14 de outubro de 2018

Heavy Trip (2018)


Longe, nas terras nórdicas, ali para os lados da Finlândia e da Noruega, existem centenas de grupos de bandas, praticamente elas todas baseadas em algum sub-sub-género de metal que normalmente reflecte a vida e a ideologia daquela área do norte da Europa. É aqui onde conhecemos os Impaled Rektum, banda fictícia que lidera o filme Heavy Trip, realizado por Juuso Laatio e Jukka Vidgren.


Turo (Johannes Holopainen) e os seus amigos têm uma banda de metal, com o seu sub-género rotulado como "symphonic post-apocalyptic reindeer-grinding Christ-abusing extreme war pagan Fennoscandian metal" (não me peçam para traduzir isto). No fundo metal pesado com uma forte ligação a renas.

Ao fim de 12 anos a praticarem várias músicas e covers, o grupo decide que está na hora de tocarem ao vivo, motivados por uma visita de um promotor dum festival de metal da Noruega, os rapazes farão de tudo para poderem lá estar.

Logo desde do primeiro momento, percebemos que o filme vai fazer todas as paragens estereotípicas das nossas personagens metaleiras: cabelos compridos, guarda-roupa preto e um gosto musical que para muitos seria um gosto adquirido. Também existe um interesse amoroso entre Turo e Mila (Minka Kuustonen), uma rapariga loira de olhos claros. Finalmente e porque a fórmula exige, também temos Jouni (Ville Tiihonen), um artista de pimba local que despreza Turo e tenta impressionar Mila.


À primeira semelhança, vermos o grupo unido remete para a memória da série de animação clássica da Adult Swim, Metalocalypse, sobre um grupo de metal a viajar pelo mundo em concertos, com todo o tipo de situações absurdas e cómicas pelo meio. Heavy Trip até poderia ser uma espécie de sequela espiritual, pelo menos tem tudo para o ser.

A forma como a cidade muda a percepção sobre eles, a partir do momento em que se espalha a notícia que vão ser famosos ao actuarem no festival, mostra o lado interesseiro humano que só presta atenção quando de repente passam a ser relevantes e que possam dar algum tipo de benefício.

Mas Heavy Trip mantém o seu espírito erguido. Afinal, estamos a acompanhar um grupo de jovens talentos em busca do derradeiro sonho de tocarem em palco e em todos os momentos, não podemos deixar de torcer por eles.


No fim, Heavy Trip preenche todos os requisitos de ser a típica narrativa inspiradora, com uma pitada de loucura pelo meio, garantido o seu lugar como filme de culto. Agora é cruzar dedos para um dia vermos o regresso dos Impaled Rektum no grande ecrã!

Nota Final: 4/5

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