9 de dezembro de 2018

Blue My Mind (2018)


Por vezes ouvimos um burburinho no circuito dos festivais internacionais sobre filmes que surgiram do nada e imediatamente surpreenderam o seu público. Foi assim que estreia de Lisa Brühlmann nas longas-metragens, com o coming-of-age Blue My Mind.

Mia (Luna Wedler) é uma rapariga de 15 anos que está a sofrer várias alterações físicas que a fazem questionar a sua existência. Como se não bastasse, Mia é a miúda nova da escola, onde tenta integrar-se ao se relacionar com as más influências da sua turma onde Mia conhece Gianna (Zoë Pastelle Holthuizen). Ambas passam a ser melhores amigas nesta aventura repleta de sexo e drogas, num dos momentos mais significantes para Mia.


Blue My Mind passa assim a ser, de muitas formas, o reflexo da sociedade jovem de hoje. Desde do uso de apps de encontros, onde Mia acaba por conhecer um homem de 35 anos interessado nela, à forma que comunicam, ainda há muitas formas de se ser irresponsável, como tomar drogas, falsificar a assinatura dos pais ou jogar um jogo de asfixia, só para sentir uma euforia momentânea.

Ao vermos como as mudanças afectam Mia, percebemos que existe por baixo uma obra com detalhes Lovecraftianos, enquanto a rapariga lentamente se transforma em algo que ninguém esperava. Todas as pistas são nos dadas e o espectador tem uma facilidade em ligar os pontos, não sendo um filme demasiado abstracto nas suas intenções. Sendo tudo alegórico, é fácil relacionarmos com a adolescência de Mia e como a jovem encara a sua nova vida.


Com uma predominância nos visuais com tons azuis, tudo parece um presságio para o que vem, num filme que nunca assusta mas sim mostra uma maturidade em contar a sua história duma forma impressionante. Nunca querendo ser surpreendente, Blue My Mind prefere deixar o espectador acompanhar este momento da vida de Mia num ponto de vista mais casual. Isto abre portas para um desenvolvimento natural da narrativa, onde nada é inesperado, mesmo quando revela aquilo que Mia acaba por se tornar.

No fim, Lisa Brühlmann escreveu e realizou o seu filme para a tese do seu mestrado, está ao lado de Luz de Tilman Singer como um dos melhores filmes de estudantes que fizeram as rondas por festivais em todo o mundo e que deixaram uma impressão duradora ao qual mal podemos esperar o que a realizadora irá fazer a seguir. Certamente um dos nomes a estar atentos!

Nota Final: 4/5

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