Um dia, vocês irão ler neste blog uma crítica minha de uma comédia romântica ou qualquer outra coisa lamechas. Mas hoje não é esse dia. Hoje é um dia em que vos irei falar de um filme feito com milhares de balas: Mile 22.
Com a silly season do Verão a terminar, eis que Peter Berg, mais conhecido como o realizador que mais trabalho dá a Mark Wahlberg, aparece em cena com um filme que desta vez não é baseado em factos verídicos.
Quando Li Noor (Iko Uwais), um polícia indonésio aparece à porta da Embaixada dos Estados Unidos, munido de um disco rígido que contém a localização de material nuclear roubado, pede, em troca da palavra-passe que o desbloqueia, asilo. Para isso, uma equipa especial secreta, constituída por James Silva (Mark Wahlberg), Alice Kerr (Lauren Cohen), Douglas (Carlo Alban) e Sam Snow (Ronda Rousey), tem como missão levar Li até ao aeroporto onde estará o avião que o irá extrair do país, a 22 milhas da embaixada.
Claro que num filme de escolta, as coisas nunca correm conforme o plano e existem diversos obstáculos que irão fazer tudo para que as personagens não cheguem ao seu destino.
O que vem a partir daqui são muitas balas e cenas de acção umas atrás das outras, com quase hora e meia de cenas em que há cortes demasiado rápidos, ao ponto de se perder quem é quem e o que realmente estão a fazer. Mesmo durante os momentos mais dramáticos, há uma vontade descabida de andar aos tiros ou à porrada, como se isso resolvesse tudo. Neste filme, às vezes resulta...
O grande ponto alto é mesmo Iko Uwais, mais conhecido pelo seu talento nas artes marciais, tanto como actor em filmes como The Raid, onde também é coreógrafo de muitas das cenas de luta. O parecer natural desviar-se de armas brancas e retaliar meramente com as suas mãos e pés é incrível de se ver no grande ecrã e certamente demonstra o quão bom ele é.
Do outro lado temos... Bem, o resto do elenco, que não são mais que cópias de personagens-tipo que já foram mais que vistas pelos mesmos, com excepção de Mark Wahlberg, que desta vez tem um tique de puxar um elástico no pulso porque é sobredotado. Foi algo falado durante a montagem nos créditos iniciais, mas de relevância para o desfecho do filme, zero. Deixem lá o homem fazer o que faz melhor que é acertar cada tiro cada melro como o bom soldado que é.
No fim, temos um filme de acção que tinha tudo para que fosse decente acima da média, apesar da ideia não ser nova, teve uma abordagem diferente daquilo que já se fez antes, como 16 Blocks (2006) com Bruce Willis.
Nota Final: 2/5
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Originalmente publicado em Cinema à Rolha a 3 de Setembro de 2018.
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