3 de maio de 2020

We Summon The Darkness | Estranha Escuridão (2019)


Nos últimos anos, de vez em quando aparece um filme com a temática de satanic panic como pano de fundo, inclusive um filme de 2019 com esse mesmo título, o que nos leva a pensar se não estará para vir uma nova onda de desajustados à procura de sacrifícios para o Diabo. Após ter feito algum burburinho no circuito de festivais de género em 2019, finalmente chega Estranha Escuridão, o mais recente filme de Marc Meyers (My Friend Dahmer) e escrito por Alan Trezza (Como Enterrar a Ex).

Neste filme, seguimos um grupo de raparigas, Alexis (Alexandra Daddario), Val (Maddie Hasson) e Beverly (Amy Forsyth), em pleno ano de 1988, enquanto ouvem notícias de um culto de morte que anda a aterrorizar diversas cidades. Num concerto de metal, elas conhecem o trio de amigos Mark (Keean Johnson), Kovacs (Logan Miller) e Ivan (Austin Swift), que só querem aproveitar a boa música com algumas bebidas e boa companhia. No fim do concerto Alexis sugere uma after-party na sua casa, mas nada podia preparar estes rapazes para o que viria.


Existe um momento fulcral em Estranha Escuridão, que nos faz pensar que está a seguir um rumo de narrativa clássico, antes de nos abalroar com uma reviravolta, que para melhor ou pior, acontece demasiado cedo, considerando que a partir desse momento o filme não consegue suportar a mudança de tom. Dito isto, a primeira metade é decente o suficiente para cativar e aguçar a curiosidade sobre quem são as personagens e como se integram na história, sobretudo o grupo feminino, que são um grupo intrigante de ver, mostrando as personalidades distintas as raparigas metaleiras.

De certo modo, é a simplicidade do argumento que acaba por ser o melhor e o pior deste filme, mantendo ambíguo o seu propósito durante uma boa parte do filme, até que tudo muda dentro daquela casa e vemos as relações dos grupos de amigos a revelarem aquilo que realmente são.


É curioso ver Meyers e Trezza a colaborarem, pois tendo em conta os seus projectos anteriores, conseguimos perceber o charme e o humor do argumento com facilidade, misturado com a forma frontal em como Meyers realiza os seus filmes, havendo diversos momentos menos balanceados, que comprometem o divertimento do filme. Por outro lado, é sempre bom ver Alexandra Daddario a regressar a filmes de género, quando não protagoniza filmes de maior orçamento, com o restante do elenco a provar que o talento jovem nunca esteve tão bem servido, sobretudo Amy Forsyth, que certamente terá um grande caminho pela frente.

Assim, Estranha Escuridão mostra um potencial futuro clássico de culto, num filme capaz de manter o seu mistério até que as suas intenções, não conseguindo sustentar-se a si mesmo após a sua revelação. Ainda assim, o seu humor ousado, a sua veia inspirada nos slashers clássicos e uma aparição de Johnny Knoxville, como um sacerdote, pode valer a pena uma visita a este satanic panic.

Nota Final: 3/5

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