kiera Allen, que está à frente da representação de actores com deficiências físicas, ao qual ela e Chaganty foram capazes de utilizar as circunstâncias para benefício da narrativa, e pelo meio, tornar Allen numa das grandes jovens promissoras do cinema independente.
Com isto, Corre! pode agarrar numa fórmula clássica, com uma margem de manobra muito reduzida e em troca, é capaz de combinar umas das melhores actrizes com facilidade de personificar a loucura e uma jovem promessa, num filme onde escapar, seja de que forma for, é a ordem do dia. Se Aneesh Chaganty e Sev Ohanian manterem esta parceria no futuro, é certo que terão muito para contribuir ao género
Nota Final: 3.5/5 (originalmente 7/10)
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Originalmente publicado em Central Comics a 13 de Janeiro de 2021.
3 de janeiro de 2021
Archenemy (2020)
2 de janeiro de 2021
Fatman | Missão Vingança (2020)
O Natal sempre foi uma época estranha para o cinema de acção. Afinal, as eternas discussões sobre se Assalto ao Arranha-Céus é, ou não, um filme festivo; ou se Shane Black tem uma panca por esta altura do ano, tendem dominar as festas com aqueles amigos mais cinéfilos. Acontece que a dulpa de realizadores e argumentistas Eshom e Ian Nelms têm outros planos para celebrar o Natal, com Missão Vingança, uma tradução bizarra do título original, Fatman.
Chris (Mel Gibson) é, sem sombra de dúvida, o Pai Natal, cujo trabalho anual envolve gerir toda uma operação logística com a sua mulher, Ruth (Marianne Jean-Baptiste) e entregar prendas no sapatinho às crianças boas e pedras de carvão às crianças menos boas. Infelizmente, o pequeno gangster Billy Wenan (Chance Hurstfield), não achou muita piada à prenda que tinha tanto de original como de utilidade para uma criança e decide recorrer aos serviços de Skinny Man (Walton Goggins), um assasino contratado, para matar Chris.
Se em papel isto tudo soa a uma ideia relativamente interessante, é porque de facto o contexto do qual motiva toda esta narrativa quase roça o génio, sobretudo num mundo repleto de crianças mimadas, produtos de hereditária e meio ambiente, naquilo que chamamos vida real. Seja como for, a experiência proporcionada tinha tudo para dar certo, até poder surpreender na sua abordagem. No entanto, o que fica, é apenas um filme de série-B algo sólido na execução.
A ideia de manter a piada dentro de um universo realista é talvez um dos pontos mais imperativos que Missão Vingança tem, jamais caindo inteiramente na paródia de si mesmo, algo que seria muito fácil de fazer. Invés disso, existe um verdadeiro filme de acção onde as circunstâncias atenuantes das suas personagens principais, quase só servem de pano de fundo, mas que são aproveitadas para oferecer um factor diferenciador dentro do género; tudo sem ser estúpido ou levar-se demasiado a sério.
Enquanto que o seu pouco charme pode pôr o filme de lado como O filme de Natal para se ver todos os anos, a verdade é que pais por todo o mundo estarão certamente contentes por finalmente terem um herói da qual podem admirar. Mesmo que esse herói em tempos possa ter dito e feito algumas coisas condenáveis em Hollywood e que está desde então em busca de redenção. Mas essa conversa, creio eu mencionada anteriormente em Na Sombra da Lei, terá que fica novamente para outra altura.
Assim, Missão Vingança não ficará marcado como um clássico, mas ganha por ser um filme minimamente divertido, nas partes que realmente contam.
Nota Final: 3/5 (originalmente 6/10)
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Originalmente publicado em Central Comics a 2 de Janeiro de 2021.