Hackers no cinema é um tema que Hollywood já andava a perseguir há muitos anos naquela altura, quando a proliferação da internet estava apenas no inicio. A ideia de alguém penetrar uma rede ilegalmente, como a de uma agências da lei, e ter acesso a dados confidenciais, tudo feito através de uma ligação de uma linha de telefone, apelava as massas que buscavam uma nova forma de entretenimento, visto em filmes como Hackers, A Rede ou o clássico Jogos de Guerra, este último uma obra de 1983, acedendo a uma rede militar via um videojogo.
Após o sucesso de Matrix, o produtor Joel Silver insistiu que o novo milénio iria ser a era da mudança tecnológica, dando oportunidade para que Operação Swordfish abordasse a temática de uma forma menos filosófica e com mais adrenalina, apresentando-nos Gabriel (John Travolta), um homem muito perigoso que tem a ideia de roubar milhões de dólares de contas secretas do governo. Para isso necessita de Stanley (Hugh Jackman), um ex-hacker acabado de sair da prisão e que apenas quer uma vida com a sua filha Holly.
O monólogo inicial do filme deixa-nos com a impressão que estamos perante um criminoso calculado, capaz de dar momentos de acção inteligente, ainda com uma pequena dose de pretensioso, podendo ser uma missão mais complexa do que realmente aparenta. Na verdade, apenas o primeiros sete minutos de filme conseguem ser os mais interessantes, seja pelo esforço técnico em proporcionar uma experiência visual ousada, seja pelo conteúdo da narrativa. Infelizmente, a partir daí, a qualidade do filme desce drasticamente.
Uma das grandes razões por isso é a sua indecisão em ser um thriller único, algo que conseguiria ser se fosse repensado, ou uma imitação rasca de uma pequena variedade de filmes, sobretudo James Bond durante a era de Pierce Bronsnan. Adicionalmente, a sua narrativa em volta de uma conspiração em como existe um grupo secreto dentro do governo dos E.U.A. que controla todo o tipo de acções de guerra, rapidamente deixaram de ser bem-vistas poucos meses depois, após o ataque das Torres Gémeas.
Contando com um elenco bastante completo, entre Travolta e Jackman, também vemos Halle Berry com uma participação influenciadora e Don Cheadle, como o agente especial em busca da justiça. No entanto, nenhum deles, fora Travolta naqueles primeiros minutos da película, fazem valer o resto de um dos filmes mais decepcionantes do virar do milénio, com um argumento quebrado e sobretudo desinteressante, não aproveitando ao máximo as poucas boas ideias que realmente tem. Felizmente a banda sonora, produzida por Paul Oakenfold, é das mais marcantes da sua altura, sendo considerado ainda hoje um icon da música techno.
Assim, Operação Swordfish mostrou que tinha potencial para ser muito mais do que aparentava, preferindo seguir uma linha de clichés adaptados para, o que era na altura, um mundo moderno, onde entrar seja onde for na internet era uma simples questão de teclar rápido.
Nota Final: 2/5
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