Aaron Moorhead e Justin Benson são dois nomes com uma legião de seguidores e com razão. A dupla que na última década começou numa cabana solitária no meio da floresta, seguido por um conto de amor inspirado por H.P. Lovecraft e voltou à floresta para dar a conhecer um culto com uma ideia muito distinta do que veríamos até então; são os mesmos que produziram After Midnight, de Jeremy Gardner e Christian Stella, num filme de monstros que era sobre tudo excepto o monstro. Com um orçamento maior, a ambição de levarem as suas ideias a um novo patamar chegou na forma de Sincrónico.
Steve (Anthony Mackie) e Dennis (Jamie Dornan) são dois paramédicos numa Nova Orleães ainda em recuperação, quando durante os seus turnos, testemunham uma série de pessoas feridas ou mortas em circunstâncias estranhas e a presença constante de uma nova droga sintética, Sincrónico. Com Steve a descobrir que tem pouco tempo de vida, este decide investigar os efeitos desta droga potente e descobrir os seus efeitos, levando-o por caminhos que jamais pensaria chegar.
Não é de estranhar que este tenha sido o próximo passo de Moorhead e Benson, com todos os elementos de ficção científica a serem-nos presenteados de uma forma mais inovadora que outros que temos visto nos últimos anos, mostrando como estamos conectados com o universo e o nosso lugar nele, por mais pequeno que este seja. É neste amor visível por contar as histórias de género, e os seus esforços aplaudíveis.
Ainda que por vezes o ambiente possa ficar algo pesado, tal como qualquer novo conceito que desafie a realidade como a conhecemos, a ciência neste caso é apenas um motivo para explorar o carácter das personagens presentes e como elas reagem às alterações do seu mundo, invés de focar inteiramente na mudança da mecânica do seu universo físico. Isto permite-nos estar mais próximos com Steve e Dennis, dois homens cujas vidas são tão diferentes, mas que preservam uma amizade genuína, enquanto exploram os mistérios da vida, da morte e tudo pelo meio.
Aproveitando um orçamento um pouco maior, mas mantendo todo o efeito indie. Moorhead e Benson tiveram a oportunidade de trabalhar com dois actores mais conhecidos e levá-los para um filme de género; enquanto, talvez, consigam dar mais atenção aos filmes incríveis que têm feito nas suas carreiras; uma parceria onde a realização de Benson oferece uma dinâmica única e a cinematografia de Moorhead dá cor e forma ás histórias que a dupla escreve.
Assim, Sincrónico marca como um dos melhores filmes do ano, com uma abordagem, que apesar da sua motivação cientifica, é principalmente pela sua perícia em dar-nos personagens tri-dimensionais num universo fora do comum que este se torna inesquecível.
Nota Final: 5/5
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