16 de dezembro de 2018

You're Next | Tu És o Próximo (2011)


O inicio desta década fora uma altura de mudanças dentro do género de terror, com cineastas a ambicionarem contar narrativas mais inteligentes, como também redefinirem certos aspectos das fórmulas utilizadas para as histórias que ganham vida no ecrã. Dois dos mais importantes impulsionadores são Adam Wingard e Simon Barrett, que juntos são uma força imparável. Uma das obras-primas do duo é Tu És o Próximo.

Agarrando na tradicional fórmula do sub-género de home invasion, Wingard e Barrett contam a história de uma família altamente disfuncional, que se reúne para um jantar muito especial, numa casa isolada no meio da floresta. Por perto estão vários agressores, que não irão parar até todos os membros estiverem mortos, num caso que parece ser mais que aleatório.


Em primeiro lugar, importa destacar que este filme é marcado pelo regresso de Barbara Crampton ao terror, após vários anos noutros projectos menos assustadores, ao qual se junta a australiana Sharni Vinson, como Erin, na sua estreia num filmes de terror, fomentando o seu lugar permanente como uma das mais importantes final girls do cinema de terror moderno.

O estilo visual de Wingard está presente neste filme, com as habituais shaky cams, que acompanham a acção de perto. O perigo é real, tal como as intenções dos assaltantes, que matam a sangue frio todos que lhes façam frentes, excepto que não estavam a contar que Erin fosse a rapariga capaz de acabar com eles um a um.


De muitas formas, Tu És o Próximo não apresenta nada de novo, já que invasões de casas são um assunto mais que abordado e feito duma maneira muito mais macabra, como por exemplo em 1997 e 2007, com Brincadeiras Perigosas de Michael Haneke. Mas Tu És o Próximo também é um monstro diferente, perfeitamente capaz de homenagear os clássicos filmes do qual se inspira, criando ao mesmo tempo um novo conceito da ideia de invadir uma casa, focando no underdog que os enfrenta.

Com um ambiente tenso, onde a qualquer momento o perigo espreita, há um grande sentimento de gozo em ver esta história a desenrolar, com uma personagem ao qual torcemos até ao último momento, num filme repleto de banhos de sangue e mortes mais ou menos macabras. Adam Wingard e Simon Barrett sabem e muito bem funcionar em conjunto, uma colaboração que conta com 6 anos, onde o duo rentabilizou o sucesso da sua reputação e 2014, lançaram outro grande filme, The Guest.


Sendo assim, não é de todo descabido chamar Tu És o Próximo a obra-prima que tem uma pequena legião de fãs, que admiram como Wingard e Barrett abriram novas portas ao slasher, que durante anos mais tarde permitiu que outros cineastas arriscassem mais na inovação de ideias baseadas em velhos truques. É por isso que, apesar das suas mínimas falhas de por vezes cair no cliché, pouco afectam a sua importância para o novo panorama na modernização do cinema de terror.

Nota Final: 3.5/5

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