7 de outubro de 2018

Collateral | Colateral (2004)


Quando Michael Mann escreveu e realizou Heat - Cidade Sob Pressão em 1995, este mostrou Los Angeles duma forma fria, tendo sido marcada pela cena icónica entre Robert DeNiro e Al Pacino, que ainda hoje é considerada um dos momentos mais históricos do cinema. Mas foi em 2004 que Mann voltou a fazer história, num panorama de acção pós-Bourne.

Colateral traz de volta ao grande ecrã Tom Cruise como Vincent, um assassino que tem a missão firme de eliminar todas as testemunhas-chave dum caso contra um barão de droga mexicano. Para isso, encontra a ajuda não-intencionada de Max (Jamie Foxx), um taxista part-time apenas a tentar ganhar algum dinheiro para abrir o seu próprio negócio.

Durante o que será a noite mais longa de sempre para Max, este conduz Vincent pela cidade de Los Angeles para abater os alvos da sua longa lista, algo que o Detective Fannnig (Mark Ruffalo) repara que existe uma ligação entre as mortes.


Logo de inicio, apercebemos que estamos perante um Tom Cruise muito diferente do que o habitual, com um cabelo mais grisalho e no lugar do mau da fita, algo que nunca antes aconteceu. A química que tem com Foxx mostra-nos que Michael Mann fez os possíveis para oferecer a mesma química entre Pacino e DeNiro em Heat - Cidade Sob Pressão, aqui claramente um grande sucesso. Também vemos Mark Ruffalo num estilo mais cool como o detective capaz de ligar os pontos.

Mann também tem uma grande facilidade em criar momentos de intensidade séria, sobre o qual explora os limites das acções de Max, que apenas queria uma noite tranquila e não tinha planeado de todo andar por Los Angeles a ajudar um assassino.


As duas horas de filme tendem parecer mais longas, sendo o ritmo do filme com vários altos e baixo este também é denso em conteúdo, que vão desde cenas com diálogos cuja importância é dar profundidade às personagens, seja essas mesmas actuarem sobre as suas intenções e manter a missão no seu caminho certo. Tudo isto com uma cinematografia incrível ao qual Michael Mann é conhecido e que nos deixa sempre a querer mais, com cada imagem a ser uma carta de amor à Cidade dos Anjos, repleto de simbolismo.

Não é por acaso que Colateral tem várias cenas icónicas do cinema de '00, sendo a da discoteca Coreana a mais delas todas, ao som do clássico "Ready, Set, Go" de Paul Oakenfold, que também teve a sua versão traduzida.


Desde do lançamento do filme, nunca mais vimos Cruise a protagonizar um vilão a sério, pelo que Colateral é de longe uma das obras cinematográficas mais marcantes do cinema moderno, e um exemplo único em como o actor é capaz de fazer literalmente tudo.

Assim, Colateral continua a ser um dos melhores thrillers pós-novo milénio e da carreira de Michael Mann, sendo que este o auge dum realizador que desde então nunca foi bem capaz de replicar o seu talento em filmes futuros.

Nota Final: 4.5/5

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