9 de agosto de 2019

Booksmart | Booksmart: Inteligentes e Rebeldes (2019)


Durante 2019, os coming-of-age têm sofrido uma espécie de renascimento em forma de cinema de auteur, com filmes como Mid90s de Seth Rogan e Eighth Grade de Bo Burnham nos mais destacados dentro do género. Agora é a vez da actriz tornada realizadora Olivia Wilde com Booksmart: Inteligentes e Rebeldes, com uma reviravolta diferente.

Amy (Kaitlyn Dever) e Molly (Beanie Feldstein) são duas melhores amigas que passaram o secundário todo dedicadas em terem boas notas, de modo a garantir que entrassem nas melhores faculdades, algo que foram capazes. Mas quando descobrem que os desleixados da turma também conseguiram notas suficientemente altas para boas faculdades, enquanto passaram o secundário todo em festa, as duas decidem que, por uma noite, vão se divertir ao máximo.


Neste mundo, crescer parece ser uma tarefa difícil quando tudo aparenta estar do contra, por isso seria de esperar que o duo de amigas estivessem mais que preparadas para conquistar o bairro. O que não esperavam era que chegar à festa mais divertida ia ser uma missão quase impossível.

Novamente vemos um olhar moderno de o que é a adolescência norte-americana, obcecados pelas redes sociais e as aparências que dão a quem lhes vê do lado de fora. Mas Booksmart: Inteligentes e Rebeldes vai um passo em frente e atira com muitas das regras tradicionais pela janela, proporcionando uma aventura com um objectivo simples: diversão, duma forma, ou doutra.

Acompanhamos Amy e Molly numa altura onde vemos que a amizade é algo frágil para os adolescentes, mas que em vários momentos de confusão conseguem superar as suas dificuldades, começando por uma festa num iate, seguindo até um jantar dum homicídio mistério, organizada pelos alunos dramáticos das artes performativas, onde esperamos que cheguem, finalmente, à grande festa desejada; tudo isto enquanto nos rimos às gargalhadas por mil e um motivos. Quem rouba o espectáculo é Gigi (Billie Lourd), uma das personagens mais cómicas de todo o filme, quebrando o ritmo com as suas maneiras eclécticas.


Houve uma altura durante os anos '00 que filmes desde género eram dominadas por Judd Apatow, que tem estado focado como produtor doutros projectos, mas que Olivia Wilde aqui encontra uma sensibilidade feminina muito bem vinda, abordando temas mais sensíveis duma forma casual, sobretudo na exploração da sexualidade de Amy, que gosta de raparigas. Esta sensibilidade é também suportada por um ensemble veterano composto por Lisa Kudrow, Will Forte, Jason Sudeikis e Jessica Williams, todos eles especialistas na comédia e sabem realmente como aliviar toda a tensão duma forma elegante.

Há que prezar a originalidade com que Wilde decide abordar o cinema na sua estreia na realização de longas-metragens, com uma atenção inata ao detalhe e manter o tom leve e sendo sério quando necessário, reservando pelo meio algumas surpresas para aqueles que também vão de viagem com Amy e Molly. Fica prometido que não se irão arrepender.

Nota Final: 3/5

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