30 de dezembro de 2020
Love and Monsters (2020)
28 de dezembro de 2020
Shithouse (2020)
The Cleansing Hour (2020)
Spontaneous (2020)
23 de dezembro de 2020
No Escape (Follow Me) | #SemSaída (2020)
Vindo da eterna saga do cinema de terror pós-moderno, onde a Internet e as redes sociais têm que, de alguma forma, ser o centro da tecnologia utilizada para causar medo, vem #SemSaída (com hashtag incluído e tudo), escrito e realizado por Will Wernick.
O filme conta a história de Cole (Keegan Allen), um pseudo-YouTuber que irá celebrar o seu 10º aniversário de carreira com uma surpresa numa viagem que o leva até à Rússia. Com ele está os seus amigos Erin (Holland Roden), Dash (George Janko), Thomas (Denzel Whitaker) e Sam (Siya), que o levam até um escape room, o que esperam ser uma das experiências mais únicas de sempre, uma promessa que Cole nunca irá esquecer.
Ignorando o facto que Wernick realizou um filme sobre um escape room em 2017 - titulado Escape Room e não confundir com o Escape Room de 2019, este realizado por Adam Robitel - é de estranhar que volte a bater na mesma tecla, num ambiente demasiado semelhante para ser coincidência. Ou afinal, Wernick está numa missão de adaptar para cinema as inúmeras experiências proporcionadas pelos escape rooms do mundo. Mas muito disto não bate certo.
A dada altura, um dos grunhos russos diz aos nossos amigos "por mais verdadeiro que possa parecer, vocês estão em segurança", como se uma frase tão dramática não fizesse soar alarmes na cabeça de qualquer um. Levando isto e junta-se uma ingenuidade estúpida, quase estereotipada, de um certo tipo de YouTuber que tanto amamos odiar; e, na verdade, Cole é mesmo muito estúpido. Ou pelo menos assim o aparenta, pela forma que navega pelos puzzles mortais.
Mesmo quando o filme tenta impressionar com as suas reviravoltas óbvias, o facto de nem sequer se esforçar a fazer algo minimamente original é desapontante, ao ponto de quase gritar "plágio" a cada 5 minutos.
SAW e Hostel ficariam muito tristes ao verem o que as suas obras acabaram por inspirar, com #SemSaída a roubar descaradamente do mesmo género de filmes que deseja homenagear ou sequer mostrar influência. Até SAW, que acabou por criar todo um universo de sequelas, descaindo para um contexto nonsense do cinema comercial, mantém a sua integridade com a sua coerência e capacidade de reconhecer que não basta só fazer número. De alguma forma, nem a Blumhouse tocaria neste filme, nem com um pau de 5 metros.
E nós já vimos a Blumhouse a fazer coisas muito más. Minimamente toleráveis. Mas más...
Nota Final: 0.5/5 (originalmente 1/10)
• • •
Originalmente publicado em Central Comics a 23 de Dezembro de 2020.
9 de dezembro de 2020
Jiu Jitsu (2020)
8 de novembro de 2020
Possessor (2020)
Quando Brandon Cronenberg lançou em 2012 a sua primeira longa-metragem, Antiviral, as comparações como as expectativas que o seu filme estivesse ao nível daqueles feitos pelo seu pai, David, foram muitas. Afinal, ser o filho de um dos realizadores mais reconhecidos pela proliferação de um dos mais grotescos sub-géneros do terror, o chamado body horror, não seria fácil. Foi com o sucesso de Antiviral que o mundo se apercebeu que a maçã não cai muito longe da árvore, mas Brandon foi mais longe do que apenas seguir as pisadas do seu parente; iniciou um caminho todo seu. Foram precisos oito anos até que este fizesse o seu regresso, desta vez com Possessor.
Tasya Vos (Andrea Riseborough) é uma agente de uma organização secreta, que utiliza a tecnologia de microchips cerebrais para inabitar o corpo de outros, tornando-os em assassinos natos para uma clientela disposta a pagar o preço. O seu mais recente trabalho, esta irá habitar a mente de Colin Tate (Christopher Abbott), para assassinar a sua namorada, Ava (Tuppence Middleton) e o pai dela, John (Sean Bean), abrindo caminho para um novo CEO de uma empresa de tecnologia.
