23 de maio de 2020

Super Dark Times (2017)


São raros os filmes que deixam uma impressão duradora, sobretudo numa altura em que estamos constantemente rodeados de filmes dos quais nunca sabemos bem qual será a nossa reacção aquando o final. A estreia de Kevin Phillips nas longas-metragens, com o conto obscuro Super Dark Times, é uma dessas raridades, apanhando-nos de surpresa, sem nos dar uma oportunidade para nos prepararmos para o que vinha aí.

A história segue Zach (Owen Campbell) e Josh (Charlie Tahan), dois adolescentes melhores amigos que acabam por se verem numa situação para além de complicada, quando Josh acidentalmente mata outro rapaz com uma espada de colecção, deixando-nos à deriva da paranoia que lentamente os consome por de dentro, num thriller de deixar qualquer um muito, muito, ansioso.


Há um silêncio perturbador que persegue estas personagens metidas no que é o maior sarilho que poderiam estar nas suas vidas, enquanto acompanhamos de perto as consequências que as suas acções têm sobre um e o outro, como também na comunidade onde vivem e prosseguem com as suas vidas normais mantendo tudo em segredo. Algo que o filme faz muito bem é mostrar a química que duas personagens têm uma com a outra, sem que tenham que estar presentes na mesma sala, salientando as raras vezes que estão juntos após a tragédia.

A base moral desintegra quando vemos como o sofrimento influencia personagens secundárias, sobretudo Allison (Elizabeth Cappuccino), a rapariga do lado que está no centro de um triângulo amoroso que acaba por ter uma influência sobre o rumo de uma história brilhantemente escrita por Ben Collins e Luke Piotrowski, onde o inesperado está sempre à espreita.


Todos os detalhes em Super Dark Times foram minuciosamente pensados, algo que se torna claro com as várias referências de cultura-pop, o guarda-roupa, a estética, entre muito mais; algo que podemos apreciar nesta viagem negra por uma amizade tornada rivalidade, onde a morte paira no ar.

Com isto, Super Dark Times é uma incrível viagem que recompensa aqueles que se mantiverem atentos com uma história cativante, repleta de um mistério que carrega um grande peso em cima dos seus ombros, culminando num dos finais mais chocantes do cinema de género moderno. Kevin Phillips prova que está mais que à vontade no grande ecrã, após uma carreira a fazer vídeoclipes, e o pequeno, mas perfeito elenco traz as emoções à flor da pele. Este é um daqueles filmes que ficam para a memória, assombrando-nos para sempre.

Nota Final: 5/5

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