28 de junho de 2020
Yummy (2019)
O cinema de terror europeu sempre levou as inspirações dos grandes mestres dos clássicos, como George A. Romero, John Carpenter, ou Tobe Hooper, com uma seriedade diferente do usual. Enquanto que pelo velho continente, podíamos contar com Dario Argento, a verdade é que na Europa o terror sempre foi visto como um monstro muito bizarro, com exemplos recentes como Baskin e Housewife de Can Evrenol, ou o divertidíssimo Sneekweek, de Martijn Heijne, que provam em modos muitos diferentes aquilo que somos capazes de fazer neste lado do mundo. Eis que entra Yummy, um filme belga e a mais recente adição ao Shudder, realizado por Lars Damoiseaux e escrito em parceria com Eveline Hagenbeek.
Quando Alison (Maaike Neuville) decide visitar um hospital que promete diminuir o tamanho do seu peito a um baixo preço, as coisas tomam um rumo estranho quando um zombie é libertado pelos corredores, acurralando os pacientes que estão lá dentro, deixados à sobrevivência. Felizmente, Alison não está sozinha, estando ao lado do seu marido Michael (Bart Hollanders), que sofre de hemofobia, reagindo muito mal quando vê sangue; algo muito inútil nestas situações.
Há algo de extremamente hilariante como de estúpido em Yummy, que vai para além das expectativas no que diz a ser um trash film a homenagear todo o divertimento de baixo orçamento dos filmes de género dos anos '80, como também os muitos filmes da Troma, podendo até existir paralelismos com o português Mutant Blast, pelo menos no que toca no seu tom e quantidade de sangue e violência que vamos encontrando ao longo do caminho.
No entanto, é impossível não ficar com a impressão que um filme como este teria feito melhor sucesso há uma década atrás, durante todo o hype do regresso dos zombies, podendo ter-se tornado num filme de culto como os conhecemos hoje, pois apesar da sua narrativa básica e das suas muitas piadas baratas, junto à banda sonora alta e efeitos especiais claramente mal-pensados, tudo isto acaba por fazer parte do seu estranho charme, mesmo que frequentemente cruze a linha do tolo só para tentar libertar algumas gargalhadas.
Assim, Yummy assume-se com muito orgulho como um filme de série Z, mostrando o que acontece atrás das portas fechadas de um hospital suspeito, ainda mais que ofereçam serviços de cirurgia plástica, que como é visível, não vai correr muito bem. Propositadamente mau, é de uma posição desejável filmes deste calibre serem tão divertidos, ao qual é de tirar o chapéu.
Nota Final: 3/5
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