O sexo tem um poder inimaginável, sobretudo quando ele é assombrado. Pelo menos é a ideia que o filme-sensação Vai Seguir-te, de David Robert Mitchell, afirma claramente.
Tomando de assalto todos os sentidos está Jay (Maika Monroe), uma rapariga normal que se apaixona por um rapaz, até que numa noite romântica, o par faz amor. O que aparenta ser mais uma história de adolescentes perdidos loucamente um pelo outro, rapidamente se transforma no pior pesadelo quando esta descobre que contraiu uma doença sexualmente transmissível anormal, onde uma entidade a persegue até à morte.
A revelação quase imediata da premissa de Vai Seguir-te mete a obra nos eixos numa narrativa arrasadora, onde tudo pode acontecer a qualquer momento. Enquanto que Jay e os seus amigos tentam eliminar a ameaça que é essa assombração, o sexo parece ser a única forma de ela de libertar deste mal e esperar que não volte tão rápido.
Existe um pânico muito real na fuga deste monstro invisível, excepto à sua vítima principal, mas que interage com outros objectos do mundo em seu redor. Cada vez que aparece, é quase todas as vezes inesperado com consequências caóticas. Este monstro é também mais inteligente do que parece, já que pode mudar a sua figura para se adaptar de forma que se consiga aproximar da vítima da melhor forma possível.
Maika Monroe fomenta aqui o seu legado como uma das revelações no cinema de terror mundial, no mesmo ano que protagoniza The Guest de Adam Wingard, outro filme onde a sua actuação recebeu aplauso. Enquanto isso, a sua personagem cria uma empatia onde o espectador está emocionalmente investido, mais que o habitual neste género de filmes, permitindo que todos os sustos sejam angustiantes sem grande dificuldade.
A banda sonora, da autoria de Disasterpeace, é também um dos grande contribuidores para a criação perfeita do derradeiro pesadelo, que parece não ter fim. Com influências dos sintetizadores dos anos '80, esta presença musical é de certa forma também uma personagem que influencia o destino de outras.
As várias interpretações de obra de David Robert Mitchell têm sido discutidas exaustivamente desde do seu lançamento nos Estados Unidos em 2015. Enquanto uns vêem o pesadelo como uma reflexão à perseguição das responsabilidade de ser adulto e os riscos que vêm com ele; outros vêem parábolas mais literais ligadas ao significado do sexo e como é visto pela sociedade. Mas Mitchell também deixa quase tudo em aberto, com várias interpretações pessoais poderem ser válidas perante os factos apresentados. Seja como for, tenham cuidado com quem fizerem sexo. Nunca sabem se de repente estarão vocês no meio deste filme.
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