Cronenberg apresenta assim uma das obras mais horríficas do inicio da década, subtilmente levada pela narrativa obscura, repleta de sangue e momentos mais fora-da-caixa; demonstrando a sua capacidade inata de contar uma história que causa calafrios e demonstrar perfeitamente o seu sentimento. Talvez uma das suas maiores provas é ser um alto-conceito sangrento, algo que muitos provavelmente não achariam que seria uma boa combinação, mas que o realizador faz na perfeição, sem qualquer esforço. Desde uma palette de cores que podem ir do desinteressante para o alarmante em tempo recorde, às decisões chave das personagens e à forma de como a tecnologia funciona, tudo em Possessor claramente tem um propósito muito real.
Num momento em que o cinema de terror está surgir com um interesse mais nuance, Possessor poderia, com muita facilidade, ser um episódio de Black Mirror; com algo altamente intrigante à medida que vamos percebendo como a tecnologia poderá ser explorada para benefício dos mais ricos e que o futuro próximo será, de facto, o nosso fim.
Deste modo, Possessor é um dos filmes mais incríveis do ano, causando todo o tipo de sentimentos mais no cérebro, com sequências de deixar qualquer um boquiaberto, existindo espaço para toda a experimentação que o sub-género está associado. Este não é um filme qualquer, com uma intenção clara que causar a maior impressão possível, seja que, em alguma altura, pareça um truque dissimulado. Apenas desejamos que não demore mais oito anos a regressar ao grande ecrã.
Nota Final: 5/5
29 de setembro de 2020
Antebellum | Antebellum – A Escolhida (2020)
20 de setembro de 2020
Rent-a-Pal (2020)
19 de setembro de 2020
The Babysitter: Killer Queen (2020)
18 de setembro de 2020
Sputnik (2020)
O cinema russo por vezes ganha um destaque mundial e por mais raro que seja, quase nunca desaponta, pelo menos no surrealismo dos conceitos que apresenta. Tal foi o caso de um mega-blockbuster chamado Guardians, que na altura surpreendeu o mundo e foi apelidado de ser o Vingadores russo; no ano passado o tão falado Why Don't You Just Die!, vencedor do Prémio MOTELX – Melhor Longa de Terror Europeia / Méliès d’Argent 2019; e agora Sputnik, que traz ao planeta Terra um ser do universo além.
Realizado por Egor Abramenko, na sua estreia nas longas-metragens, e escrito por Oleg Malovichko e Andrei Zolotarev, em Sputnik o ano é 1983, onde conhecemos Tatyana (Oksana Akinshina), uma psiquiatra sob investigação devido aos seus métodos menos convencionais. Recrutada pelo Coronel Semiradov (Fedor Bondarchuk), para falar com o único sobrevivente da tripulação, Konstantin (Pyotr Fyodorov), este que esconde dentro do seu corpo um ser alienígena.
Para quem se lembra de Vida Inteligente, um filme de 2017 que passou ao lado de muitos, rapidamente se apercebe de uma possível pseudo-sequela russa, mostrando aquilo que um extraterrestre é capaz de fazer quando chegasse cá. O paralelismo com a obra de culto O Primeiro Encontro, de Denis Villeneuve, também são existentes, conseguindo fazer uma mescla interessante da qual James Cameron estaria razoavelmente orgulhoso.
Tal como seria esperado, a sua sensibilidade da União Soviética demonstra uma abordagem muito fria e sombria de um grande acontecimento deste género, aliado a uma limitação tecnológica que permite que as personagens ganhem uma profundidade emocional perante a situação particular da qual se encontram. De facto, o filme faz muito para que as explicações sejam o mais científicas possível, com um foco igualmente grande na análise psicológica, movido por uma narrativa com alguns elementos dramáticos, ainda que estes sejam menos bem conseguidos, sobretudo durante a parte final que parece um pouco apressada.
Entretanto, é que louvar toda a experiência de terror que o filme propõe, enquanto conhecemos esta criatura espacial e como é estudada nas instalações industriais. Existe uma quantidade certa de violência, repleto de sangue e gore, muitas vezes remanescente do cinema de série-B, mas este é sobretudo contido numa frieza que jamais encontraríamos na sua versão espectacularmente fútil de Hollywood, que certamente iria reduzir a emoção em algo mais frenético.
Dito isto, Sputnik é um excelente esforço em trazer para a frente a qualidade do cinema russo, num contexto que com certeza irá agradar a fãs de género, principalmente aqueles que procuram uma proposta alternativa, valendo também pela possibilidade de ver as coisas noutra perspectiva que senão o patriotismo tradicional norte-americano.
Nota Final: 3.5/5 (originalmente 7/10)
• • •
Originalmente publicado em Central Comics a 18 de Setembro de 2020.