25 de julho de 2019

The Sacrament (2013)


Em Novembro de 1978, o mundo conheceu um dos maiores massacres alguma vez vistas, quando um total de 918 pessoas foram encontradas mortas num agrupamento conhecido por Peoples Temple, um culto que prometia uma vida melhor e independente. Ti West inspira-se, e muito, para mostrar a sua versão destes acontecimentos infernais em The Sacrament.

Quando Patrick (Kentucker Audley) recebe uma carta da sua irmã Caroline (Amy Seimetz), que vive na comunidade remota de Eden Parish, este aborda Sam (AJ Bowen) e Jake (Joe Swanberg), dois colaboradores para o site de notícias VICE, no âmbito de documentarem a experiência na comunidade durante a viagem de Patrick.


O filme é divisível em duas partes, a primeira que estabelece aquilo que estamos a lidar, uma comunidade aparentemente feliz por estar ali, pois caso não fosse pela Eden Parish, provavelmente estariam a viver na rua. A segunda é as consequências da perturbação do seu isolamento por partes destes três visitantes, que lhes indica que existe um mundo lá fora que vale a pena viver.

É realmente uma viagem numa montanha-russa, onde vamos ouvindo alguns testemunhos daqueles que vivem naquela terra e que não têm nada senão gratidão para aquele que chamam de Father (Gene Jones). Mas como esperado, nem tudo é o que aparenta, com os seus seguidores a provarem a sua lealdade ao seu comando, irrompendo a violência.


Ti West mostra-nos esta experiência em primeira mão pelo olhos daqueles que pouco ou nada sabem no que se meteram, fora o preconceito natural que têm perante o termo "culto", com uma oportunidade satisfazer a curiosidade mórbida. Naturalmente que as coisas acabam por correr mal, com um mártir disposto a morrer pela sua causa, mas não sem garantir que aqueles que o amam também sofram o mesmo destino, onde os protagonistas têm que sobreviver os horrorosos ataques.

É numa vertente de found-footage que acompanhamos toda a acção, propondo uma verdadeira sensação que estamos a viver a situação em directo e a cores, destacando a entrevista entre Sam e Father, que marca o inicio do fim. Há muitas cenas grotescas e repletas de violência que poderiam ser classificadas como gratuitas, mas que são eficazes para provarem o ponto da loucura dos seguidores de Eden Parish e aquilo que estão dispostos a fazer, contrariamente ou não.


É com uma extrema fé que vemos a olhos vistos uma culminação duma situação que passou de inofensiva q.b. para o pior cenário possível em meros minutos, num filme que quer proporcionar uma ideia muito real daquilo que aconteceu em 1978, com ligeiras adaptações modernas. É um trabalho bem feito por parte de todo o elenco, que encara tudo duma forma genuína, como de Ti West, que não teve medo de expor um mundo que com certeza existe por aí além.

Nota Final: 3.5/5

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