26 de maio de 2020

The Wretched (2019)


Em plena pandemia do Covid-19, o encerramento dos cinemas deixou muitos cinéfilos à procura de algo novo para ver. Mal sabíamos nós que os irmãos Brett e Drew Pierce iriam lançar um dos grandes filmes de terror e certo clássico de culto futuro na forma de The Wretched.

Conhecemos Ben (John-Paul Howard), um rapaz que vai viver com o seu pai Liam (Jamison Jones), com dificuldades em aceitar o divórcio dos seus pais. Com um trabalho novo na marina, este conhece Mallory (Piper Curda), uma nova amiga disposta a ajudar a ajustar à mudança de ares. O problema surge quando Ben repara que a sua vizinha Abbie (Zarah Mahler) está a agir de uma forma estranha, e ainda mais quando os seus filhos de repente desaparecem sem rasto e sem memória da sua existência. Nisto, Ben entra numa espiral paranóica para provar aquilo que sabe, mas uma força sobrenatural fará de tudo para impedir que acreditem nas palavras de Ben.


Por norma, os filmes ligados a bruxas e outros seres sobrenaturais, nestes contextos, tendem abordar a temática ao mostrar uma espécie de história de origem que decorre há muitos séculos. Felizmente, The Wretched divide a sua atenção entre a narrativa principal, com esta entidade a fazer estragos pela pequena comunidade e manter-se no seu plano, e a vida pessoal de Ben, que tenta lidar da melhor forma possível com as suas emoções, mas que vê as suas prioridades a serem alteradas perante tanta estranheza.

Se por um lado, todo o drama familiar adolescente permite o filme ser mais acessível e ter uma conexão mais relacionável com os espectadores, este tem uma ligeira tendência a distrair-nos do foco principal: a bruxa. Ou pelo menos é o que nos dizem ser, já que o tempo que a vemos na sua verdadeira forma é muito curta, optando ela por possuir Abbie e usá-la com um veículo da sua destruição. É quando filme prossegue a sua narrativa mais fantástica que floresce e mostra as suas cores, ainda que não seja inteiramente assustador, é o suficiente para causar um pequeno pânico, podendo ser, por vezes, algo intenso, principalmente nas suas reviravoltas com as regras que estabelece neste universo.


O sucesso de Stranger Things tem permitido o interesse em derivados tenha uma maior oportunidade de exposição, nem sempre acertando no alvo. No caso de The Wretched, ele acerta muito perto do centro, com Mahler a ser o ponto mais alto do filme, na sua forma maquiavélica. No entanto, o restante elenco, sobretudo John-Paul Howard, não apresentam nenhuma actuação de grande destaque, cumprindo as suas funções bem o suficiente sem queixas. No fim, esta é uma prova que mesmo em tempos difíceis, o cinema independente de baixo orçamento está bem vivo e capaz de produzir obras de grande qualidade, equiparáveis a outros do mesmo género, que certamente com mais recursos fizeram muito pior, com exemplos que já temos visto anteriormente; e ainda bem, pois nem sempre é na inovação que se deve apostar - por vezes basta contar e executar uma boa história e The Wretched faz isso muito, muito, bem.

Nota Final: 4/5

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