6 de setembro de 2020

32 Malasana Street | O 3º Andar: Terror na Rua Malasaña (2020)


Já durante muitos anos, o cinema espanhol tem oferecido propostas de grande interesse e entretenimento, algo que tem vindo a ser mais aparente com a estreia de muitos filmes nas nossas salas. O terror, este género que tem talvez um grupo forte de fãs, sabe que da a sua variante espanhola tem um sabor diferente; e eis que aparece O 3º Andar: Terror na Rua Malasaña, realizado por Albert Pintó e inspirado por uma história verdadeira que decorreu num dos bairros mais emblemáticos de Madrid.

O ano é 1976 e durante o que é chamada a transição espanhola, uma família do campo decide mudar-se para a cidade para uma vida melhor, esta percebe que a casa tem alguns problemas sérios de assombramento, com uma figura idosa e aterrorizar os novos habitantes, de forma a arruinar as suas sanidades mentais e emocionais, como nunca antes viram.


Estabelecendo a localização para o que será agora uma paragem obrigatória para qualquer fã de terror que visite Madrid, estamos perante um filme que contém todos os elementos clássicos de uma casa assombrada, utilizando e muito bem, todas as suas cartas tradicionais esperadas do género. O facto de o mesmo decorrer durante a década de ’70, permite que haja tecnologia básica suficiente para oferecer grandes sustos, muitos deles que certamente irão deixar pele de galinha nos espectadores mais susceptíveis aos sustos.

O seu tom acerta, em grande parte, no alvo certeiro, com uma mistura de jump-scares e cenas cuidadosamente desenvolvidas para maximizar o medo, como uma onde a televisão é utilizada com o veículo para causar grandes transtornos, e que funciona de forma muito eficaz. Do mesmo lado, o foco no elemento familiar e o seu status socioeconómico, permitindo que o terror seja sentido mais próximo de nós, da qual é importante destacar Begoña Vargas, no papel de Amparo, que quem mais no convence da realidade que o filme impõe.


É igualmente aparente que houve um esforço na resolução de alguns do problemas de narrativa que o filme cria, introduzindo uma força externa para a sua resolução. Infelizmente, essa abordagem acaba por se sentir sentir um pouco fora do contexto que o este até aquele momento estabelece, e uma explicação para o assombramento que não tem tanto impacto quanto que intende.

Assim, O 3º Andar: Terror na Rua Malasaña pode não introduzir nada de inteiramente novo num género com fãs repletos de paixão, mas que é sólido o suficiente para fazer dos clichés habituais algo surpreendente, capaz de cortar a respiração e fazer-nos tapar os olhos, de vez em quando.

Nota Final: 3.5/5 (originalmente 7/10)

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Originalmente publicado em Central Comics a 6 de Setembro de 2020.

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