16 de janeiro de 2020

Spectre | 007: Spectre (2015)


Em três filmes, nunca vimos tamanha variedade nas abordagens a James Bond numa só era, contando com o introdutório Casino Royale, o aborrecido e barulhento Quantum of Solace e o emocionante Skyfall. Cada um deles, como falando anteriormente, tem os seus pontos fortes e fracos, e todos têm um factor referencial que lhes torna únicos na sua forma. Contente com o sucesso do último filme, Sam Mendes dá uma segunda oportunidade à franquia, desta vez com 007: Spectre.

Após os acontecimentos do filme anterior, Bond (Daniel Craig) está, novamente, a desobedecer as suas ordens, enquanto persegue uma missão só dele, perseguindo algumas pistas que lhe levam à descoberta de  Ernst Stavro Blofeld (Christoph Waltz), líder da sociedade secreta Spectre. Com uma nova aliada, na forma de Madeleine Swann (Léa Seydoux), cabe a Bond ir até ao fim ao destruir o grupo terrorista de vez.


Sam Mendes inicia o filme com um one-shot brilhante, onde seguimos Bond durante uma celebração do Dia dos Mortos no México, transparecendo toda uma cultura, que para muitos com certeza era desconhecida, ao ponto de hoje estas celebrações igualarem as suas recriações ficcionais, pois era muito mais discretas. É uma cena que, de certa forma, diz ao mundo que é desta que iremos ver Bond na sua forma final.

Essa é uma promessa que é maioritariamente cumprida, com um conjunto de objectivos-chave a serem claramente definidos e concretizados, onde conhecemos Mr. Hinx (Dave Bautista), um assassino com muita garra, oferecendo um sub-plot minimamente interessante. No fim, tudo está ligado, como se de um pequeno e discreto universo tivesse a ser criado, culminando todos os acontecimentos até aqui.


Por outro lado, o vilão, ainda que seja bastante sombrio, não é explorado com o máximo de potencial, ainda que podemos ver  o quão maquiavélico e cruel Christoph Waltz consegue ser, conseguindo ser algo assustador; enquanto que Léa Seydoux prova ser uma das Bond Girls mais interessantes até agora, sobretudo no que toca à sua autonomia e pro-actividade na resolução dos vários obstáculos.

É desta que sentimos genuinamente que James Bond está a mostrar todas as suas cores, a funcionar em conjunto. Não só a narrativa, que apesar de contar com algumas missões paralelas, acabando desviar a atenção da história principal, esta combina bem todas as personagens na obra, tendo quase todas elas uma participação com algum impacto; como também todos os elementos que adoramos dos filmes estão presentes em boa medida, entre cenas de acção cativantes e uma perseguição de carros entre um Jaguar e um Aston Martin, com dois dos carros mais fascinantes.


No fim, Sam Mendes optou por não imitar a sua abordagem anterior, dando aqui uma nova e mais completa experiência da vida de James Bond, como sempre o quisemos ver, podendo ficar orgulhoso caso este fosse o fecho de uma das melhores eras do agente secreto mais famoso do mundo.

Nota Final: 4.5/5

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