24 de maio de 2020
The Void (2016)
O duo Steven Kostanski e Jeremy Gillespie tem sido imparável nos últimos anos, oferecendo propostas nostálgicas, não apenas como realizadores, mas sob a sua produtora Astron-6, das quais incluem obras como The Editor, Manborg e Father's Day. Todos eles, têm em comum é estarem associadas aos sub-géneros quase secretos do cinema da década de '70 e '80. Desta vez a dupla decidiu fazer algo num registo diferente, com The Void.
Conhecemos Daniel Carter (Aaron Poole), um polícia de uma pequena cidade que vê a sua noite calma arruinada quando encontra um homem no meio da estrada e o hospital mais próximo tem recursos limitados, após um incêndio. As coisas complicam-se quando Daniel e o staff do hospital, entre eles a sua mulher Allison (Kathleen Munroe), Dr. Richard Powell (Kenneth Welsh), e as enfermeiras Beverly (Stephanie Belding) e Kim (Ellen Wong), juntamente com um pai e filho (Daniel Fathers e Mik Byskov) vêem o edifício cercado por um culto vestido com nada mais que um manto branco e um triângulo preto na cabeça, enquanto uma criatura estranha vagueia entre eles.
Esta obra, produzida a partir de uma campanha de crowdfunding, é tudo o que os fãs do género poderiam pedir, onde não sabemos muito mais do que Daniel sobre o que raios está a acontecer, enquanto o mundo em volta deles parece alterar ao longo do tempo. Perante esta mudança na realidade, estes são confrontados com decisões que podem ditar a sua sobrevivência, enquanto vamos descobrindo aos poucos quem é esta entidade e o que querem.
São muitas as reviravoltas que puxam o filme em direcções diferentes, entre tudo o que está a acontecer, qualquer decisão parece ser a errada, até que descobrimos alguns dos motivos do porquê, em busca de respostas a perguntas que são mais difíceis de responder do que aparentam; a um ritmo que nos deixa atentos ao que pode acontecer a seguir, conseguindo ser altamente imprevisível, num filme capaz de cruzar a mestria de George A. Romero, John Carpenter e David Cronenberg, foco na maquilhagem e próteses, onde os efeitos práticos de body horror sobrepõem-se aos efeitos digitais quase inexistentes.
Na verdade, é a forma que a realização de Steven Kostanski e Jeremy Gillespie convence-nos da sua grandiosidade e importância, remetendo para um tempo onde o cinema tomava mais riscos e inovar em contar novas e estranhas histórias, mantendo-nos investidos nestas personagens, numa situação para além de bizarra, aberta a múltiplas interpretações e ideias, tendo tudo para ser um autêntico filme de culto. Valendo a pena ser revisto, à procura de novas pistas, The Void é uma das obras mais emocionantes do cinema de género dos últimos anos, com o bónus de trazer de volta a nostalgia de tudo o que adoramos dos anos '70 e '80, sem esquecer uma incrível banda sonora, cortesia de Blitz//Berlin
Nota Final: 4.5/5
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