20 de maio de 2020

Spawn | O Justiceiro das Trevas (1997)


Quase toda a década de '90 foi dominada pelo uso (e abuso) de propriedades com origem na banda desenhada e nos vídeojogos, com grau variável de qualidade. Por cada Batman de Tim Burton, há um Street Fighter - A Batalha Final, um Combate Mortal ou até um Batman e Robin, com uma tendência de serem quase todos exagerados na sua execução que não se traduzia muito bem para o grande ecrã. Talvez uma das piores adaptações de uma das banda desenhadas mais interessantes da Image Comics: Spawn, em O Justiceiro das Trevas.

Conhecemos Al Simmons (Michael Jai White), um mercenário sem escrúpulos que segue as ordens Wynn (Martin Sheen), o director de uma divisão secreta dos Estados Unidos. Mas após uma traição, Al é agora Spawn, um dos soldados de Malebolgia, ou como quem diria, o próprio Diabo, querendo que Spawn seja o comandante do seu exército, enquanto este se vinga da sua morte.


Como é que esta obra original do emblemático autor Todd McFarlane teve uma representação cinematográfica assim tão má, é incompreensível, sobretudo quando percebemos que o argumentista Alan B. McElroy é um dos criativos-chave da série de animação de Spawn, que teve uma recepção muito melhor que o filme, principalmente por ter adaptado todas as melhores partes das páginas numa história concisa e uma qualidade superior no seu todo.

O filme nem tenta esconder as suas caracterizações cartoonescas, onde os diálogos são parvos e piadas com gases são o auge da comédia no meio de tanta obscuridade, sobretudo vinda de Clown, um dos papéis mais confusos jamais vistos por John Leguizamo, que consegue ser o melhor e o pior no meio disto tudo. Da mesma forma que a violência seja limitada em certos pontos, todo o ambiente assustador deveria ter dado melhor resultado, entre os cenários infernais e a caracterização da cara queimada de Spawn, seria de esperar algo muito melhor.


Nem é digno abordar a qualidade do CGI, que é simplesmente horrenda, mas certamente considerada o futuro dos gráficos em 3D, para uma geração que nem saberia o que a revolução das consolas de vídeojogos iriam trazer para as casas dos consumidores.

Com isto, O Justiceiro das Trevas é um filme que não deveria ter sido lançado no seu estado actual, pondo de lado quase tudo o que a personagem representa na banda desenhada, podendo nós apenas aplaudir por ser, ao lado de Blade, um dos filmes que abriu caminho para a representação afro-americana no cinema. É assim que filmes maus fazem história...

Nota Final: 1/5

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