Quando James Wan e Leigh Whannell, dois amigos que se conheceram na escola de cinema e se juntaram para fazer um projecto após a sua conclusão, pouco saberiam que iriam criar um fenómeno que iria, de certa forma, mudar o cinema de terror moderno pós-2000, numa altura em que o género ainda estava à procura de algo novo e deixar de lado as suas influência da década passada.
Inspirados pelo conceito low-budget d'O Projecto Blair Witch, ambos foram em rumo a Los Angeles, com uma curta-metragem como uma amostra da sua ideia principal, baseado no que eventualmente seria a icónica cena da armadilha de urso em Saw - Enigma Mortal. Com um estúdio interessado em produzir a longa-metragem do duo, o resto é história e jamais fomos os mesmos.
Saw conta a história de Adam (Leigh Whannell) e Dr. Lawrence Gordon (Cary Elwes), dois homens que acordam encurralados numa casa de banho a cair de podre, acorrentados em cantos opostos. Entre eles está um homem que aparenta ter cometido suicídio. A dada altura, estes encontram gravações numa cassete de audio onde se houve uma voz que os desafia para um jogo, a modos destas vítimas apreciarem melhor a sua vida.
É nestes modos que Saw acaba por misturar, e bem, dois géneros que anteriormente eram altamente erráticas: o terror e o thriller. Enquanto que o lado thriller continua a ir buscar muitas das coisas bem feitas nos anos '90, é o mistério aquele que vem do sucesso doutros filmes que ao virar do milénio foram mudando perspectivas sobre o novo contar de histórias no cinema.
M. Night Shyamalan mostrou o poder dum plot twist final, capaz de dar um soco bem dado num espectador, Identidade Misteriosa de James Mangold fez bom uso da ilusão cinematográfica no que toca a finais surpreendentes. Mas foi David Fincher e o seu filme de 1995, Seven - Sete Pecados Mortais, que possivelmente mais inspirou o lado torture-porn de Saw, onde ver corpos mutilados era considerado ser mais radical.
Em todo o caso, Saw vai estabelecendo uma fórmula onde a história principal vai sendo explicada por flashbacks que largam algumas pistas para percebermos quem são estas personagens encurraladas e porque foram escolhidas, numa premissa que parece demasiado simples para ser verdade, revelando ter alguns truques extra nas mangas.
Por vezes vamos sendo distraídos por uma extensão nos sub-plots, que acabam por mostrarem ser algo para preparar o desventamento chocante do finale, indo ao objectivo do seu vilão: Mostrar às pessoas que deveriam das graças ás suas vidas, enquanto uns têm o tempo contado.
No fim, Saw - Enigma Mortal é longe de ser uma obra-prima, mas é certamente um filme cuja importância história dentro do cinema é obrigatório referir, como também a sua influência na modernização do cinema de terror e a mostra mais gráfica de sangue e gore.
Nota Final: 3/5
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