27 de janeiro de 2019

The Upside | Novos Amigos Improváveis (2019)


Após ter andado em diversos festivais norte-americanos em 2017 e 2018, o remake de Amigos Improváveis chega pela mão de Neil Burger, com Kevin Hart e Bryan Cranston a protagonizarem.

Em Novos Amigos Improváveis, conhecemos Dell Scott (Hart), um homem cuja vida após a prisão não tem sido fácil, tendo vastas dificuldades em encontrar um emprego e conciliar as visitas com o seu filho, Anthony. Dell é preguiçoso, sempre à procura dum atalho que acabe com dinheiro fácil na mão. Isto até conhecer Phillip Lacasse (Cranston), um autor e conselheiro de negócios tetraplégico, que necessita dum cuidador a tempo inteiro.


Os caminhos de ambos cruzam-se e eventualmente Phillip dá uma oportunidade a Dell de mostrar o que consegue fazer quando se esforça, criando uma amizade que muitos olham de lado. Mas esta amizade abre muitas portas para a bondade de um e outro.

Tendo como base um filme francês, adorado pelo mundo, a premissa não muda muito entre ambos filmes, sendo cada um adaptado ás suas necessidades culturais, sobretudo no retrato da imigração, um ponto muito importante na obra original. É nessa adaptação que as coisas acabam por se descair, tendo o filme uma sensibilidade francesa numa fórmula de Hollywood.

O dito star-power de Hart e Cranston, à qual se junta Nicole Kidman, deveria ser mais que suficiente para que este remake tivesse mais originalidade na narrativa, algo que neste caso prefere focar na quantidade de momentos cómicos, que por sua vez nem sempre são bons. É na busca constante de ter piada que o verdadeiro potencial de Novos Amigos Improváveis que fica muito àquem aquilo que poderia ser: uma extensão do filme de Olivier Nakache e Éric Toledano.


É difícil levar com alguma seriedade um filme cuja acessibilidade não constrói uma experiência mais cativante, tendo uma obra que reconhece a sua inspiração, mas que oferece algo de novo e único, acabado por recriar demasiadas cenas do filme original, eliminando por completo qualquer curiosidade que poderiam ter, caso não tivessem visto antes. Assim, esta cópia não serve muito mais do que mudar a língua e pouco mais sobre uma narrativa que, num panorama norte-americano, não apresenta nada de novo.

Novos Amigos Improváveis falha deste modo em ser algo diferente, mesmo respeitando o seu source material, agarrando no melhor da versão francesa e americanizar algo, enquanto mantém uma sensibilidade europeia. Suportado pelo elenco, este filme é passível, mas não perdem nada se vos passar ao lado.

Nota Final: 2.5/5

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