18 de agosto de 2019

Ma (2019)


Na continuação da dominação mundial de produzir filmes de terror, a Blumhouse envereda novamente por um caminho que nos põe a questão de confiança naqueles que chamamos adultos, no mais recente filme realizado por Tate Taylor com Ma.

Maggie (Diana Silvers) é uma jovem que se mudou recentemente para uma pequena cidade em Ohio, após ela e a sua mãe Erica (Juliette Lewis) terem sido abandonados pelo pai. Na escola, ela rapidamente conhece Andy (Corey Fogelmanis), Haley (McKaley Miller), Chaz (Gianni Paolo) e Darrell (Dante Brown), tornando-se no seu novo grupo de amigos. Pelo meio conhecem Sue Ann (Octavia Spencer), uma senhora que trabalha no hospital veterinário da zona, que lhe faz vários favores como comprar álcool ou oferecer a sua cave para as festas dos adolescentes.

Acontece que Sue Ann, ao que os jovens lhe dão a alcunha de Ma, esconde terríveis segredos e as suas intenções maliciosas tornam-se perigosos, enquanto que descobrimos quem realmente é Sue Ann.


O filme demora muito tempo a revelar o foco principal da sua premissa, restringindo-se a mostrar apenas pequenos detalhes, em formas de flashback, da arrepiante personalidade de Sue Ann, levando as coisas a todo um outro nível a partir do meio da película. Só nessa altura é que o medo começa a ser real e a ameaça é vista como um sério risco à vida destes jovens ingénuos. Isto rapidamente se torna num problema na falta de captação para o investimento pelas personagens envolvidas ser dado pelos espectadores, que por esta altura já dispensaram as suas capacidades de querer saber.

A ideia de uma senhora mais velha, tornada psicopata, devido à sua experiência de vida, e aterrorizar adolescente, é de facto uma boa ideia em papel, não tendo aqui sido executada de uma forma mais enlouquecida, algo que certamente funcionaria em seu benefício.


É sabido que Tate Taylor fez um excelente trabalho com As Serviçais, que lhe valeu diversas nomeações em prémios e o Óscar para Melhor Actriz Secundária a Spencer, e Get on Up, uma biografia de James Brown; mas foi em A Rapariga do Comboio que mostrou um interesse em realizar filmes com uma componente de adrenalina, que aqui se estende novamente com o apoio da produtora de Jason Blum.

Ma poderia ter sido um melhor filme se soubesse aproveitar de uma forma mais original o enredo base tradicional, não colocando propriamente qualquer reviravolta que contribui para a surpresa da sua narrativa. Octavia Spencer vale a pena destacar pelo seu papel assustador, considerando a sua filmografia. Mas fora ela, tudo o resto parece descorado, ficando para trás.

Nota Final: 2/5

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