Após quase duas décadas de filmes de super-heróis e pseudo-anti-heróis, pelo meio contámos com algumas adaptações de banda desenhada mais adultas, desde Watchmen - Os Guardiões, a V de Vingança, ou mais recentemente Officer Downe - O Filme; apelando a um público diferente. Foi neste sentido que após o sucesso de Daniel: Amizade Aterradora, Adam Egypt Mortimer escreveu e realizou Archenemy, produzido pela Spectrevision de Elijah Wood.
Max Fist (Joe Manganiello) é um herói doutra dimensão, que para prevenir a ruína de Chromium, teve que escapar através de um buraco negro, que transcende o tempo e o espaço, até cair no planeta Terra, onde não tem poderes. Quando Max conhece Hamster (Skylan Brooks), um jovem jornalista guerrilha disposto a ouvi-lo, os dois formam uma amizade, enquanto que Indigo (Zolee Griggs), irmã de Hamster, está envolvida com o mundo de traficantes de drogas, liderada por The Manager (Glenn Howerton).
O que se segue é hora e meia de um híbrido entre animação neon e um filme de acção de série-B, onde Mangianiello está à frente ao centro da sua redenção, perseguido pelas aventuras que lhe atormentam e do seu arqui-inimigo, na forma de Cleo (Amy Seimetz). Ainda que dois terços do filme rondam a vida de Max e a sua vinda até ao planeta Terra, há um certo charme na sua atitude, que o torna minimamente interessante, demonstrando o talento de Mangianiello como protagonista e possível herói de acção, podendo ser algo reconhecido para além do seu trabalho em True Blood, Magic Mike e Deathstroke na nova versão de Liga da Justiça. Por outro lado, são excelentes sidekicks, mas a maioria do seu potencial é inexplorada. Mesmo os ditos vilões deste filme são incapazes de se fazerem destacar que os outros demais, optando pelo jogo seguro.
O que Archenemy tem de positivo é na forma nua e crua como assume o seu DNA, mesmo com todas as suas falhas, por mais bizarro que alguns dos seus conceitos possam ser, ao qual teria sido bom ver mais momentos da animação e passado mais tempo a conhecer Chromium e a vida de Max por lá, invés da sua miséria no nosso planeta, com uma narrativa reduzida a pouco mais que um filme de acção tradicional.
Com isto, Archenemy é mais um passo interessante na carreira de Adam Egypt Mortimer e a sua colaboração com a Spectrevision, que tem trazido algumas propostas que valem a pena estar atentos. Dividido entre inovar com os seus conceitos mais cientifico e fiar-se na brutalidade da acção, a sua hesitação traduz-se num filme mediano, mas decente o suficiente para entreter.
Nota Final: 3/5
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