4 de maio de 2020
Big Time Adolescence (2019)
Quem vê o panorama cinematográfico de tempos recentes rapidamente nota um ressurgência de filmes coming-of-age, nas suas diversas formas, seja o sucesso de Lady Bird e de Greta Gerwig, a memória retro de anos 90, o terror de Super Dark Times ou a descoberta do mesmo de Oitavo Ano e Booksmart: Inteligentes e Rebeldes. O que quase todos estes filmes têm em comum é que abordam o conceito do género de uma forma muito diferente do que feito anteriormente, dando continuidade à evolução teenager e como vivem nos dias de hoje, dando novas perspectivas da realidade em que eles aparentam viver.
Talvez um dos mais esperados do ano é Big Time Adolescence, o que podemos considerar o primeiro filme que Pete Davidson após o seu sucesso dentro e fora do Saturday Night Live, ainda antes do também antecipado The King of Staten Island, previsto para o Verão.
Seguimos a história de Monroe (Griffin Gluck), um adolescente que mantém uma amizade com Zeke (Davidson), um rapaz mais velho, ex-namorado da sua irmã. A amizade é uma daquelas que conhecemos, onde o mais novo aprende a ser um dos "fixes" e facilmente impressionável, algo que não cai bem com os seus pais, Reuben (Jon Cryer) e Sherri (Julia Murney). Aos poucos, Monroe descobre quem Zeke realmente é na verdade, sob a sua mentalidade infantil, pondo em questão toda a sua idade adulta, entre drogas, álcool e raparigas.
É genuinamente divertido ver todo o grupo de amigos de Zeke, a interagir com Monroe, sobretudo quando sabemos que Colson Baker, também conhecido como o rapper Machine Gun Kelly, têm uma relação próxima no mundo real, oferecendo o que podemos imaginar que são muitos momentos improvisados, ou no mínimo, orgânicos, que trazem risos impossíveis de fingir. Mesmo Davidson, este prova que consegue manter uma disciplina constante ao encarar uma versão ligeiramente mais contida do que a sua persona no SNL, onde o humor vem mesmo da alma e do amor pela comédia. Igualmente importante mencionar é a aparição de Sydney Sweeney como Holly, a nova namorada de Zeke, que contrabalança todos os disparates que ele diz, sendo uma consciência mais que bem vinda ao elenco.
Enquanto que a narrativa se mantém nos moldes tradicionais que o género requer, existe uma enorme margem de manobra para explorar os diferentes aspectos da adolescência de Monroe, sobretudo com um interesse amoroso, na forma de Sophie (Oona Laurence), ou a descobrir quem ele realmente é como apenas um adolescente no liceu, algo que já por si é uma tarefa dura e que o escritor e realizador estreante Jason Orley faz de uma maneira brilhante.
É raro aparecer um filme que podíamos ver durante horas a fio, sem que o mesmo se torne aborrecido e Big Time Adolescence é um desses casos especiais, abrindo os braços e reconfortando-nos com uma história sobre uma juventude que quebra o coração. Esperamos ansiosamente por ver o futuro de Orley no cinema e a continuação da ascensão de Pete Davidson, que garantidamente nos irá marcar nos próximos tempos.
Nota Final: 4.5/5
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