Jennifer Garner regressa ao grande ecrã, novamente no papel duma mulher num filme de acção, coisa que já não acontecia há muito.
Foi na televisão que a actriz ganhou o estatuto de ser uma das grandes mulheres-de-armas, com Sydney Bristow em ALIAS – A Vingadora, que ao virar do milénio tomou de assalto o género de acção, ao lado de Kiefer Sutherland em 24.
Mas, passados tantos anos, será que Garner ainda tem o que vale? Bem, sim e não.
Em Peppermint, Garner é Riley North, uma mulher de família que faz tudo o que pode para que a sua filha Carly e marido, Chris (Jeff Hephner), tenham a melhor vida possível. Durante uma visita à feira de Natal local, Carly e Chris são mortos a tiro por um gang, enquanto que Riley fica gravemente ferida.
Depois da sua recuperação, esta consegue identificar com sucesso os assassinos daquela noite, mas um juiz corrupto permitiu que saiam ilesos. Por consequência, Riley jurou justiça e não descansa até todos os envolvidos estarem mortos.
Há três pontos importantes a considerar em Peppermint: A realização de Pierre Morel, que trouxe de volta ao estrelado Liam Nesson com Busca Implacável e que está a tentar fazer o mesmo com Jennifer Garner; o argumento de Chad St. John, que à parte deste filme, tem no seu currículo a sequela Assalto a Londres e… uma curta do The Punisher? O que me leva ao terceiro ponto: Sim, St. John escreveu a curta The Punisher: Dirty Laundry que surpreendeu tudo e todos quando foi exibido com algum secretismo durante a San Diego Comic Con em 2012.
Tudo isto é relevante para se compreender o caminho que levou até Peppermint, pondo a experiência de Riley North ao lado do nosso amigo do bairro Frank Castle, as semelhanças são mais que óbvias.
Apesar do percurso de Riley ser diferente, a mesma tirou 5 anos da sua vida para treinar artes marciais, aprender a disparar armas de assalto e matar de forma criativa todos os que falharam o sistema judicial.
Por mais sucesso que ela tenha, estamos perante um filme que todos elementos de anti-herói por uma causa, mas onde não conseguimos empatizar a onda de violência causada, mesmo que não exista nada maior que o amor de uma mãe. Neste caso, é um amor com balas, armamento militar e facas. Onde já vimos isto antes?
Com isto, resta-nos quase duas horas de violência gratuita, bocejos dramáticos quando somos relembrados da sua causa e uma vontade inerente de considerar se esta é a verdadeira mostra de igualdade de direitos. Spoiler alert: Não é.
Nota Final: 1/5 (originalmente 2/10)
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Originalmente publicado em Central Comics a 29 de Setembro de 2018
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