26 de outubro de 2018

Bajo La Rosa (2017)


Lidar com o desaparecimento da própria filha nunca poderia ser algo fácil, sobretudo se o sequestrador aparecer à nossa porta à procura da resposta de uma pergunta vaga. É com base nessa premissa que o realizador Josué Ramos cria a tensão por detrás do seu mais recente filme, Bajo La Rosa.

Quando Julia (Elisabet Gelabert) e Oliver (Pedro Casablanc) sabem que a sua filha, Sara (Patrícia Olmedo), foi raptada por um homem que quer aparecer em casa deles, a família entra num jogo psicológico, onde a única coisa que o homem de negro (Ramiro Blas) quer é que eles admitam um erro que cometeram, revelando vários segredos que irão mudar estas pessoas para sempre.

Em busca deste segredo, o homem de negro nunca revela o seu nome, apenas as suas intenções de se fazer descobrir a verdade que o motivaram às suas acções, deixando nós espectadores a perceber tudo ao mesmo tempo que família sequestrada. Todos são culpados de alguma coisa má, sendo esta a oportunidade de se redimirem de um erro que nem eles próprios sabem se é aquilo que o homem de negro procura.


Claro que as quase duas horas de filme garantem que não acertam à primeira a razão deste homem ter cometido um crime de rapto, mas não deixa de ser intrigante descobrirmos pouco a pouco o porquê das motivações. Aliás, só muito mais perto do final do filme é todas as decisões tomadas fazem sentido, dando assim espaço para uma análise sobre quem é realmente o vilão desta história.

Por outro lado, o ritmo do filme é onde se descai mais, dando muitas vezes voltas desnecessárias em torno do homem de negro, que, apesar de trazer muita tensão, acaba por cair na repetição dos seus erros. Um exemplo é este agir como mero espectador, deixando que os membros da família confessem vários acontecimentos que acham que seja a verdade que ele procura, pressionando na culpa. Nem sempre resulta, quase sempre faz com que se volte à estaca zero com apenas uma consequência que, apesar de ser levada com seriedade, não avança tão bem a narrativa tanto quanto se gostava.


Com isto, Bajo La Rosa é um thriller intenso, com uma narrativa de deixar qualquer com um ataque de ansiedade. No entanto, poderia ter beneficiado uma duração mais curta e momentos em que sentimos que o risco é verdadeiramente real antes do clímax, que esse sim merece toda a nossa atenção.

Nota Final: 2.5/5


Originalmente publicado em Cinema à Rolha a 25 de Outubro de 2018

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