19 de janeiro de 2020

Prisoners | Raptadas (2013)


Durante o inicio da sua carreira, Denis Villeneuve focou-se na realização de vários dramas que passaram ao lado de muitos, isto até à estreia do seu primeiro filme feito em Hollywood, com um elenco reconhecido pelo seu talento, que junto com as suas capacidades de storytelling, culminou em Raptadas.

Durante um jantar no Dia de Acção de Graças, nos subúrbios de uma pequena cidade em Pennsylvania, Keller Dover (Hugh Jackman) e a sua família vêem-se no seu pior pesadelo quando a filha deles, Anna (Erin Gerasimovich) desaparece, juntamente com Joy (Kyla-Drew Simmons), a filha de um casal amigo. Cabendo ao Detective Loki (Jake Gyllenhaal) encontrar as jovens raparigas, as suspeitas recaiam sobre Alex (Paul Dano), um rapaz com dificuldades cognitivas, incapaz de dizer onde elas estão.


Assim que nos apercebemos da gravidade da situação, sentimos de imediato um peso sobre os ombros e um fogo na alma, enquanto partilhamos o desespero destes pais que andam à procura das suas filhas, custando-lhes tudo. O filme rapidamente nos prende quando reviravoltas subtis nos deixa curiosos em perceber o que está a acontecer e quem é o verdadeiro culpado; tendo oportunidade de ver o caso a desenvolver-se pelos olhos de Keller, como pai, e de Loki, um detective disposto a fazer tudo para que tudo se resolva a bem, mesmo que isso signifique dobrar um bocadinho as regras.

Durante duas horas e meia, existe uma agonia interior ao vermos a narrativa desdobrar todos os seus segredos, desde pequenos detalhes, pertinentes à resolução do caso, a momentos de alta tensão, ao vermos pessoas a reagirem como seres humanos violentamente desesperados para terem de volta a sua família, tendo em mente que a partir daqui nada será igual.


Deste modo, Denis Villeneuve mostra-nos com uma calamidade incrível como é possível adaptar um sub-género perdido pelos anos '90, como por exemplo Resgate, com Mel Gibson, um sucesso da sua altura. As coisas são muito diferentes em Raptadas, ao explorarmos os cantos deste pequeno subúrbio, pelas ruas enlamadas e as florestas densas, com uma realização minuciosamente planeada; contando com Jackman e Gyllenhaal, dois protagonistas a encararem papéis que certamente irão ficar na memória.

Assim, a introdução de Villeneuve às massas é feita com um filme cuja história se sente a pressão na pele, quase a um ponto traumático, mas que não poderia ter sido melhor, com um dos destaques do cinema da década passada. Sete anos depois e após uma revisita, ainda causa uma grande impressão.

Nota Final: 5/5

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