23 de julho de 2019

Power Rangers (2017)


A nostalgia é algo que é capaz de apelar o melhor em nós, que somos muitas coisas, mas acima de tudo somos fã de uma coisa da qual temos um grande carinho e que somos capaz de guardar e defender. Depois há aqueles que são os verdadeiros donos dessas mesmas propriedades que deixam outros explorar aquilo que nos é tão querido, onde o cepticismo por ser novo entra em acção. Foi assim que me senti quando o reboot de Power Rangers foi lançado em 2017.

A junção de uma mão cheia de adolescentes com problemas vários, Jason (Dacre Montgomery), Kimberly (Naomi Scott), Billy (RJ Cyler), Zack (Ludi Lin) e Trini (Becky G) são forçados a servirem juntos contra um mal maior em forma de Rita Repulsa (Elizabeth Banks). Sob a ajuda de Zordon (Bryan Cranston) e Alpha 5 (Bill Hader), este reboot dos heróis adaptados do original japonês vêm-se numa situação da qual o único escape é cumprirem até ao fim o seu chamado destino.


À primeira vista, Power Rangers não é mais nada senão um tradicional filme de adolescentes que após uma má experiência ganham super poderes e são fortes o suficiente para serem os únicos que podem salvar a Terra. A diferença é que têm duas horas e uma vilã que pouco ou nada serve senão mostrar que a união faz a força.

Esta abordagem moderna é exaustivamente insonsa na sua maioria, sendo que as coisas só começam a ficar interessantes durante a última meia hora de filme, que é sobretudo quando tudo está no seu auge. Os Power Rangers já estão nos seus terríveis fatos em CGI, com os seus veículos mais ou menos fixes e com a acção a decorrer. Até lá é tudo um grande teste à paciência enquanto toleramos uma história de origem comparável com o segundo reboot de Quarteto Fantástico, mas nem de perto tão mau.


No entanto, é razoável esperar uma coisa dentro do mesmo género que a série de televisão, que ainda vai dando cartas, mas com um orçamento maior. Sim, os efeitos da sua versão em televisão parecem saídos duma banda desenhada, algo que faz parte da identidade e que aqui se acha ser melhor que isso. Mas é de uma curiosidade tremenda em como este filme lançou as carreiras de Dacre Montgomery, que viria aparecer pouco tempo depois na segunda temporada de Stranger Things, e Naiomi Scott, que encantou o mundo como Jasmine no live-action de Aladdin e irá protagonizar a nova versão d'Os Anjos de Charlie mais tarde este ano. Entretanto, irá haver um novo reboot de Power Rangers com novos actores, ignorando por completo o star power que estes dois actores têm agora.


É importante referir que Adi Shanker produziu uma curta para adultos no âmbito do seu Bootleg Universe, intitulada POWER/RANGERS, que poderia ter sido expandida para um filme ou uma série numa das plataformas de streaming, ao estilo de como a Netflix e a Marvel fez com alguns dos seus super-heróis. Da mesma forma que parte do elenco original se juntou com outros ex-actores das séries de Power Rangers se juntaram para fazerem Legend of The White Dragon, um filme que, por questões legais, está a evitar a tudo o custo todas as associações directas ao seu material original, fiando que é bom suficiente para que seja associado apenas de forma implícita pelo espectador. Estes esforços colectivos (e independentes), apenas mostram que existe uma comunidade disposta a levar a ideia destes heróis a outros níveis, algo que é completamente admirável.


Sendo assim, este reboot é uma tentativa que não é inteiramente má, mas que merecia muito mais que uma mera história de origem, com uma personagem mais ameaçadora e uma liberdade muito maior em ser algo verdadeiramente incrível, considerando o seu orçamento, capaz de homenagear as suas humildes origens. Teremos que esperar pelo novo reboot, ainda sem data prevista, mas cruza-se os dedos para que saibam o que andam a fazer.

Nota Final: 3/5

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