25 de maio de 2020

Apartment 143 (Emergo) (2011)


Há filmes que mesmo no circuito dos festivais de cinema e lançamentos em home video, ficam esquecidos no meio de tantas outras obras, principalmente se o timing for errado na sua abordagem. Durante o auge do cinema de found footage moderno, um movimento reiniciado pelo sucesso de Actividade Paranormal, eis que Carles Torrens apresenta Apartment 143 (Emergo), um dos filmes que passou ao lado de muitos fãs do sub-género, escondendo algo de diferente e único na sua composição.

Uma equipa de parapsicólgos, Ellen (Fiona Glascott), Paul (Rick Gonzalez) e Dr. Helzer (Michael O'Keefe) é chamada à casa dos White, após um pedido para investigarem o apartamento 143, onde o pai viúvo, Alan (Kai Lennox) vive com os seus dois filhos, Benny (Damian Roman) e Caitlin (Gia Mantegna). O que eles estão prestes a testemunhar é algo completamente de outro mundo.


O filme inicia sem rodeios. Estamos perante uma gravação de arquivo que lentamente vai revelando algumas situações que se dividem entre o paranormal e o drama familiar. Enquanto que algumas das situações aparentam ser algo forçadas, a maioria acontece de forma orgânica, frequentemente brincando com as emoções, sobretudo em alturas que o tom do filme vai de 8 a 80 em meros segundos. De certo modo, poderiam ser considerado jump-scares, mas a um nível elevado e mais extenso, onde o medo que se instala é verdadeiro.

Estes ataques são um dos pontos altos que põe Apartment 143 numa classe à parte, onde o desconhecido limita-se a ser uma explicação para algo muito real, ao vermos a casa a virar do avesso perante os nossos olhos. É na simplicidade da sua produção que o filme explora o seu potencial máximo, com uma narrativa que permite conhecer este grupo de personagens a fundo, como perceber que o que vive nesta casa é uma consequência de algo que jamais pensaríamos.


Com isto, Apartment 143 esconde por debaixo dos seus visuais menos trabalhados um filme genuinamente assustador, combinado com um drama familiar, juntamente com uma curta duração, o filme não perde demasiado tempo a mostrar-nos corredores vazios, permitindo assim que demonstre os seus pontos mais fortes com mais facilidade. Isto acaba por oferecer uma maior imersão sobre o que assombra não só o apartamento, mas também as pessoas que estão lá dentro e mal sabem aquilo que estão a lidar. Carles Torrens e o argumentista Rodrigo Cortes provam ser uma dupla imparável. Pode não ser o filme mais inovador, mas é de longe aquele que assusta mais.

Nota Final: 4/5

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